Capítulo 99

364 20 3
                                    

Eu literalmente apaguei. Depois que o médico pegou Gabriela de meus braços e Marcus o acompanhou, eu dormi. Não vi absolutamente nada. Estava exausta do parto que durou cerca de 2 horas após eu chegar no hospital.

Quando acordei, não muito tempo depois, percebi que já estava no quarto. Olhei para a janela e vi que ainda estava escuro e visualizei a silhueta de Marcus em pé, em frente a um berço.

– Marcus... Sussurrei e ele olhou surpreso para trás.

– Ja acordou...? Se aproximou da cama.

– Sim, como a Gabriela está? Tentei olhar por trás de seu corpo.

– Está bem, forte e saudável. Agora está dormindo. Se afastou um pouco me dando a visão total do berço.

– Eu não vi nada depois do parto. Passei as mãos no rosto.

– O médico disse que é normal, porque você usou muita energia, mas daqui uns dois dias ele vai te dar alta.

– Tudo isso? Arqueei a sobrancelha. – Achei que já pudesse ir embora hoje mesmo.

– Não... ele quer observar Gabriela, por ter nascido um mês antes do previsto. Embora saudável, ele quer saber se não encontra nenhuma anormalidade.

– Entendi... menos mal então. Dei um sorriso forçado. – Você pode trazê-la aqui? Pedi para Marcus que foi até o berço e pegou Gabriela com cuidado.

– Aqui está... Falou baixo e me entregou nos braços.

Peguei ela com cuidado e a aninhei com o cobertor que estava envolto dela. Gabriela era tão perfeita que nem em meus melhores sonhos poderia imaginar sendo sua mãe.

Eu ainda estava boba com essa palavra... mãe! Eu finalmente me tornei mãe, não da forma como eu queria, mas sim, sou mãe a partir de agora.

– Eu te amo, minha pequena... Sussurrei olhando para Gabriela e sorrindo em seguida.

– Nesses primeiros dias do nascimento da nossa filha, você poderia ficar lá em casa. Assim eu te ajudo a cuidar dela. Marcus sugeriu se aproximando da cama.

– Não vai rolar. Estamos em processo de divórcio, você não entendeu que não tem mais volta Marcus?

– Achei que com o nascimento da Gabi, algo poderia ter mudado. Suspirou.

– Nada mudou! Nem o fato de você ter tido outro filho, com outra mulher que aliás já deve ter nascido, não é mesmo? Arqueei a sobrancelha.

– Já... Falou baixo. – É um menino.

– Porque não sugere isso para sua amante? Aposto que a rede de apoio dela é muito menor que a minha. Voltei meu olhar para Gabriela.

– Mas você é minha esposa! Teimou.

– Em breve, ex-esposa! O corrigi e ouvimos um bate na porta.

Nós dois olhamos para ela e ele foi até lá, abrindo-a em seguida. Gustavo estava lá, parado e entrou após a permissão de Marcus.

– Parabéns pela filha! Deu uns tapinhas no ombro de Marcus e se afastou, vindo até mim.

– Obrigado! Como soube? Fechou a porta. – Bom... isso não importa! Estava comentando aqui com Laura que ela deveria ir pra casa comigo, não é?

– Não... Gustavo beijou minha testa e olhou sorrindo para Gabriela. – Porque ela vai comigo.

– Como assim? Marcus riu sarcástico. – Achei que aquela surra que te dei naquele dia tinha sido suficiente pra você entender que Laura não é para seu bico.

– Marcus, estamos juntos desde aquela época. Laura já mora comigo. Gustavo apertou a sobrancelha.

– Isso são horas de brincar? Continuou rindo.

– Não é brincadeira, Marcus! O repreendi e olhamos sério para ele.

– Eu não acredito nisso! Marcus falou bravo e veio em passos duros até a cama, mas foi impedido por Gustavo que o segurou.

– Se tentar algo eu não terei medo de te bater até morrer! Gustavo resmungou ríspido.

– Eu vou tirar nossa filha de você! Você não merece ser mãe! E quanto ao divórcio? Esqueça! Eu não irei assinar. Marcus falou irritado e saiu do quarto, batendo a porta atrás de si, o que fez com que Gabriela acordasse.

– Gustavo, pode chamar a enfermeira? Tentei acalma-la.

Gustavo saiu depressa do quarto e voltou com a enfermeira instantes depois.

– Ela está com fome, mamãe. A enfermeira me olhou e eu a olhei perdida.

– Como eu faço isso? Suspirei.

– Vamos lá... Com licença! A enfermeira abriu o avental que me vestia, puxando-o para baixo e deixando meu seio a mostra.

Olhei de soslaio para Gustavo, um tanto envergonhada, e ele se virou, olhando pela janela.

– Aproxime-a de seu seio e ela vai sentir o cheiro do leite. Fiz o que a enfermeira pediu e ela foi se acalmando.

A enfermeira pegou com cuidado em meu seio e passou meu mamilo pelo lábio de Gabriela, que o abocanhou devagar. A sugada era bem sutil, mas eu sentia que ela estava mamando.

– Pronto. Sorriu. – Depois que ela soltar, dê alguns tapinhas de leve em suas costas para que ela consiga golfar. Se afastou. – Com licença. Saiu do quarto.

Gustavo voltou a me olhar e colocou as mãos no bolso da calça, sorrindo para a cena.

– Eu não sei se era a hora de contar pra Marcus sobre nós dois. Você ouviu o que ele disse? Olhei aflita para Gabriela.

– Ele não vai tirar sua filha de você, pode ficar tranquila.

– Mas ele vai tentar e só de pensar na possibilidade eu já fico nervosa. Suspirei.

– Eu estou aqui e protegerei as duas. Foi até o banheiro do quarto e lavou as mãos, voltando em seguida e se sentando ao lado da cama. – Ela é tão pequena. Sorriu passando o dedo devagar pela cabeça careca de Gabriela.

– Sim. Olhei para Gustavo. – Obrigada por tudo! Sorri ladino.

– Não precisa me agradecer, eu já falei que estarei sempre ao seu lado. Agora ao lado das duas! Beijou a cabeça da Gabriela.

Depois de longos minutos sugando meu mamilo, Gabriela o soltou e ficou abrindo e fechando seus pequenos lábios sujos de leite, como se estivesse saboreando o gosto dele.

Subi meu avental e fiz exatamente o que a enfermeira pediu. Apoiei sua cabecinha em meu ombro, ja coberto com uma fralda, e dei leves batidinhas em suas costas, ate que ela golfasse sobre o tecido.

AmanteWhere stories live. Discover now