Capítulo 53

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"– Sim! Fui eu que mandei as fotos.

– Ele poderia vir aqui está tarde fazer umas fotos mais profissionais?

– Claro! Me passa o endereço."

Anotei o endereço conforme a mulher ao telefone ia falando e agradeci o retorno.

– Estevam! Gritei pelo ambiente o procurando. Meu apartamento estava uma bagunça com aqueles móveis espalhados.

– O que foi? Disse passando a mão na testa e limpando seu suor.

– Consegui umas fotos pra você! Falei empolgada.

– Sério? Quando? Se sentou no chão me olhando.

– Hoje a tarde! Coloquei as mãos na cintura, olhando o ambiente.

– Mas e seus móveis? Olhou o ambiente também.

– Bom, isso fica pra depois. Sorri empolgada e lhe estendi a mão. – Vamos? Temos um modelo para arrumar.

– Eu tenho a impressão que isso não vai dar certo. Pegou em minha mão e se levantou.

Mais tarde, na sessão de fotos, todos adoraram Estevam. Isso elevou sua confiança e ele foi muito bem no primeiro book que fizeram.

– Ele vai conseguir muitos trabalhos. A produtora disse avaliando Estevam.

– É exatamente isso que queremos. Disse olhando para ele também.

– O que você é dele? Me olhou.

– Apenas uma amiga. Sorri ladino.

– Quando era mais jovem gostaria de ter uma amiga que me incentivasse dessa maneira.

– Não é tarde pra ter alguém que te incentive. Pisquei para ela e ela sorriu, voltando seu olhar para Estevam.

– Eu já tenho um trabalho para ele. Se virou para o notebook. – Será que ele vai querer?

– Eu espero que sim. Sorri. – Pergunte a ele. Passei as mãos pelos ombros de Estevam.

– Como eu me saí? Será que as fotos ficaram boas? Falou cheio de insegurança e eu apertei sua pele.

– As fotos ficaram ótimas e já temos um trabalho para você. A promotora sorriu. – Não é grande, mas para começar está ótimo.

Ela mostrou algumas imagens para Estevam e explicou sobre o que seriam as fotos. Me parece ser uma marca de roupas voltada para skatistas (bem a cara do Estevam) e ele ficou todo empolgado.

– Eu nunca vou conseguir te agradecer por isso! Estevam disse sorridente enquanto tomávamos um café.

– Você não precisa me agradecer. Passei a mão por seu rosto. – Só me preocupo com a sua irmã. Suspirei.

– O que tem minha irmã? Me olhou com a sobrancelha arqueada.

– Ela está trabalhando para Marcus. Eu a vi quando fui lá na tal reunião. Tenho medo que Marcus saiba que ela é sua irmã e a demita.

– Mas ela pode procurar um outro trabalho também. Ela está estudando pra isso.

– Estevam, é uma boa experiência para ela e eu conheço o dono, não é uma pessoa ruim. Passei a mão por cima da sua.

Voltamos para meu apartamento e Estevam terminou de montar alguns móveis. Estava uma tremenda sujeira e tudo fora do lugar.

– Eu não vou arrumar isso aqui hoje. Olhei para Estevam desanimada.

– Vai dormir lá em casa nessa última noite, a gente aproveita pra se despedir. Me olhou.

– Despedida? Você vai embora pra algum lugar?

– Não, mas você vai voltar pra ca! Olhou pelo ambiente.

– Mas a gente não vai deixar de se ver porque eu vou vir pra ca. Coloquei as mãos na cintura. – Isso é desculpa pra me levar pra cama. Ri.

– Talvez... Se fez de desentendido.

– Quando você encontrar alguém que ama verdadeiramente e quiser passar o resto da sua vida com ela, eu não farei mais parte disso.

– E se essa pessoa for você? Me abraçou.

– Não diga bobagens Estevam. Ri retribuindo o abraço.

– Eu nunca amei tanto uma mulher como eu te amo. Acariciou meu cabelo.

– Você não me ama. Passei a mão em seu rosto. – Amor está muito acima de sexo, beijos e dormir junto.

– Mas não é só isso. Minha idade não passa credibilidade pra você né? Cruzou os braços.

– Não. Você ainda vai viver muito Estevam e com certeza vai encontrar alguém que vai amar e vai entender o que eu to te dizendo hoje.

– Você já amou? Me olhou nos olhos.

– Já e ainda amo. Tombei a cabeça para o lado olhando para ele.

– Marcus? Perguntou e eu assenti positivo soltando um longo suspiro.

– Como ele mesmo disse uma vez para mim, são 8 anos e não 8 dias. Apoiei a cabeça no peito de Estevam.

– Mesmo depois do que ele fez?

– Ele me traiu, mas eu também traí ele.

– Você ainda pensa em voltar com ele então... Se afastou.

– Não, eu acho que não da mais certo, mas isso não quer dizer que eu não o amo. Vamos parar de falar disso? Perguntei incomodada.

– Só mais uma pergunta. Você gosta de mim? Pegou em minhas mãos. – Seja verdadeira.

– Gosto, mas não vejo futuro em nós dois. Me sinto uma adolescente ao seu lado. Sorri. – Mas se você não quiser mais me ver eu entendo!

– Isso me deixa triste, mas eu quero continuar te vendo. Ainda tenho esperanças que você vai aceitar namorar comigo. Sorriu.

– Vamos embora. Amanhã eu venho e termino de arrumar isso.

Fomos para casa de Estevam e eu pedi uma comida para nós. Enquanto jantávamos, meu celular tocou. Era Gustavo.

– Oi? Me levantei da mesa e fui para o quarto de Estevam.

– Pode falar?

– Sim. Aconteceu alguma coisa? Perguntei preocupada.

– Não. Você está bem?

– Sim e você?

– Bem também.

– O que foi?

– O documento de rescisão fica pronto daqui dois dias. Podemos nos encontrar para que você assine?

– Sim! Posso ir à empresa pela manhã.

– Não, na verdade gostaria de te chamar pra jantar.

– Não sei se é uma boa ideia.

– Aceite, por favor. Tem um restaurante que eu adoro, no Hotel Litmann.

– Pode ser em minha casa então? Eu prefiro.

– Perfeito! Estarei lá às 19h. Pode ser?

– Sim. Te espero então. Um abraço!

– Beijos Laura!

Desliguei o telefone e voltei pra sala. Estevam me olhou de soslaio e voltou a comer.

– Era o Gustavo, dono da empresa.

– Não precisa justificar Laura. Disse sem graça.

– É que você me olhou estranho.

– Você está solteira, pode sair com quem quiser.

– Mas não vou sair com ele, não nesse sentido que você está pensando. Vou assinar a rescisão do contrato com a empresa.

– Laura, de verdade, não precisa explicar. Me olhou sério.

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