Capítulo 85

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Os dias se passavam num piscar de olhos e, ficar em casa estava me agoniando. Fui ao studio, dei uma geral, mas estava ficando cada vez mais cansada, devido ao tamanho da barriga.

– Laura, arrume suas coisas, vamos viajar. Marcus passou por mim e foi até a cozinha, voltando com um copo de água na mão.

– Para onde? Arqueei a sobrancelha e me levantei do sofá.

– Para casa de meus pais. Bebeu a água e colocou o copo na mesa.

– O que vamos fazer lá? Suspirei.

– Descansar um pouco. Talvez você precise de férias. Está em casa, mas sempre fazendo alguma coisa. Precisa descansar.

– Eu sempre estou fazendo algo, porque você não faz nada Marcus... Fui para o quarto.

– Não quero brigar. Só, arrume suas coisas... Suspirou pegando uma mala.

– Você não tem uma consulta agendada para a próxima semana? Peguei algumas roupas e as coloquei sobre a cama.

– Tenho, mas voltaremos antes disso. Ou talvez eu venha e volte para lá. Pegou algumas roupas e colocou na mala.

– Estou realmente cansada, a barriga pesa mais do que imaginei. Passei a mão por ela.

– Logo logo essa garotinha estará conosco. Aliás, precisamos reformar um dos quartos de hospedes para que seja o quartinho dela.

– Sim... Sorri e escolhi as roupas, as colocando na mala.

Tirei a roupa que vestia e fui para o banheiro, tomar um banho. Soltei meu cabelo, que já estava quase alcançando a lombar e entrei no box, abrindo o chuveiro.

Marcus entrou no banheiro também e tirou sua roupa, entrando no box em seguida. O olhei por cima do ombro e senti sua presença próxima de meu corpo. Ele abraçou minha cintura por trás e passou as mãos por minha barriga. A bebê estava chutando a algum tempo, mas raramente Marcus tocava em mim, então nunca havia sentido.

– Aqui... Peguei sua mão e deslizei sobre minha barriga, colocando-a no pé, onde mais sentia os chutes.

– O que é isso? Marcus perguntou surpreso.

– Ela está chutando. Sorri. – Como vai se chamar?

– Gabriela? Beijou meu ombro e continuou acariciando minha barriga.

– Gabriela é um nome bonito. Virei o rosto e olhei em seus olhos.

– Se chamará Gabriela então. Sorriu e beijou meu pescoço. – Faz tempo que não transamos. Sussurrou em meu ouvido.

– Você não me procura mais... Soltei um gemido ao sentir ele me penetrar devagar.

– Tenho medo de te machucar. Segurou em minha cintura e começou a fazer um vai e vem devagar.

Suspirei e apoiei uma das mãos na parede gelada, enquanto sentia a água do chuveiro cair sobre meu corpo e Marcus me apertar contra o seu.

Ele aumentou os movimentos e segurou firme em minha cintura, enquanto eu gemia baixo e segurava em sua mão. Coloquei meu cabelo para frente e abaixei a cabeça, mordendo os lábios. Marcus de fato não me procurava mais e transar com ele naquele momento, fazia com que eu me sentisse mais desejada. Ele passou as mãos por meus seios e os apertou com cuidado, enquanto nossos corpos de chocavam.

Suas mãos deslizavam sobre minha pele e fixaram em meus ombros quando ele meteu fundo, respirando aliviado. Senti seu líquido me invadir e ele saiu de dentro de mim com cautela, beijando o topo de minha cabeça.

– Diga a verdade... engoli em seco e me virei para Marcus. – Você não me ama mais? Não me deseja? A gente só briga e parece que nossa relação não tem mais sentido.

– Eu te amo. Pegou em meu rosto e beijou minha testa. – Só não é mais como antes. Pegou o sabonete e começou a se levar.

– E como podemos fazer para que as coisas voltem a ser como antes? Suspirei.

– Acho que isso é impossível Laura. Me entregou o sabonete. – Teremos nossa filha agora e acredito que muita coisa vai mudar. Daqui uns dois anos podemos ter outro filho e assim seremos uma família feliz. Quero me dedicar totalmente a esta boneca.

– E quanto a mim Marcus? Não quer se dedicar a mim? Apertei o sabonete.

– Já me dediquei a você nestes oito anos, agora nossas prioridades são outras. Tirou o sabão de seu corpo e saiu do chuveiro.

Deixei uma lágrima cair e me lavei. Eu tentaria apenas mais uma vez, correr atrás desse casamento e tentar salva-lo de alguma forma. Se não desse certo, talvez o divórcio seja a melhor opção como Gustavo mesmo disse.

Saí do chuveiro, depois de pensar um pouco, e me sequei colocando minha roupa em seguida. Marcus e eu saímos de casa e nos dirigimos para a casa de seus pais, que adquiriam um sítio numa cidade não tão distante da nossa.

A viagem foi cansativa. Ficar mais de três horas sentada na mesma posição não era nada confortável para uma grávida.

– Que barrigão lindo! Minha sogra veio até mim e me abraçou. – Como está nossa menina?

– A Gabriela está bem. Sorri e abracei meu sogro em seguida.

– Se chamará assim? Meu sogro sorriu.

– Sim, o Marcus que deu a sugestão. O abracei de lado.

– Espero que vocês aproveitem. Deu espaço para entrarmos e Marcus trouxe a mala.

– Nada mal... Ele disse observando todo o ambiente.

Subimos as escadas do grande casarão e ao final do corredor, ficava nosso quarto. Entramos e eu me sentei na cama, louca para tirar a sandália que apertava meus pés.

Marcus parou em frente a janela e ficou observando o lado de fora. Me aproximei e o abracei por trás, beijando seu ombro.

– Eu te amo. Levantei os olhos e o observei.

– Eu também te amo Laura. Me olhou de soslaio.

– Marcus... Sussurrei.

– Oi? Olhou o horizonte.

– Quero que se dedique a mim também. Você é meu marido! Quero ser feliz ao seu lado, assim como meus pais foram e seus pais são.

– Ainda essa história? Suspirou.

– Sim! O que têm de errado comigo? 

– Eu posso estar sendo fútil ao te julgar desta forma, mas antes de tudo isso acontecer eu a via como minha propriedade. Você era minha, independente de qualquer coisa ou com quem tenha ficado antes de me conhecer. Agora que você ficou com outros homens... Eu não consigo sabe? Me olhou aflito. – Toda vez que estamos na cama, eu lembro do dia em que você apareceu cheia de marcas em casa, que OUTRO HOMEM tinha feito em você.

– Mas você também ficou com outra mulher e eu não te julgo por isso.

– Eu sei e eu prefiro me manter afastado a te magoar com minhas palavras que nem sempre são gentis.

– Me magoar mais do que está magoando? Acredito que seja impossível. Cruzei os braços.

– Vou tomar um vinho. Você quer algo? Neguei com a cabeça e ele saiu do quarto, me deixando mais uma vez sem resposta alguma...

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