Capítulo 76

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– Você está aí... Me virei rapidamente e Laura vinha em minha direção.

– Sim Ana Laura. Sorri sarcástico e ela me deu um tapa leve no braço.

– Laura para os mais íntimos. Sorriu ladino.

– Eu gosto de Ana. Inclusive prefiro te chamar desta forma. Olhei sério para ela.

– É por causa daquela outra Laura? Abaixou os olhos e depois os levantou, me encarando.

– Sim... Suspirei e ela tombou a cabeça para o lado, como se quisesse decifrar algo em mim.

– Ela é casada Estevam... Sussurrou e eu assenti. Ela soltou um longo suspiro. – Pode me chamar de Ana então. Sorriu forçado.

– Você está bem? Perguntei passando a mão em seu rosto e ela assentiu.

– Eu fui ao ginecologista. Falou baixo e me olhou nos olhos. Está tudo certo... os exames de sangue também e ele me passou um anticoncepcional, mas não sei se é uma boa tomar isso.

– Por que? Peguei em suas mãos.

– Porque se meus pais descobrem eu estou ferrada, fora que eu tenho que continuar sendo magra, para modelar e, o médico disse que eu posso ficar inchada, com retenção de líquido. Me olhou apreensiva.

– Você tem que fazer o que é melhor para você. Beijei sua testa. – Camisinha não evita apenas gravidez, então é importante usar. Eu fui muito irresponsável com você e te deixei em uma situação complicada. Passei a mão em seu rosto. – Me desculpe por isso.

– A culpa não é só sua. Se eu não quisesse, era só ter recusado. Mas obrigada por estar aqui ainda. Sorriu ladino. – Só digo uma coisa, é horrível abrir as pernas pra uma pessoa que você não conhece. Que vergonha que passei!!! Fora que dói pra caramba.

– Ainda bem que é apenas uma vez no ano. Rimos juntos.

– Mesmo assim. Se aproximou e apoiou as mãos em meus ombros. – Por enquanto, eu quero abrir as pernas apenas para uma pessoa. Sussurrou em meu ouvido e eu estremeci. Ela se afastou e me olhou, mordendo o canto dos lábios.

– Acho que você já bebeu demais. Sorri e fomos interrompidos pela mãe de Laura.

– Ana Laura! Falou alto da porta. – Quero conversar com você. Por favor! A aguardou e ela revirou os olhos.

– Nos falamos mais depois. Foi até sua mãe e as duas entraram.

Ri sozinho e voltei a olhar para o ambiente. Essa menina ainda me deixaria louco. Voltei para dentro da casa, mas ao passar em frente a cozinha, ouvi a mãe de Laura discutir com ela.

– Você não pode ser amiga desse menino. Ele é todo tatuado Ana Laura, sabe-se lá de onde veio.

– Mãe ele é uma ótima pessoa e é modelo, assim como eu.

– Filha, eu já investi muito dinheiro em você, para que simplesmente jogue tudo para o ar com uma pessoa sem futuro. Se afaste dele, ou eu mesma farei com que isso aconteça!

– Com licença. Pigarreei e entrei na cozinha. Laura me olhou assustada e sua mãe continuava me olhando com desdém. – Eu acabei ouvindo o que você disse de mim, sem me conhecer.

– Eu não te conheço, mas conheço gentinha como você e sei que não tem nada a acrescentar na vida da minha filha. Acabou de entrar na agência e ja se acha modelo internacional.

– Desculpe, mas eu discordo de tudo o que acabou de dizer e insisto em dizer que a senhora não me conhece. Me aproximei. – Sabe por que me tornei modelo? Porque com o salário que eu ganhava, mal podia sustentar minha família.

– É pra isso que temos que estudar, fazer uma faculdade e conseguir um trabalho digno. Você não é digno com essas tatuagens de drogado.

– Pelo contrário. Eu sou mais digno que a senhora, que pensa dessa forma. Eu sou fisioterapeuta e pós-graduado. Ser modelo justamente me trouxe mais "grana" do que a profissão que eu resolvi seguir. As tatuagens são apenas uma arte que eu gosto de estampar no meu corpo, mas isso não me torna menos batalhador que a senhora!

A mulher me olhou espantada e ao mesmo tempo com raiva por estar tão errada sobre mim. Ela saiu do ambiente bufando me deixando junto com Ana Laura.

– Desculpe por isso Estevam! Minha mãe é uma sem noção...

– Você não tem que se desculpar por nada, você não têm culpa nenhuma. Suspirei.

– Mesmo assim. Chegou perto e me abraçou. – Me tira daqui... Sussurrou em meu ouvido.

– Como assim? Arqueei a sobrancelha.

– Me leva pra algum lugar. Não quero ficar aqui.

– Eu vim de moto e só trouxe um capacete, não vou arriscar sua vida. Olhei em seus olhos.

– E se eu conseguir outro capacete? Você me leva?

– Levo, mas pra onde? Ela saiu correndo e me deixou sozinho na cozinha. Resolvi esperar que ela voltasse.

Ela voltou após alguns minutos com um capacete mais caro que minha moto. Arregalei os olhos e ela sorriu.

– Vamos? Estendeu a mão e ao pega-la, Ana me puxou.

Passamos pela parte de trás da casa, para que não nos vissem e chegamos à garagem, onde havia deixado minha moto. Peguei o capacete e coloquei, subindo na mesma. Ana Laura subiu atrás e passou as mãos por minha cintura.

– Para onde vamos? Perguntei enquanto ligava a moto.

– Vamos para a sua casa.

Dei partida na moto e saí depressa da casa, antes que dessem falta de nós dois. Saí do condomínio e peguei a estrada de volta para a cidade.

Estava extremamente envergonhado por leva-la em minha casa, depois de ver tanto luxo em sua casa.

Quando chegamos, ela desceu da moto e retirou o capacete, olhando em volta.

– Eu não queria te trazer aqui. É muito inferior aos lugares que você costuma frequentar.

– Estevam, eu não me importo com esse tipo de coisa e achei que já tivesse deixado bem claro isso. Pegou em meu braço e me olhou nos olhos. – Se eu não deixei, digo agora que não me importo se você é rico ou pobre, gosto de você do mesmo jeito.

– Você não existe... Sorri e entramos no prédio. Achei que Estefani ainda estaria aqui, mas pelo visto ela já foi embora.

AmanteWhere stories live. Discover now