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Ret: chama o Matheus pra mim - entrei no barraco falando com o acerola, guardei a chave da moto no bolso e caminhei em direção das escadas pra laje.

Acerola: não sei onde ele está não, patrão - me seguiu ajeitando o fuzil nas costas.

Ret: descobre então, porra - cheguei na laje vendo o foguete sentado no sofá fumando - fala foguete - fiz toque com ele - cadê ele?

Foguete: está lá na árvore - apontou com a mão pra parte de baixo do barraco - tô só te esperando

Ret: espera mais um pouco porque quem vai sujar as mãos não vai ser a gente não - me joguei no outro sofá - acerola tu ainda está aqui caralho, vai logo chama ele

Ele saiu resmungando. Acerola é o mais novo daqui, não é de menor não. Essas parada de trabalho com menor é pedir pica no meio do cú. Ele deve ter uns dezenove, já pode peitar a própria bronca se dê merda, só tem que parar de ser bobão, por isso que não sai do aviãozinho.

Foguete: o que o MT vai fazer aqui? - soltou a fumaça me olhando.

Ret: vou vê se ele aguenta peitar essa bronca aí - ele franziu a testa fazendo careta e riu.

Foguete: se ele conseguir pelo menos pegar na pistola vai ser um bom passo

Olhei lá pra fora pela parede quebrada vendo alguns muleque chegando da ronde provavelmente.

Aqui é um barraco antigo que já estava todo quebrado e ninguém estava querendo morar, então eu peguei e fiz da minha segunda boca principal. Diferente da outra, essas é onde a gente mais fica, por ser mais perto.

Na escada apareceu o acerola tentando fazer alguma coisa no celular e atrás dele o Matheus.

Ret: quer trabalhar aqui? - levantei indo até ele, acerola saiu da minha frente assim eu consegui vê a cara dele - eai Matheus?

MT: por que isso agora? Quando eu pedi você não deixou...

Ret: vamos fazer um teste então - cortei a fala dele e empurrei seu ombro com o meu descendo as escadas para a parte de baixo - vem logo

Foguete: cuzão - ouvi ele falando e descendo atrás de mim.

- fala patrão - os cara que estavam ali pararam de falar assim que eu apareci e falaram comigo. Não respondi e entrei no corredor indo pra parte de trás da casa, no quintal onde o pau no cu estava amarrado.

Ret: eu quero uma bala nas duas mãos dele - peguei minha pistola da parte de trás da cintura - e a última vai ser pra mata.... uma na testa

Eu falei e ele chegou mais pra fora da área coberta da varanda, olhou pra árvore e viu o amigo com a cara toda estourada de tanta porrada.

MT: caralho, Ret - arregalou o olho assutado - que porra é essa? Solta ele!

Ret: ladrão que rouba morador da minha favela não passa batido não - fui até ele - está nas suas mãos

O foguete parou do seu lado cruzando os braços, acerola chegou um pouco depois parando do lado do foguete olhando pra mim.

MT: eu não vou fazer isso - negou várias vezes com a cabeça.

Amante Do Perigo  - Filipe RetOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz