Capítulo 16

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Marquei de me encontrar com a Bruna no shopping para almoçar e colocar o papo em dia.

Ainda não tinha conversado com ela sobre o Diego, muito menos falado o que havia ocorrido entre mim e Estevam.

Estava sentada no restaurante combinado, esperando por ela e bebendo um vinho. Olhei no relógio impaciente e vi quando Bruna se aproximou da mesa.

– Desculpa, desculpa. Se sentou desajeitada. – Agora que Diego voltou pra casa está tudo uma loucura amiga. Arrumou seus cabelos para atrás das orelhas.

– Não precisa explicar. Suspirei. – Moramos tão perto, e nos vemos tão pouco. Chamei o garçom.

– Pois é. Mas esta tarde, eu sou sua! Sorriu.

Fizemos o pedido da comida e Bruna também pediu uma taça de vinho.

– Então, como é essa sua relação com o Diego? Arqueei a sobrancelha.

– Normal amiga. De noite somos só nós dois e de dia... bom de dia, cada um faz o que quer da vida. Sorriu.

– Como conseguem? Cruzei os braços. – Porque só de pensar que Marcus poderia estar me traindo, eu fiquei louca.

– E ele não estava? Sorriu sarcástica.

– Não. Suspirei. – Era Diego que estava por trás de tudo.

– E você acreditou? Cruzou os braços também.

– É claro que acreditei. Marcus é muito diferente de Diego e você sabe bem disso.

A comida chegou e o garçom nos serviu.

– Eu sei amiga, mas quando os dois estão juntos eu desconfio. Marcus pode até ser um bom marido, mas não é santo.

– Marcus me disse que aquela era a despedida de solteiro do Diego. Disse comendo.

– Oi? Arregalou os olhos.

– Sim! Ele vai te pedir em casamento. Sorri e Bruna largou os talheres na mesa.

– Ta brincando? Respirou rápido.

– Não amiga! Falei alto, soltando uma risada nasal. – Aguardemos e veremos.

– Meu Deus! Eu não sei se quero casar com ele. Passou a mão no queixo parecendo pensar.

– Eu não me casaria na situação de vocês. Ri.

– Bom! Pra eu pensar ele tem que pedir primeiro né? Voltou a comer.

– Amiga, preciso te contar uma coisa. Olhei séria para ela.

– O que? Deu uma garfada na comida.

– Eu fui para casa do Estevam. Ela me olhou enquanto mastigava, com uma enorme interrogação na testa. – Do fisioterapeuta.

– O que foi fazer lá? Continuou comendo.

– Bem... a olhei de soslaio. Eu tinha ido apenas tomar um suco.

– Ta brincando... Começou a tossir. Ela havia se engasgado com a comida e começou a ficar vermelha.

– Amiga! Respira. Me levantei e fui até ela, dando alguns tapinhas em suas costas.

Ela deu um gole no vinho que bebia e respirou fundo, olhando para cima. Uma lágrima rolou de seu olho e ela limpou, sorrindo em seguida.

– Vocês transaram sua safada! Riu e eu me sentei novamente, negando com a cabeça.

– Não, mas quase. A olhei séria.

– Eu quero os detalhes Laura. Me conta tudo.

– Eu não vou te contar os detalhes. Ri e voltei a comer.

– Ah você vai sim! Se não eu vou fazer um escândalo aqui e você vai passar a maior vergonha da sua vida. Riu alto e todos nos olharam. Fechei a cara para ela e suspirei.

– Bem... Ele me deitou no sofá e me deixou praticamente nua. Suspirei lembrando. – Depois ele colocou aquela boca em mim e me levou aos céus. – Sussurrei.

– E os finalmentes? O pau dele é grande? Perguntou empolgada.

– Eu não sei, imagino que sim. Suspirei.

– O que aconteceu depois? Arqueou a sobrancelha.

– Ele me fez gozar com aquela boca e me deixou lá no sofá. Me mandou ir para casa. Cocei a cabeça.

– Oi? Por que você não foi atrás dele? Mordeu os lábios.

– Porque eu tenho um marido e não deveria nem sequer abrir as pernas para outro homem. A olhei séria.

– Você é muito bobinha. Riu.

– Sabe o que é pior? Estou desanimada com o sexo de Marcus. Parece não fazer mais sentido.

– Normal... principalmente se o fisioterapeuta for melhor.

– Ele me chupou como Marcus nunca tinha feito antes. Passei as mãos no rosto. – E eu não sei o que fazer.

– Você tem duas opções: ou se separa e vai curtir sua vida ou vai procurar o fisioterapeuta e vive uma vida paralela. Sugeriu.

– Eu não vou seguir nenhuma das opções. A olhei brava com as sugestões. – Eu vou fingir que nada aconteceu e seguir minha vida. Talvez fingir que Estevam nunca existiu funcione.

– Hello! Vocês moram na mesma cidade, você se trata onde ele trabalha. Qual a chance de vocês não se encontrarem? Bruna estalou os dedos.

Engoli seco e bebi o restante do vinho que tinha em minha taça. No fundo ela tinha razão, mas eu poderia simplesmente ignorar sua existência.

– Agora que eu sei que vou casar... riu. – Preciso começar a fazer academia, quero estar esbelta em meu casamento. Passou as mãos por seu abdômen.

– Você já é magra. Revirei os olhos. – Eu queria voltar a correr. Disse pensativa.

– Vamos comprar umas roupas de academia. Aproveitar que estamos aqui e depois a gente vê o que faz com elas. Riu.

Pedimos a conta e pagamos, saindo do restaurante em seguida. Andamos pelo shopping procurando a loja de roupas esportivas onde eu sempre comprava minhas roupas de corrida.

Entramos e eu comecei a colocar algumas roupas na sacola que a vendedora me ofereceu. Bruna apenas me acompanhava pegando alguns conjuntos bonitos e caros, mas nada confortáveis.

– Nós vamos experimentar? Bruna perguntou.

– Eu não preciso. Ri. – Você provavelmente vai trocar todas essas coisas que pegou. Apontei.

– Me deixa experimentar então. Fez bico. – Se não você vai ter que voltar aqui depois comigo para trocar.

– Ta bom. Suspirei e revirei os olhos. – Vai lá, eu te espero. Apontei para o provador.

Ela sorriu animada e foi para o provador. Me sentei em alguns bancos que haviam no ambiente e fiquei esperando ela experimentar todas as peças que havia pego.

– Você já está aí a quase 30 minutos! Vamos embora Bruna! Falei alto.

– Você é muito impaciente! Revirou os olhos, saindo do provador.

Me virei para ir ao caixa e me deparei com um homem de cabelos louros no corredor em frente ao que estávamos. Meu coração acelerou quando ele se virou e eu pude ver aqueles olhos azuis. Eu os reconheceria em qualquer circunstância.

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