Capítulo 111

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Ver Marcus nas visitas da Gabi era sempre um tédio. Eu não sei como aguentei e amei esse homem por tanto tempo.

– Minha filha está crescendo cada vez mais a cada dia que passa e eu tenho contato mínimo com ela. A observou tatear seu rosto. – Logo chega aqui chamando o Gustavo de pai. Revirou os olhos.

– Você tem sorte que eu ainda a trago aqui, Marcus. Então pare de reclamar.

– Eu fico 2 horas com ela, uma vez na semana. Você acha que isso é o suficiente? Arqueou a sobrancelha.

– Não, mas você tem cuidado em dobro agora, não é? E aquele bebê no quarto, não conta como seu filho? Apontei para a porta e Marcus revirou os olhos.

– Volta pra casa Laura. Olha a filha linda que temos. Se aproximou. – Olha o que fizemos juntos.

– Ela é linda mesmo e poderia se parecer um pouco menos com você. Revirei os olhos. – Eu não vou voltar Marcus, eu não quero mais nada com você. Ou viramos amigos agora ou teremos uma relação dificultosa no crescimento da nossa filha. Suspirei.

– Eu nunca aceitarei ser apenas seu amigo. Se afastou novamente. – Nunca aceitarei aquele divórcio.

– Só você que está dificultando as coisas. Passei as mãos no rosto.

– Você nem esperou eu me curar do câncer para se separar de mim. Sabe como isso foi difícil e atrapalhou no meu desenvolvimento?

– Sei, mas você poderia pensar nas consequências antes de ter feito o que fez. E chega desse papo né Marcus? Você pede para ver a Gabi para torrar minha paciência né? Cruzei os braços.

Se foram mais duas horas de visita que pareciam demorar a eternidade pra passar. Fui embora com a Gabi no final da tarde e passei no apartamento para ajeitar algumas coisas. Na próxima semana voltaria para cá e queria que tudo estivesse arrumado e limpo para acomodar Gabriela.

Gustavo passou aqui para me pegar de carro e me levar para casa, já que a empresa era bem perto do apartamento.

– Meu amor. Abriu a porta e me deu passagem. – Amanhã minha afilhada Laura vai embora para NY. Eu vou me despedir dela no aeroporto, mas gostaria que viesse comigo.

– Por que ela está indo embora? Arqueei a sobrancelha e entrei em casa.

– Ela é modelo e vai tentar a vida lá. Já tem proposta de contrato e enfim... vai amanhã. Sei que não deu tempo de apresenta-las, mas ela é muito importante para mim e eu queria que a família já se acostumasse com a sua presença.

– Mas e a Gabi? Olhei para ele.

– Ela pode ir conosco. Sorriu.

– Ok, me avise o horário para que eu deixe tudo pronto. Sorri e passei a mão por seu rosto.

Subi para o quarto e dei um banho na Gabriela. Mesmo com a baba a minha disposição, eu queria estar presente 100% na vida da minha filha, então ela ficava sozinha com a Lourdes apenas quando dormia ou quando eu tinha momentos de intimidade com o Gustavo.

Amamentei ela e logo a mesma dormiu. Como passou a tarde toda nos braços de Marcus, com ele a mantendo acordada, estava com muito sono e cansada.

Desci e me sentei na varanda, observando a grande piscina que tinha no quintal dos fundos. Se a menina está indo embora do País, ou o Estevam vai com a mesma ou eles terminaram... Cocei meu queixo em pensativa e me questionei no mesmo instante o porque de estar pensando nisso.

– No que tanto pensa? Gustavo me tirou do transe e se sentou atrás de mim, passando as pernas por minha cintura.

– Em nada... Sorri ladino apoiando a nuca em seu ombro.

– Maldivas ou Cancun? Ele cheirou meu pescoço.

– Como assim? Olhei de soslaio para ele.

– Onde você quer passar a lua de mel? Sorriu.

– Gustavo... Sorri sem graça. – São viagens muito caras. E de viagem eu entendo bem.

– Eu não perguntei se eram caras ou baratas, eu perguntei pra onde você quer ir. Pegou em meu queixo e virou meu rosto pra si com cuidado, me dando um selinho.

– Se eu pudesse, com certeza iria para as Maldivas. Passei minha mão por sua perna.

– Então é pra lá que nós vamos. Você consegue planejar tudo? Eu não tenho muito tempo pra isso e como você mesma disse, é especialista nisso. Sorriu. – Me chame apenas para pagar.

– Gustavo... Suspirei.

– Eu não quero saber. Riu. – Eu só te peço uma coisa... Pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos. – Quero ir apenas com você, então a Gaby vai ter que ficar. Daqui um ano ela já poderá ficar alguns dias longe de você.

– Então não podemos ficar muito tempo afastados, ok? Engoli em seco e desviei o olhar com o pedido.

– Por quantos dias você consegue fazer sexo sem parar? Me apertou em seu corpo.

– Gustavo... Ri. – Você sabe que é humanamente impossível, né?

– Ta, vamos ficar uns 5 dias pelo menos. Beijou novamente meu pescoço.

– Ta bom. Passei a mão por sua cabeça e me levantei.

Gustavo se levantou atrás de mim e subimos para o quarto. Após um banho quente e uma janta fresquinha, amamentei a Gaby e fomos dormir para acordar cedo no dia seguinte.

***

No aeroporto, meu único receio era encontrar Estevam. Eu não queria dar de cara com ele novamente porque ainda me sentia muito culpada por ter aceitado aquele beijo.

– Eles estão ali. Gustavo sorriu e acenou.

Laura veio correndo ao seu encontro e lhe abraçou forte. Se ela não fosse afilhada dele e ele não tivesse o dobro da idade dela, eu com certeza sentiria ciúmes. Ela me olhou e sorriu ladino, acenando de forma sem graça.

– Eu não tive tempo de apresentar vocês, mas Laura, está é a Laura. Riu. – Que estranho falar isso.

– Pode me chamar de Ana, padrinho. Assim não confunde. Fez uma cara de cínica.

– Ok. Sorriu. – E esta é a Gabi. Pegou Gabriela no colo e a aproximou de Ana. – Ela é filha da Laura.

– É linda. Sorriu para Gabriela, que tentou pegar em seu cabelo.

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