Capítulo 18

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Estava trocando algumas mensagens com Estevam, pois hoje seria nosso primeiro dia de fisioterapia. Havia escolhido o parque para iniciar e tentar convence-lo que eu já estava pronta para correr.

Coloquei minha roupa de academia na agência e fui andando até o parque central, onde ele estaria me esperando.

Cheguei no local marcado e comecei a me alongar, já que ele ainda não havia chego. Aproveitei para pensar em algo que eu pudesse fazer para salvar meu casamento.

– Você está tão longe... Estevam falou e eu o olhei assustada. – Pensando em algo? Me estendeu a mão para levantar, já que eu estava sentada na grama.

– Sim, mas nada que você tenha que saber. Suspirei e limpei minhas mãos.

– Ok! Está tudo bem? O tornozelo está no lugar?

– Sim! Inclusive queria saber se já posso voltar a correr. O olhei empolgada.

– Não. Ainda tem um período de recuperação para isso. Cruzou os braços.

– Mas eu quero o fazer logo. Eu não aguento mais ficar parada sem fazer nenhum exercício.

– Pois bem! Me olhou cético. – Corra até aquela arvore e volte. Apontou. – O mais rápido que puder.

Sorri irônica com o desafio e saí correndo até a árvore que ele havia indicado. Dei a volta na mesma e voltei até ele, até que senti uma fraqueza súbita no pé e cai no chão.

Ele correu preocupado até mim e se ajoelhou com um braço apoiado no joelho, me avaliando.

– Você está bem? É por isso que você ainda não está pronta para correr.

– E você me manda correr? Passei a mão pelo tornozelo, que latejava.

– Se eu não te provasse que você ainda não conseguia, você não acreditaria em mim. Riu. – Deixe-me ver. Tirou meu tênis e se sentou de frente para mim, pegando em minha perna e a apoiando em seu colo.

– Agora então vai demorar muito mais para que eu volte. Fiz uma careta de dor. Ele pegou com cuidado em meu pé e massageou meu tornozelo, me fazendo gemer de dor. – Você precisa tocar em mim para me tratar?

– Sim ué! Como vou saber se doí, sentir seu músculo, se eu não tocar em você? Apertou meu tornozelo e eu dei um grito de dor.

– Então cuida de mim, não me tortura. Fechei os olhos e os apertei. Ele continuou massageando com firmeza meu tornozelo e aos poucos a dor foi se aliviando.

– Vamos devagar agora, tudo bem? Colocou o tênis em meu pé e amarrou o cadarço com delicadeza. Se levantou e me estendeu a mão.

Peguei em sua mão e me levantei apoiando o pé com cuidado no chão. Passei as mãos na roupa para limpa-la.

– Como você consegue? O olhei de soslaio.

– Consegue o que? Começou a andar e eu acompanhei.

– Não estou mais sentindo dor. Como você consegue? Insisti.

– Eu estudei para isso Laura. Riu. – Mas aqui no parque não têm muito o que eu possa fazer. Os exercícios de caminhada e resistência seriam apenas após o tratamento manual.

– E o que você sugere? Parei em sua frente.

– Eu preciso tocar em você, manipular seu corpo e para isso você precisa estar deitada.

– Ok, vamos fazer na minha casa então.

– Sem problemas. É até melhor, porque seu marido estará lá. Riu sarcástico.

– Naquele dia ele não estava. Pisquei e me virei, voltando a andar. Senti sua mão encostar em minhas costas e ele me acompanhou.

– Então você não esqueceu como havia dito, não é mesmo? Sussurrou olhando para frente.

– Não fale besteiras... praguejei e respirei fundo, andando mais rápido.

– Não deveria ter lhe mandando ir para casa. Segurou em meu braço, me fazendo parar abruptamente. – Ande mais devagar, se não irá se machucar novamente. Me olhou sério.

– Acho que já acabamos por hoje, né? Ajeitei minha roupa.

– Sim! Poderíamos ter feito mais algumas coisas, se você não tivesse corrido feito louca. Deu alguns tapinhas no topo da minha cabeça.

– Então tchau! Até semana que vem. Fiz uma careta e me virei. Novamente ele segurou em meu braço e me puxou para si, fazendo nossos corpos colarem.

– Tchau. Se aproximou de meu lábio e eu virei o rosto. Ele riu rouco e deixou um beijo estalado em minha bochecha, me soltando em seguida.

Suspirei e me virei, saindo depressa de sua presença. Isso me desestabilizou por completo. Minhas pernas tremiam e eu só queria chegar logo em casa.

– O que foi amor? Marcus perguntou me olhando preocupado quando entrei em casa.

– Nada. Por que? Fui até a cozinha e tomei um copo de água.

– Você está branca, como se tivesse visto um fantasma. Se aproximou de mim.

– Estou bem. Dei um sorriso.

– Que bom. Pegou em minha mão e me levou até o quarto. – Tenho uma coisa pra te mostrar.

– O que? O acompanhei.

– Quero que use essa roupa no dia do coquetel. Me entregou uma sacola de papel.

Me sentei na cama e abri, tirando um vestido de dentro. Era vermelho, curto e justo, com as costas nuas. Era de fato lindo.

– Será que serve? Ri olhando. – Como não estou correndo, talvez tenha ganhado uns quilinhos.

– Amor, você está linda. Marcus disse me olhando nos olhos. – Ele vai servir sim. Aliás, experimente.

– Preciso tomar um banho antes. Sorri sem graça com seu elogio.

Fui para o banheiro e tirei a roupa, tomando banho em seguida. Talvez ele já tivesse até desistido de me ver com o vestido, já que resolvi lavar o cabelo.

Sai enrolada na toalha e ele estava sentado na cama, me esperando. Tirei a toalha em sua frente e ele endireitou seu corpo na cama, me olhando de baixo a cima.

Peguei o vestido e o coloquei, passando primeiro as pernas e depois os braços. Me virei de costas, para que ele fechasse o zíper.

– Só peço que coloque uma calcinha no dia. Sussurrou em meu ouvido de forma sensual, subindo o zíper.

Mordi o lábio e sorri, me virando para ele.

– O que achou?

– Ficou perfeito. Sorriu de orelha a orelha. – Espero que ninguém olhe para você. Riu e se aproximou, me abraçando. – Se não eu arranco os olhos.

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