Capítulo 57

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– O que ele tem? Me levantei rapidamente da cama e tirei a camisola.

– Não sei. A secretária dele apenas disse que ele passou mal e foi levado para o hospital.

– Me leva lá? Coloquei uma lingerie e ele ficou me olhando.

– Sério isso? Perguntou confuso.

– Claro Gustavo, eu estou com cara de quem está brincando? Coloquei uma calça e ele recolheu sua roupa, colocando em seguida.

– Não entendo, vocês vão se separar. Colocou o cinto na calça e depois a camisa manchada.

– Isso não quer dizer que eu não o amo e não tenho consideração por ele. Coloquei uma camiseta e fui para o banheiro.

Nos arrumamos rapidamente e ele colocou seu paletó, fechando-o em seguida para disfarçar a mancha.

Tranquei o apartamento e descemos o prédio. Gustavo abriu seu carro e eu segui para o lado carona. Ele me puxou pelo braço e me olhou nos olhos.

– Desculpa por mais cedo. Suspirou. – Não quis parecer insensível.

– Só me leva para o hospital, tudo bem? Ele assentiu e me soltou.

Entrei no carro e ele entrou em seguida. Colocamos o cinto e ele partiu em silêncio.

Estevam

Laura realmente ficou desconfortável com meu ciúme idiota. Ela saiu daqui sem falar comigo e faz dois dias que não nos vemos.

Cheguei tarde em casa ontem, depois de fazer umas fotos com a produtora do book e fiquei pensando no quão bom seria se ela estivesse comigo, comemorando cada minuto desses trabalhos que ela mesma me colocou.

Pensei em aparecer em sua casa ontem a noite, mas talvez ela realmente não queira me ver. Ao contrário, já tinha me ligado. Sinto falta de sentir seu cheiro todos os dias pela manhã. De observa-la dormir, mesmo que ela não saiba que eu faço isso.

Decidi fazer uma surpresa. É melhor aparecer de dia do que a noite. Talvez chama-la para tomar um café na cafeteria que ela tanto gosta seria um ótimo pedido de desculpas por minhas besteiras.

Peguei o capacete e saí de casa. Peguei minha moto e pilotei devagar pela cidade. Por estar cedo, quase não tinham carros rodando na rua.

Estava próximo ao seu prédio quando a vi sair com um homem. Eles pareciam sérios. Parei um pouco longe do carro e permaneci com a viseira abaixada, para que ela não me reconhecesse. Ele abriu o carro e a puxou pelo braço, olhando em seus olhos.

Eles falaram alguma coisa e ela entrou no carro em seguida. Pude ver uma mancha na camisa do homem, parecia vinho, mas ele tentava esconder a todo custo.

Apertei o guidão da moto e fechei os olhos. Ela estava saindo com outra pessoa, por isso não me procurou nesses últimos dois dias. Talvez eu não fosse mais interessante para sua vida.

Resolvi seguir o carro e ver até onde eles estavam indo. Talvez pudesse tirar satisfação com ela. Quer dizer... o que eu estou pensando? Resolvi vir vê-la para esquecermos minha cena de ciúmes e eu vou atrás dela para tirar satisfação? Está tudo errado!!!

O carro parou em frente ao hospital e ela desceu. O homem não desceu, falou algo com ela de dentro do carro mesmo e saiu.

– Laura!!! Falei alto, pois ela já estava entrando no hospital.

Ela se virou e eu tirei o capacete, a observando.

– O que você está fazendo aqui? Veio até mim. – Está me seguindo Estevam?

– Não, eu fui na sua casa agora cedo, queria conversar e vi você saindo.

– E me seguiu até aqui?! Falou séria cruzando os braços.

– Não é isso que está pensando...

– Estevam, não tenho tempo pra isso, tá?! Me interrompeu. – O Marcus está aqui neste hospital.

– Ele está bem? Você está bem? Segurei em seu braço e ela se afastou.

– Eu não sei se ele está bem. Vim aqui pra saber o que houve. Agora eu preciso ir.

– Posso te ligar mais tarde?

– Faz o que quiser... Virou de costas e saiu, entrando no hospital em seguida.

Dei um murro no banco da moto e coloquei o capacete, saindo dali depressa.

Laura

– Eu só preciso saber se meu marido está bem. Falei aflita para a enfermeira e ela assentiu, saindo de perto.

Andei de um lado para o outro, na sala de espera, aguardando um posicionamento médico quando a mesma enfermeira voltou e me chamou.

Fui atrás dela e ela me deixou no quarto de Marcus. Ele estava deitado na cama, um pouco pálido e magro. Faziam apenas alguns dias que não nos víamos e parecia um outro homem.

– Marcus! Me aproximei dele preocupada e ele me olhou cabisbaixo.

– Como soube que eu estava aqui? Disse rouco.

– Gustavo... Peguei em sua mão. – O que você está sentido?

– Marcus. Um médico entrou no quarto. – Como se sente?

– Um pouco melhor. Soltei sua mão e me afastei quando o médico se aproximou.

– Fizemos alguns exames e você vai ficar internado até o resultado sair. Examinou os olhos de Marcus. – Seu nariz anda sangrando?

– As vezes... Me olhou e eu passei as mãos no rosto.

– O que pode ser? Perguntei e o médico me olhou aflito.

– Não sabemos ainda, só após o resultado. Mas os sinais indicam leucemia.

– Leucemia? Me exaltei e Marcus colocou as mãos nos olhos, parecia chorar.

– Não temos certeza de nada ainda! Se acalmem. Quero que Marcus fique aqui para que possamos observa-lo e fazer algum exame complementar se necessário. Olhou para Marcus. – Vou pedir pra enfermeira trazer um calmante. Com licença. Saiu do quarto e eu me aproximei da cama.

– Eu não quero morrer Laura! Marcus me olhou com os olhos vermelhos.

– Você não vai morrer Marcus. O abracei forte e ele retribuiu. – Você não vai morrer! Acariciei seu cabelo. – Eu estou aqui.

– Eu te amo. Por favor, não me abandona. Me apertou.

– Eu estou aqui Marcus! Deixei uma lágrima cair.

A enfermeira entrou no quarto e aplicou um calmante no acesso de Marcus. Ele foi ficando cada vez mais mole e acabou pegando no sono. Liguei para seus pais e pedi que viessem para visitar o Marcus. Agora, mais do que nunca, precisaria deles.

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