Capítulo 96

359 22 7
                                    

– Quando isso aconteceu? Arqueei a sobrancelha. – Laura está grávida.

– Parece que a decisão foi dela. Não sei muito bem o que aconteceu... O advogado de Gustavo esteve lá e ele apenas me pediu para enviar um comunicado para Marcus e eu acabei lendo o que era.

– Agora eu fiquei preocupado! Me levantei e passei as mãos na cabeça.

O que de tão sério deve ter acontecido para que eles se separassem? Como Laura estava lidando com toda essa situação sozinha?

– Você não deve se preocupar com nada! Aliás você deve sim, mas com a menina que você leva pra cama quase todos os dias.

– Eu e Ana ainda não temos nada sério e acredito que a Laura esteja precisando muito mais de mim nesse momento.

– Se ela estivesse precisando, já teria te procurado. Já fazem mais de dois meses que eu enviei essa carta.

– E o que dizia? Digo, na carta... Perguntei curioso.

– Dizia que ela estava requerendo o divórcio e apresentava seu advogado formalmente. Cruzou os braços.

– E você sabe como ela está? Arqueei a sobrancelha e ela negou.

– A única coisa que sei, é que um pouco antes do meu chefe entrar com esses trâmites de divórcio, Marcus foi lá e eles saíram na porrada. Há rumores que Laura está com ele.

– Esse pessoal adora uma fofoca. Acho que Laura não faria isso. Cruzei os braços.

– Não sabemos, mas recentemente Gustavo terminou o noivado de alguns anos, o que intensificou os boatos.

– Será que Laura está com ele? Passei as mãos no cabelo.

– Estevam, isso não é da sua conta. Fazem quase 8 meses que ela terminou com você e você não esquece ela! Estefani falou brava.

– Eu não sei o que aquela mulher tem, mas algo me fez ficar perdidamente apaixonado por ela. Suspirei.

– Está na hora de esquece-la! Você é tão jovem e tem tanta coisa pela frente. Segurou em meu rosto.

– Eu sei! Suspirei. – Mas obrigado por me manter informado. Beijei sua testa. – Esta tudo bem? Precisa de algo? Olhei em seus olhos.

– Sim, tudo dentro dos conformes! Sorriu.

– Eu vou embora então, não quero te atrapalhar. Baguncei seu cabelo.

Nos despedimos e eu segui para casa. Era um turbilhão de informações ao mesmo tempo que me arrependo amargamente de não ter comprado mais um baseado.

Passei em um mercado 24 horas e comprei algumas cervejas, precisava distrair a cabeça e já que eu não podia ficar chapado, talvez bêbado fosse a melhor opção.

***

Acordei na manhã seguinte com o celular tocando. Apertei os olhos e os abri, percebendo que acabei por dormir no sofá em meio as garrafas de cerveja que tomei.

Estava com uma leve dor de cabeça e me lembrei que hoje teria uma sessão de fotos que não estava nem um pouco afim de fazer.

Olhei no celular e para minha sorte, era apenas o despertador me lembrando que fui dormir muito tarde.

Coloquei as garrafas na cozinha e fui tomar um banho gelado. Quando saí, peguei meu celular e resolvi dar uma olhada no perfil de Laura. Era algo que eu já evitava a um tempo, mas precisava saber se ela estava bem.

Para o meu azar, Laura não atualizava suas redes a quase um ano. Meus dedos se moveram no chat para escrever algo, mas não consegui escrever nada. Ana também não gostaria nada se soubesse que eu tentei falar com ela, então bloqueei o celular e o joguei na cama, afastando meu nervosismo.

Me troquei e saí apressado para tirar as fotos que estavam marcadas. Eu pensei, durante o percurso, que se contasse minhas angústias para Ana, ela pudesse me entender ou me ajudar.

Estava jogando sujo com ela, escondendo esse tipo de coisa e ela sempre me pediu para ser sincero. Talvez esse seja o momento certo.

– Onde a Ana está fotografando hoje? Perguntei para a produtora, enquanto abotoava minha camisa.

– Por que? Ela arqueou a sobrancelha.

– Quero fazer uma surpresa pra ela. Sorri ladino.

– Você ainda não falou com os pais dela, não é? Está demorando muito. A produtora mexeu em seu computador.

– Fique você sabendo, porque ela não quis. Pisquei e ela anatou algo em um papel.

– Aqui! Me entregou. – Juízo!

Peguei o papel e olhei o endereço. Peguei meu capacete e corri até a moto. Coloquei o endereço no GPS e pilotei até o local, que não era tão longe como eu imaginava.

Quando cheguei, apresentei o crachá de modelo na recepção e após me olharem meio torto, permitiram minha entrada.

Procurei pelo camarim de Ana e após perguntar para um funcionário e dizer que precisava pegar algo meu, ele me instruiu. Ou eu era muito convincente ou as pessoas eram muito bestas.

Fiquei sentado por um tempo, aguardando sua chegada, quando a porta se abriu e ela entrou rindo junto de Alexandre. Ela me olhou sem graça e depois direcionou seu olhar para ele.

– Depois nos falamos. Ela sorriu sem graça.

– Mas não íamos almoçar juntos?! Sua mãe já deve estar esperando. Ele indagou.

– Mas... Ela me olhou.

– Pode ir, mais tarde nos falamos. Me levantei e passei por eles, quando ela puxou meu braço.

– Está tudo bem? Perguntou me olhando nos olhos e eu assenti.

Ela se aproximou, agarrando meu pescoço e eu instintivamente passei a mão por sua cintura, quando ela colou nossos lábios. Alexandre respirou fundo, incomodado e entrou no camarim.

– Me fala quando eu puder te pegar, preciso conversar com você. Beijei sua testa e saí de perto dela, me dirigindo até a saída.

Fui para casa e repensei se deveria falar com Ana. Talvez não ter conseguido falar com ela agora tenha sido um sinal de que eu não deva falar nada.

***

– Amor, você tem algum ensaio amanhã ou depois? Ana perguntou no telefone.

– Não, por que?

– Me leva pra praia? Vamos fugir por um dia?

– Eu não sei se é uma boa ideia. Cocei a cabeça.

– Por favor... Já está tudo certo aqui e eu consigo sair. Pediu.

– Mas onde vamos dormir? Comecei a rir. – Você é doida.

– Já está tudo certo. Só passa aqui as 18h e me pega, tá? Beijos. Desligou o celular antes que eu pudesse reivindicar.

AmanteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang