Capítulo 23

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Hoje o Estevam pegou pesado comigo na fisioterapia. Começamos a tratar o tornozelo machucado e esse sim era um treino dolorido.

– Quero que a fisioterapia volte a ser só massagem. Apertei os olhos ao sentir o tornozelo doer, enquanto eu apertava uma bolinha nos dois calcanhares.

– Vamos você consegue. Estevam me encorajou. – 3, 2, 1... pode soltar. Soltei a bolinha e minhas pernas caíram pesadas sobre a maca.

Tentava recuperar o fôlego que perdi enquanto segurava a respiração e ele me olhava risonho.

– O que foi? Respirei fundo.

– Você tem que fazer o exercício e continuar respirando. Vai acabar morrendo sem ar quando eu aumentar o tempo. Pegou um elástico e me entregou.

– Falar é fácil... sou eu quem está deitada aqui fazendo isso. Revirei os olhos e peguei o elástico, enquanto ele passava a extensão por meu pé.

– Ok! Falou rígido. – Agora respirando, puxe o elástico e estique o pé o máximo que conseguir, depois volte e faça o movimento novamente por 5 vezes.

– Essa é fácil. Sorri competitiva e comecei a fazer.

– Não! Está fazendo errado. Vá devagar e respirando. Respira com o nariz e solte o ar pela boca. Cruzou os braços e parou ao meu lado.

Fiz o que ele pediu e quando terminei o exercício, entreguei o elástico para ele.

– Preciso de uma massagem! Apertei meu pescoço. – Esses exercícios me deixaram mais tensa do que já estava.

– Eu faço massagens. Disse sem me olhar, colocando os equipamentos na mochila.

– Você tem horário vago? O olhei.

– Para quando? Se levantou e me olhou.

– Para agora. Ri.

– Não prefere que seja em algum lugar mais reservado? Falou baixo e olhou para a porta, se aproximando. – Eu posso fazer outras coisas além da massagem em você. Sussurrou em meu ouvido e eu me arrepiei dos pés a cabeça.

– Para com isso! Falei brava. – Não aconteceu nada. Esquece essa história Estevam.

– E se eu não quiser? Me olhou convencido.

– Eu serei obrigada a não contratar mais você. Me levantei da maca. – Não quero mais a massagem, você só me deixa mais estressada do que já estou. Apertei o pescoço.

– Deite aqui. Farei a massagem. Me olhou com a mão em cima da maca.

Suspirei e voltei para ela, me deitando de costas. Ele passou as mãos por meu cabelo e colocou para o lado, passando as mãos nos meus ombros em seguida.

Estevam começou a massagea-los e eu fechei os olhos com o relaxamento instantâneo. Suas mãos eram de anjo. Era engraçado o fato de que seu toque podia me relaxar por completo.

– Está bom? Ele perguntou ainda massageando minhas costas. Sorri e assenti positivo.

Após uns 30 minutos trabalhando em mim, Estevam encerrou a massagem colocando meu cabelo no lugar.

– Se eu pudesse, te pagava para ficar o dia todo fazendo o que fez agora. Ri e ele riu também.

– Infelizmente tenho que atender a outros clientes. Me levantei da maca e ele a fechou. – Já vou. Te vejo daqui dois dias. Faça os exercícios que te prescrevi para o tornozelo e em breve você voltará a correr. Saiu do quarto e eu fui atrás.

O acompanhei até a porta e a fechei quando ele saiu.

– O que você achou dele? Me sentei ao lado de Marcus.

– De quem? Disse sem tirar os olhos do notebook.

– Do fisioterapeuta... Apoiei os pés em seu colo.

– Ah... não sei. Normal? Me olhou. – Só achei ele um pouco novo.

– Eu também acho, mas ele é bom no que faz. Sorri.

– Fico feliz que esteja em boas mãos. Tirou meus pés de seu colo e se levantou para atender seu celular.

Suspirei e me levantei também. Fui para o quarto e comecei a experimentar as sandálias que eu tinha, para saber qual combinaria mais com o vestido que eu usaria no coquetel.

Estava com uma baita vontade de voltar a trabalhar, mas já havia cancelado todos os compromissos nesta semana para conseguir terminar tudo no apartamento.

Eu não sei se esse novo emprego de Marcus vai ser bom ou ruim, pois ele nem começou e já está atarefado dessa forma. Imagina quando tiver que sair de casa todos os dias.

Precisava encontrar algo para me distrair enquanto ele não me dava nem um pouco de atenção. Eu nunca vi uma mulher ficar nua na frente de um homem e ele simplesmente não ligar para isso. Marcus deve ter perdido o desejo por mim. Essa é a única explicação plausível.

Antigamente ele fazia de tudo para que ficássemos a sós, pois mal tínhamos tempo para transar. Hoje em dia, o quão longe ele conseguir ficar de mim, melhor para ele.

Fui para a cozinha e comecei a fazer o almoço. As panelas ainda estavam uma bagunça e acabei fazendo mais barulho que o normal para encontrar o que eu queria.

– Quer ajuda? Marcus falou próximo de meu ouvido e senti suas mãos abraçarem minha cintura.

– Eu acho que já consegui. Ri e me virei para ele.

– Com esse barulho todo eu não consigo trabalhar. Coçou a cabeça.

– Devo eu então fazer mais barulho para que você me dê atenção? Arqueei uma sobrancelha e ele riu.

– Eu te ajudo no almoço. Você sempre foi um desastre na cozinha. Beijou minha testa e eu agarrei sua camiseta, o fazendo ficar mais próximo de mim.

– Marcus, você ainda me ama? Olhei em seus olhos e ele sorriu ladino.

– É óbvio que sim. Por que está fazendo essa pergunta? Apoiou as mãos na pia.

– Por nada. Sorri e lhe dei um selinho demorado. Ele subiu sua mão por minhas costas e pegou em minha nuca.

– Eu te amo sua boba. Mordeu meu lábio e eu passei a língua pelo seu, iniciando um beijo. Marcus retribuiu e apertou minha nuca, brincando com minha língua.

Passei a mão por baixo de sua camiseta e ele sorriu entre o beijo.

– Não quero comer comida queimada. Me soltou e se afastou, indo para o fogão checar as panelas.

Suspirei e voltei o corpo para a pia, terminando de cortar uma cebola.

AmanteWhere stories live. Discover now