Capítulo 100

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– Você não acha melhor eu ir para meu apartamento? Disse entrando na casa de Gustavo. – Ela é uma recém nascida, vai chorar de madrugada, terei de ter tantos cuidados e você precisa trabalhar.

– Não, eu quero que fique aqui, ainda mais depois do que Marcus disse. Não vou te deixar sozinha. Fechou a porta atrás de si. – Eu tenho uma surpresa pra você. Sorriu de canto.

– Ai meu Deus. Comecei a rir e coloquei a cadeirinha de Gabriela no chão, a soltando e pegando-a no colo.

– Vem... Andou na frente e subiu as escadas.

Fui atrás dele e ele parou em frente a última porta do corredor superior. Ele me olhou animado e arqueou as sobrancelhas, abrindo a porta lentamente. Ao entrar, pude visualizar um quarto todo rosa com um berço e alguns móveis. Meus olhos se encheram de água e eu sorri feliz.

– Gustavo... eu não tenho palavras... Funguei e ele se aproximou, pedindo a Gabriela.

A entreguei com cuidado e ele a pegou no colo devagar, sorrindo para mim enquanto eu explorava todos os móveis.

– Foi tudo feito às pressas, mas eu acho que ficou bom. Ainda bem que você ficou esses dois dias no hospital. Riu rouco.

– Eu nem sei como agradecer... Segurei no encosto do berço e olhei sorrindo para ele. – Eu nem tenho como pagar isso.

– É um presente. Como você vai ficar aqui comigo, depois que nos casarmos, acredito que a Gabriela também passará um bom tempo nessa casa.

– Depois que o que? Engasguei e olhei para ele.

– Que nos casarmos. Sorriu. – Porque nós vamos nos casar, não é? Arqueou a sobrancelha.

– Nós nem namoramos ainda. Sorri sem graça e peguei Gabriela de seu colo com cuidado.

– Nós somos muito mais que namorados Laura, e você sabe disso. Passou a mão em meu rosto. – Mas se é assim... você aceita namorar comigo? Agora não é segredo pra ninguém. Piscou.

– Eu tenho medo de Marcus usar isso contra mim e tirar Gabriela. Nós ainda somos casados, querendo ou não. Olhei aflita para ele.

– Você tem um dos melhores advogados te defendendo. Isso não é vai acontecer! Eu só não sei se Marcus vai querer continuar sendo sócio da empresa depois da briga no hospital. Coçou a cabeça.

– Ele vai ser muito burro se sair, porque você é um ótimo sócio. Sorri ladino.

– E então? Estamos namorando? Colocou as mãos na cintura e sorriu.

– Sim. Me aproximei e lhe dei um selinho. – Obrigada!

– Não agradeça meu amor. Passou a mão por meu rosto. – Quero ser como um pai para essa boneca. Passou o dedo sobre o rosto de Gabriela. – E quem sabe não tenhamos o nosso em breve também. Passou a outra mão por minha cintura.

– Mas você... Olhei confusa para ele.

– Sim, eu sou estéril, mas lembra que eu disse ter alguns espermatozoides guardados? Eu quero ser pai, de verdade! Beijou minha testa.

– Por inseminação? Perguntei e ele assentiu.

– Você não quer ser mãe novamente? Me olhou.

– É que é uma experiência nova ainda. Sorri sem graça e olhei para Gabriela. – Como ela acabou de nascer, vamos dar tempo ao tempo e mais pra frente decidimos isso, pode ser?

– Claro! Sorriu desanimado como se esperasse uma outra resposta.

Fui até o berço, que já estava arrumado, e coloquei Gabriela, a cobrindo em seguida.

– Estou pensando em contratar uma babá, para te ajudar com ela. Gustavo colocou as mãos no bolso.

– Eu não acho que seja necessário. Olhei de soslaio para ele. – Você já está gastando muito dinheiro com a gente.

– Mas eu quero ter momentos a sós com minha namorada e futura esposa, e nesses momentos a baba pode ajudar bastante.

– Mas a questão é que eu não tenho dinheiro para isso e não vou confiar minha filha na mão de qualquer um. Suspirei e senti sua presença atrás de mim.

– Eu vou pagar, Laura. E quanto a babá, você pode escolher a que quiser. Terá um leque de opções... Me abraçou por trás. – Eu sei o quanto é cansativo ter um filho porque ajudei a cuidar da minha afilhada. Apertou seu corpo no meu e beijou meu ombro.

– Ok, me convenceu... Mas eu vou escolher então! Olhei ladino para ele e ele sorriu.

– Assim teremos mais privacidade também. Beijou minha nuca.

– Quanto a isso... Toquei em seu braço que me apertava e me virei de frente para ele. – 40 dias de resguardo e existem mulheres que precisam de mais tempo. Olhei em seus olhos e ele me olhou aflito.

– Quase um mês e meio ainda? Apertou minha cintura.

– Ou mais... Vai depender de como vou me recuperar. Passei a mão por seu rosto.

– Eu espero... Suspirou. – Só não posso ficar muito perto de você então. Riu baixo.

– Eu preciso levar a Gabriela para conhecer meu pai e os pais de Marcus. Passei as mãos por seus ombros.

– Quanto ao seu pai eu mesmo posso levar, inclusive posso me apresentar.

– É cedo ainda, meu pai é muito machista... Isso não vai acabar bem!

– E o que pretende fazer?! Arqueou a sobrancelha.

– Um almoço no meu apartamento, com todos juntos, eles conhecem a Gabi e vão embora e eu não me refiro ao meu pai. Apertei a sobrancelha.

– Ok! Eu confio em você. Piscou. – Agora vou tomar um banho. Estou necessitado! Riu e levantou os braços.

Brinquei e apertei o nariz enquanto ele saia. Por que Gustavo era tão bom comigo? Será que ele gostava de mim de verdade? Ao ponto de ofertar sua casa como lar para mim e minha filha? Suspirei e voltei meu olhar para Gabriela, que dormia tranquila no berço.

***

Suspirei ao ouvir o choro dela mais uma vez. Era a terceira vez que eu levantava da cama e não era nem 4 horas da manhã ainda.

– Eu vou... Gustavo bocejou e ligou o abajur.

– Não... Antes que eu pudesse terminar a frase, ele se levantou e saiu do quarto.

Instantes depois, voltou com Gabriela em seu colo e se sentou na cama, me entregando a mesma. Coloquei meu seio para fora e aproximei sua boca de meu mamilo.

Gustavo se deitou novamente e afundou seu rosto na lateral de meu corpo, passando os braços por minhas pernas. Percebi que em poucos minutos enquanto Gabi mamava, ele já havia pego no sono.

AmanteWhere stories live. Discover now