Capítulo 24

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Estava terminando de fazer a maquiagem para o coquetel. Ainda tinha que terminar o cabelo e pensei porque fui inventar de fazer tudo sozinha.

– Amor, essa maquiagem já está boa. Marcus disse enquanto vestia sua calça. – Vamos nos atrasar desse jeito.

– Eu já estou acabando. Não me apresse. Resmunguei enquanto passava o batom.

Coloquei o vestido e Marcus o fechou para mim. Soltei as presilhas que estavam em meu cabelo e passei um antifrizz.

– Como estou? Me virei para ele e ele me olhou de baixo a cima.

– Faltou o salto. Sorriu arrumando sua gravata.

Me abaixei e coloquei o sapato que escolhi. Peguei a bolsa e me virei novamente para ele.

– E agora? Arqueei a sobrancelha.

– Está perfeita. Beijou minha testa. – Vamos?

– Sim. Sorri e o segui.

Confesso que o sapato estava incomodando um pouco o tornozelo machucado, mas nada que não desse para aguentar algumas horinhas.

O fim da tarde estava espetacular. Passei a mão pela perna de Marcus enquanto ele dirigia e eu observava o céu pela janela.

– Você está nervoso? O olhei.

– Um pouco. Está tão na cara assim? Me olhou de soslaio.

– Não. Ri. – Foi apenas uma pergunta aleatória.

Quando chegamos no local marcado, já haviam várias pessoas se cumprimentando e entrando no prédio onde o coquetel ocorreria. Haviam alguns seguranças também e jornalistas, como Marcus havia comentado.

O manobrista abriu a porta para que eu saísse e Marcus saiu logo em seguida. Passei minha mão por seu braço e subimos por um escadaria que tinha na entrada.

Quando entramos, pude ver o quão luxuoso era o prédio. Marcus tinha razão em se preocupar com o que eu vestiria, visto que todos estavam muito bem vestidos com roupas de grife.

Logo começaram a se aproximar de nós e cumprimentar Marcus, lhe dando os parabéns.

– Essa é minha esposa, Laura. Ele disse me apresentando para alguns executivos.

Não pude deixar de reparar em alguns olhares maliciosos para mim, e acredito que Marcus também não, pois passou a mão por minha cintura e me grudou em seu corpo.

– Essa que é a famosa Laura? Um homem elegante se aproximou e pegou em minha mão, deixando um beijo singelo.

– Oi Gustavo! Isso mesmo. Marcus sorriu. – Amor, este é o Gustavo, um dos donos da empresa.

– Prazer! Sorri ladino.

– Laura, posso roubar seu marido por alguns minutos? Assenti positiva e os dois saíram de perto para conversar em outro lugar.

Peguei uma taça de espumante que passou por mim e observei o movimento. Sozinha me sentia muito mais vulnerável perto de tantos homens.

Uma mulher se aproximou e sorriu antipática.

– Você é a Laura? Perguntou.

– Sim e você é? Arqueei as sobrancelhas.

– Sonia, noiva do Gustavo. Me avaliou de cima a baixo.

– Prazer Sonia. Me virei e revirei os olhos. – Acho que meu marido está me chamando, até mais. Me afastei devagar e ela foi conversar com outras mulheres.

O garçom passou com a bandeja e eu depositei a taça do líquido que já havia bebido, puxando sua camisa em seguida.

– Pois não? Falou cordialmente.

– Tem alguma coisa mais forte aqui? Supliquei pela informação.

– Sim, ali no bar. Apontou.

– Obrigada! Sorri de orelha a orelha e me dirigi até o bar.

– O que vai querer senhora? O barman perguntou.

– Eu quero o que tiver de mais forte, mas você pode fazer um favor? Cheguei mais perto. – Coloque numa taça dessas de espumante.

– Ok. Ele pegou uma garrafa e colocou o líquido na taça.

A peguei e sai procurando por Marcus. Ele estava dando uma entrevista ao lado de Gustavo e parecia muito feliz.

Sorri e ele me olhou de longe. Dei um tchauzinho e ele piscou, voltando sua atenção para a câmera.

Andei pelo salão, que não era pequeno, e encontrei uma mesa com alguns aperitivos. Experimentei, mas quase todos eram sem graça e sem sabor.

– As pessoas gostaram de você. Marcus me abraçou por trás.

– Eu percebi, todos estão olhando para mim. Me virei para ele.

– Você não está bebendo espumante. Chegou perto de meus lábios e sentiu o cheiro. – Onde conseguiu isso?

– No bar. Ri e tomei mais um gole.

– Daqui a pouco acaba e poderemos ir embora. Olhou em volta. – Eu vou ao banheiro.

– Ok! Continuarei aqui. Sorri e ele se virou, saindo de perto.

Fui para o bar novamente e pedi que o barman enchesse novamente minha taça. Ele o fez e bebi ali mesmo.

Depois de alguns minutos sem a presença de Marcus, comecei a ficar preocupada. Olhei em volta e não o encontrei. Me aproximei de Gustavo e perguntei próximo a ele:

– Você viu Marcus?

– Eu pedi que ele fosse a sala dele pegar um presente que deixei em cima da mesa.

– Onde é essa sala? Perguntei olhando em volta.

– No 8º andar. Apontou para o elevador.

– Ok! Com licença. Saí de perto e fui até o elevador. Apertei o 8º andar e aguardei que a porta se abrisse novamente.

Quando a porta abriu, pude observar meia luz, algumas portas que davam para algumas salas, mas não tinha ninguém. Saí do elevador e passei a procurar em todas as salas.

Uma em especial me chamou atenção, a porta estava aberta, mas as luzes apagadas, exceto por uma outra porta dentro desta sala que dava para um ambiente com luzes acesas. Me aproximei e pude ouvir alguns sussurros.

– Aqui não. A Laura pode descobrir. Ouvi a voz de Marcus cochichar.

– Uma hora ou outra ela vai descobrir mesmo! Uma voz feminina o respondeu e ouvi um barulho de zíper. Coloquei as mãos na boca e não consegui acreditar no que estava ouvindo.

Não tive coragem nem mesmo para ver o que acontecia ali, apenas saí da sala e fui rapidamente até o elevador. Cliquei insistentemente no botão e algumas lágrimas começaram a rolar por meu rosto.

Ele havia dito que não me traiu e olhando nos meus olhos e me deparo com isso, logo no dia que era para ser o mais feliz de sua vida e carreira. Entrei no elevador e limpei as lágrimas rapidamente para que ninguém me visse chorando.

Passei pelo salão em direção a saída e vi que Gustavo tentou me chamar, mas continuei andando sem olhar para trás.

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Será que ela fez bem em não ter olhado com quem Marcus estava? 👀

AmanteWhere stories live. Discover now