Capítulo 95

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Estevam

– Fazem quase 8 meses que estamos juntos e você não quer me apresentar para seus pais. Estou começando a achar que você não quer nada sério. Tirei a camisinha e amarrei, jogando no lixo.

– Eu precisava ter certeza que você não estava usando nada. Ana disse se cobrindo.

– Eu já entendi que coisas assim te fizeram sofrer, mas não vejo relação comigo. Coloquei uma cueca e me sentei na cama.

– Mas tem outros motivos pelos quais eu também não te apresentei aos meus pais. Ela se sentou na cama atrás de mim e beijou meu ombro.

– Quais? Olhei de canto para ela.

– Eu precisava ter certeza que você gosta de mim. Apertou minha pele e eu me levantei, olhando para ela.

– Porra! Não tá claro o suficiente que eu gosto de você? 8 meses te levando nos lugares e te apresentando como minha namorada, as noites que passamos juntos. Tudo isso apenas com você, com nenhuma outra, só contigo. Neguei com a cabeça e ri de nervoso. – Eu não estou ouvindo isso.

– Estevam, eu sei que você gosta de mim, mas já pensou, eu te apresento e a gente termina? Não só meus pais vão morrer de raiva de você, como eu também.

– Mas por que eu terminaria com você? Suspirei e voltei para a cama.

– Eu sei que você ainda pensa nela. Se sentou em meu colo e me deu um selinho. – A gente não conversa sobre isso, mas é bem nítido pra mim.

– Eu estou com você, ok? Segurei em seu rosto e ela assentiu, sorrindo. – Agora vai se trocar, vou te levar pra casa. Está tarde.

– Meu padrinho vai fazer uma festa, em família. Se levantou, deixando a coberta para trás.

– E o que tem? Arqueei a sobrancelha e me levantei também, colocando minha roupa.

– Que talvez seja o momento perfeito para você falar com meus pais. Sorriu, se vestindo.

– Ai, eu não sei não... prefiro algo mais íntimo. Sobre o que é a festa?

– Eu não sei, mas serão pouquíssimos convidados, algo bem íntimo mesmo.

– E se seus pais não gostarem de mim? Quando sua mãe me vir lá, vai fazer caras e bocas e pode rolar até um escândalo.

– Ela não vai fazer isso. Meu padrinho é muito influente e ela gosta de ser vista, sabe que se fizer algo que o desagrade, pode perder visibilidade e acabar me afetando também.

– Ok... Suspirei. – Quando será?

– Não sabemos ainda. Ele disse que estava aguardando que algo importante acontecesse e que depois disso, nos passaria uma data. Amarrou seu cabelo.

– E amanhã você vai vir pra cá novamente? A puxei pela cintura e beijei seu pescoço.

– O que eu ganho em troca? Arqueou a sobrancelha e colocou a mão em meu peito.

– Uma foda bem gostosa. Sorri e ela riu, se afastando de mim.

– Isso eu já tive hoje. Mordeu o canto dos lábios. – Amanhã eu te aviso. Pegou o capacete. – Vamos?

Ri em negativa e peguei meu capacete, saindo com ela de casa.

A deixei na portaria do condomínio e peguei o caminho de volta para casa. Antes, passei na arena para conversar com Cadu e fumar um pouco, já que agora, Ana revistava todas as minhas roupas em busca de maconha.

Eu menti para ela dizendo que havia parado, mas eu não faria isso apenas porque ela queria. Também não precisava usar estando com ela, muito menos perto dela e daquele modelo enxerido.

– Como vão as coisas? Cadu me entregou um cigarro e eu o paguei.

– Tudo tranquilo. Ascendi e traguei, soltando a fumaça em seguida.

– Jessica está gravida, ficou sabendo? Arqueei a sobrancelha e ri sarcástico.

– Ainda bem que não é meu. Neguei com a cabeça olhando tudo ao redor.

– Mas ela gostava de você. Olhou na mesma direção que eu.

– Eu sei, mas já deu pra metade desse povo. Mais rodada que pneu. Olhei para ele.

– Eu nunca peguei. Riu em rendição.

– Não está perdendo nada. Voltei a fumar e fiquei quieto.

Quando Cadu comentou sobre a Jessica, automaticamente me lembrei porque não nos falávamos mais. O nome do motivo era Laura, alguém que a tempos eu queria esquecer e não conseguia. E lembrando dela, me veio a mente sua gravidez também. Será que estava bem? Evitava olhar suas coisas nas redes sociais, mas imagino que se o bebê já não tiver nascido, está bem próximo.

– Você não vai voltar para o consultório? Cadu perguntou me tirando de meus pensamentos. – Ser modelo está te rendendo uma boa grana?

– Sim, mais do que eu imaginava. Estou guardando um dinheiro e pretendo abrir algo para mim no futuro. Olhei para ele. – Sem condição nenhuma de trabalhar para os outros.

– Isso é... Me ofereceu mais um e eu neguei.

– Vou nessa. O abracei e saí da arena.

Eu estava apreensivo com toda a questão de apresentação para os pais de Ana Laura que em alguns momentos pensava em desistir de toda essa loucura.

Eu gostava muito dela, mas isso de ter que falar com sua mãe me tirava do sério. Ela nunca iria aceitar nosso relacionamento e sentia que era perda de tempo toda essa cerimônia.

Fui para a casa de Estefani, para saber como ela estava. Nos falávamos quase todos os dias, mas fazia um tempo que eu não via minha irmã.

– Que surpresa boa. Estefani me abraçou forte. – Só não posso te dar muita atenção. Entrou em casa e eu entrei atrás.

– Por que? Fechei a porta e a observei se sentar no sofá com o notebook no colo.

– Estou trabalhando. Se concentrou no que fazia.

– A essa hora? Olhei no celular e já se passavam das 22h.

– Sim. Sr Gustavo vai fazer um pronunciamento na empresa daqui dois meses e ele está deixando todos malucos.

– Mas você não era secretária do Marcus? Arqueei a sobrancelha.

– Sim, mas como ele esta afastado desde que ficou doente e agora se separou, deve demorar mais para voltar, então estou trabalhando para o Gustavo.

– Espera... O que você disse? Me sentei de frente para ele. – Seu chefe se separou?

– Ai! Eu não deveria ter te contado isso. Bateu a mão na cabeça.

AmanteWhere stories live. Discover now