Capítulo 33

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Laura

Esquecer Estevam não estava sendo tarefa fácil. Lembrava dele a todo tempo e nessas 2 semanas que se passaram a única coisa que saiu de mim, foram as marcas que ele deixou.

– Bom dia. Marcus me abraçou por trás na cama.

– Bom dia. Sorri ladino. – Tenho alguns clientes agora de manhã. Bocejei me descobrindo.

– Mas esses clientes podem esperar um pouco, não é? Me cobriu novamente e me puxou para ele.

– Eu não sei se quero agora. O olhei e seu semblante mudou.

– Quer dizer que você me trai, porque eu não te sacio na cama, mas quando eu invisto, você não quer? Falou sério.

– Agora tudo vai ser motivo pra falar disso? Me sentei na cama e meu estômago embrulhou. Coloquei a mão na boca e levantei correndo, indo para o banheiro.

Me abaixei no chão e comecei a vomitar dentro do vaso. Marcus apareceu no banheiro e pegou em meu cabelo, me observando enquanto eu vomitava.

– Está tudo bem? Ele perguntou.

– Sim. Acho que foi a comida que eu comi ontem na agência. Vomitei novamente.

– Quer ir ao médico? Neguei com a cabeça e peguei um pedaço de papel higiênico, limpando meus lábios.

Marcus soltou meu cabelo e eu me levantei do chão, dando descarga e lavando a boca na pia em seguida.

– Eu preciso sair agora, porque tenho alguns atendimentos hoje. Se eu me atrasar, vou atrasar o compromisso que temos mais tarde. O olhei.

– Está bem! Vá trabalhar, mais tarde nos vemos. Saiu do banheiro.

Tomei um banho e me vesti, indo para a agência em seguida.

A manhã foi bem corrida, com um atendimento atrás do outro. Já a tarde, eu aproveitei para adiantar algumas reservas que tinha de fazer.

Trabalhar intensamente era o único remédio para não lembrar dele. O relacionamento com Marcus uma hora ficaria insustentável, pois tudo é motivo para jogar minha traição na cara.

Não almocei, devido ao embrulho no estômago e resolvi tomar apenas um suco na lanchonete de esquina, antes de ir pra casa.

Quando cheguei, Marcus já estava se arrumando. Hoje teríamos uma reunião para que eu assinasse o contrato com a empresa em que ele era sócio.

– Vai se arrumar, se não vamos nos atrasar. Marcus me encarou. – Você está bem?

– Sim. Abri o guarda roupas e peguei um vestido, o posicionando em cima da cama.

– Não parece! Pegou em meu queixo e o virou para si. – Está pálida. Me analisou.

– Estou bem, é só o estômago que ainda esta um pouco embrulhado. Tirei sua mão de meu rosto.

Tomei um banho e tentei relaxar diante da água quente. Fui interrompida pelo alerta de horário que Marcus fez questão de dar.

Coloquei o vestido e um scarpin que havia escolhido para a ocasião. Passei uma maquiagem para aliviar a cara pálida e Marcus e eu saímos.

Enquanto ele dirigia, tentava puxar alguns assuntos vagos que eu não dava muita atenção. Por mim cancelaria esse compromisso e não sairia de casa hoje.

– Você está nervosa? Abriu a porta do carro para mim e eu saí, olhando aquele prédio enorme.

– Não, talvez um pouco ansiosa. Sorri ladino lembrando que um dos donos me viu correndo no dia do coquetel.

– Então vamos. Estendeu o braço e eu enrosquei o meu.

Entramos no prédio e ele chamou o elevador. Estava preocupado com sua aparência, pois sempre arrumava seu paletó ou olhava em algum reflexo.

Quando chegamos no 8º andar, me lembrei do fatídico dia em que achei que Marcus estava me traindo. Tinham muitas pessoas trabalhando, e que nos olhavam conforme íamos avançando no corredor.

Vi algumas pessoas cochichando em cantos e fiquei curiosa com o que poderiam estar falando.

– Vou trabalhar ali. Marcus apontou para uma mesa e uma cadeira.

– No corredor? Ergui a sobrancelha.

– Não, ali é o local da secretaria. Eu vou ficar ali dentro da sala. Apontou para uma porta.

– Entendi! Sorri. – Aqui só tem homens? Digo na diretoria.

– Sim. Se aproximou de uma mesa. – Pode dizer ao Gustavo que chegamos?

Uma mulher olhou para ele e assentiu, pegando o telefone e falando algo baixo.

– Podem entrar. Ela sorriu desligando o telefone.

Marcus me puxou com delicadeza e entramos em uma das salas. Gustavo se levantou e tinha um outro homem de costas, mexendo em um notebook.

– Como está? Gustavo abraçou Marcus e eles trocaram tapinhas nas costas.

O outro homem se levantou e me olhou, cumprimentando Marcus.

– Tudo bem Laura? Gustavo se aproximou e me deu um beijo demorado na bochecha.

– Sim e você Gustavo? Sorri sem graça, um pouco corada talvez, pela pouca distância.

– Bem! Esse aqui é Felipe, o outro dono. Não pôde estar aqui no coquetel. Apertou o ombro do outro homem, que se aproximou de mim.

– Prazer Laura. Também me beijou na bochecha, um pouco mais ousado que Gustavo, colocando a mão em minha cintura.

– Prazer. Sorri ladino, me desvencilhando dele e indo até Marcus. Confesso ter ficado sem graça com a proximidade dos dois.

– Vamos ao que interessa? Gustavo indagou e Marcus puxou a cadeira para que eu me sentasse.

Conversamos por algum tempo sobre como eu poderia contribuir com a empresa e quais ideias que eu tinha. Ao final, assinamos o contrato e eu me despedi, novamente ficando sem graça com a proximidade dos dois.

Não posso negar que eram homens bonitos, e incluía Marcus neste meio, mas fiquei pensando em como as mulheres daqui devem sofrer estando próximas a eles.

– O que você achou? Gostou? Marcus disse dando partida no carro.

– Sim. São bem simpáticos. Sorri colocando o cinto.

– Quer ir para algum lugar agora? Talvez jantar fora? Passou a mão em minha perna.

– Podemos ir em um restaurante japonês? O olhei e ele assentiu positivo.

– Você lembra do Felipe falando quando caiu de bunda no chão na frente de todos os executivos na festa de final de ano? Disse parando o carro no semáforo.

– Sim. Comecei a rir lembrando dele contando a situação. – Como pode né?

Ouvimos um barulho de moto muito alto ao lado do carro e Marcus fechou a janela com rapidez, pensando se tratar de um assalto. Quando o semáforo abriu, a moto arrancou na frente e o piloto olhou para dentro do carro.

Eu conhecia aqueles olhos. Tinha certeza disso! Era Estevam...

AmanteWhere stories live. Discover now