Alguns seguranças seguraram Marcus, que parecia descontrolado. O senhor ao seu lado me olhava com reprovação, enquanto eu levantava do chão, passando a mão no rosto.
– Se você não fosse um marido tão ruim, ela não fugiria de você! Falei alto e os seguranças apertaram os braços de Marcus, que tentava vir pra cima de mim.
– Se alguma coisa acontecer com ela, a culpa será sua! Gritou. – Me soltem! Não vou sujar minhas mãos com ele. Tentou se desvencilhar dos seguranças.
Após abertura da ficha, fomos autorizados a ficar na sala de espera. Dois seguranças permaneciam por perto, pois Marcus não me queria no hospital. Ele conversava com o senhor que chegou com ele e parecia aflito por uma resposta.
Eu também estava aflito, e não sairia daqui enquanto não soubesse como Laura estava.
Depois de algumas horas, um médico apareceu e olhou ao redor da sala de espera.
– Quem assinou a ficha da Laura? Olhou no papel. – Marcus? Ele se levantou rapidamente e foi até o médico. – Você possui que tipo de parentesco com ela?
– Sou marido. Disse rapidamente.
– Preciso falar com vocês dois. Ela acabou de acordar. Me acompanhe. Se virou e entrou por uma porta e Marcus foi atrás.
Esperei alguns instantes e quando ninguém estava olhando, entrei pela porta também, seguindo direto pelo corredor, mesmo sabendo que não poderia estar ali.
Ouvi a voz de Marcus em um dos quartos e olhei pela fresta da porta que estava entreaberta. Laura estava com um curativo na cabeça e com alguns acessos no braço.
– Laura está bem! O médico falou. – Fizemos alguns exames nela e uma tomografia, pois ela bateu a cabeça, mas está tudo certo. Não houve nenhuma sequela. Respirei aliviado.
– E o bebê? Marcus perguntou se aproximando de Laura e me atentei ao que o médico falava.
– Foi por isso que chamei você aqui, para dar a noticia aos dois. A Laura infelizmente perdeu o bebê.
Laura começou a chorar e Marcus a abraçou forte. Passei as mãos pelo cabelo e saí de perto da porta. Meus olhos marejaram e eu corri pelo corredor, indo embora do hospital. Tudo aconteceu por minha culpa e eu nunca me perdoaria por isso.
Entrei no carro e peguei o celular de Laura que estava no chão. Guardei no bolso e liguei para Cadu, pra devolver o carro dele. Por sorte ele ainda estava na arena e eu fui para lá.
– Como ela está? Cadu pegou a chave.
– Bem, mas estava grávida e perdeu o bebê. Respirei fundo e olhei para cima.
– A culpa não foi sua. A Jessica não deveria ter deixado ela subir na moto.
– Ela fez isso por ciúmes. Cruzei os braços. – Nunca deveria ter trazido Laura aqui.
– Vai pra casa. Descansa... Está em condições de pilotar? Me deu meu capacete.
– Sim! Peguei de sua mão e o coloquei, subindo na moto. – Obrigada pelo carro.
Cadu sorriu e acenou, enquanto eu ligava a moto e dava partida. Por que diabos Laura não me contou sobre a gravidez? Será que esse filho era meu e ela não quis contar para que eu não interferisse em sua vida? Mas não faz sentindo nenhum ela não ter me contado depois da separação com o marido.
Fui para casa e tentei dormir, mas era impossível com tanta informação rodeando minha cabeça. Precisava conversar com Laura, prestar meu apoio e devolver o celular que tinha ficado comigo.
Resolvi ir para o hospital e esperar que Marcus se afastasse, para conseguir vê-la. Quando o vi sair do hospital e seguir para algum lugar de carro, aproveitei para entrar como visitante.
Bati na porta e ao ouvir sua voz, a abri. O senhor que estava junto com Marcus, estava lá dentro, sentado no pequeno sofá.
– Estevam! Laura me olhou surpresa e olhou para o senhor, que se levantou.
– Atrapalho? Arqueei a sobrancelha.
– Não! Pai, esse é o Estevam. Estevam, esse é meu pai. Disse nos apresentando.
– Não concordo com essa palhaçada toda. O senhor disse alterado. – Mas obrigada por ter trazido minha filha para o hospital. Apertou minha mão.
– Pai, pode nos dar licença? Laura sorriu ladino e ele se retirou do quarto. Me aproximei da cama e peguei em sua mão.
– Por que você fez aquilo? Passei a outra mão em seu rosto.
– Não sei o que me deu na cabeça. Desculpa pelo susto. Fechou os olhos ao sentir minha mão.
– Desculpa, eu não deveria ter te levado pra lá! Tudo isso é culpa minha. Apertei sua mão.
– Não! Estevam, nada disso é culpa sua. Passou a mão em meu rosto. – A culpa de tudo isso é minha e de Marcus, e de mais ninguém.
– E o bebê que você estava esperando? Questionei e ela mudou sua expressão.
– Como você soube do bebê? Endireitou sua postura. Peguei seu celular e entreguei para ela.
– Marcus me contou e depois eu ouvi que você acabou perdendo com a queda. Suspirei. – Era meu? Levantei o olhar.
– Não Estevam. Quando ficamos pela primeira vez eu já estava grávida.
– Você sabia disso e ainda assim ficou comigo? Soltei sua mão.
– Não, eu não sabia que estava grávida. Soube antes de uma viagem que fiz com Marcus.
– A Jessica te encorajou a fazer o que fez? Arqueei a sobrancelha.
– Sim, mas não brigue com ela. Eu sei que vocês têm alguma coisa e eu também estaria com ciúmes no lugar dela.
– Nós não temos mais nada. Já tivemos, mas hoje não mais. Eu gosto de você Laura. Passei o dedo por sua bochecha devagar.
– Eu também gosto de você Estevam. Ela me puxou pelo braço e se aproximou de mim, me dando um selinho demorado.
– Eu vou embora antes que o Marcus volte. Não quero revidar o soco de ontem. Passei a mão no rosto.
– Ele te bateu? Ela me olhou preocupada.
– Sim, mas não foi nada demais. Beijei sua testa.
– Vem me buscar amanhã? Terei alta pela manhã. Segurou minha mão.
– E Marcus? Olhei surpreso para ela.
– Marcus e eu vamos nos separar. Eu não volto para aquela casa nem que me paguem.
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Amante
RomanceLaura, uma mulher de 32 anos, é uma empresária bem-sucedida no setor de turismo. Sua paixão por viajar e criar roteiros únicos a levou a abrir sua própria agência de viagens, onde ela se esforça para proporcionar experiências inesquecíveis aos seus...