Capítulo 30

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Eu não ia conseguir esconder isso por muito tempo então era mais fácil que eu dissesse logo a verdade.

Saí do banho e ele estava sentado na cama com a cabeça baixa. Suspirei e me encostei no batente da porta o olhando.

– Se não queria ir era só falar... Falou baixo. – Podia pelo menos atender minhas ligações. Levantou o olhar.

– Desculpe, eu estava com raiva. Pigarreei.

– O que é isso? Se levantou e veio até mim, arrancando a toalha e olhando para meu corpo. – Puta que pariu. Se virou com a mão na testa, não acreditando no que via.

– Sim Marcus, eu fiquei com outro homem, porque ontem confirmei que você me trai.

– Que? Se virou abruptamente e veio até mim segurando em meu pulso. – Não justifique suas merdas me colocando no meio. Me olhou com raiva, com os olhos marejados.

– Eu fui até o 8º andar ontem e você estava com outra mulher. E aquele papinho de que uma hora eu iria descobrir, é eu descobri!

– VOCÊ ENTENDEU TUDO ERRADO! Gritou.

– Não me chame de louca Marcus, eu ouvi o zíper. Afinal de contas o oral dela deve ser muito melhor que o meu não é mesmo? Pra que você não me procure mais. Fui até o guarda roupa e peguei uma roupa.

– Laura, olha pra mim. Suspirou e eu me virei para ele colocando uma camiseta. – O "zíper" que você ouviu, foi da minha bolsa e não da minha calça. Me entregou um entojo de material duro.

– O que é isso? Peguei e abri. Dentro havia uma caneta com o nome da empresa que ele acabou de virar sócio.

– Isso é um convite de contrato. Me olhou nos olhos. – Eles querem que você seja responsável pelo setor de viagens. Não ia falar agora, mas fui obrigado.

Olhei para Marcus sem reação. Eu nem acreditava no que ele me falava, parecia tudo tão perfeito, até mesmo as desculpas...

– Você não confia em mim, isso é fato. Mas agora eu também terei motivos para desconfiar de você. Motivos reais. Ele me olhou triste. – Eu nunca pensei que você fosse capaz de fazer algo assim.

– Marcus... Peguei em seu braço.

– Você o ama? A quanto tempo está tendo um relacionamento fora do nosso casamento? O que ele tem que eu não tenho?

– Eu... praguejei. – Eu achei que você tinha uma amante, e na raiva fiz o que fiz. Mas eu não o amo. Eu amo você.

– Me ama? Riu sarcástico. – Agora eu que te pergunto Laura, ele deve ser melhor de cama do que eu né? Arqueou a sobrancelha.

– Marcus, não vamos falar sobre isso. Suspirei. – Acho que devemos falar sobre a gente.

– Eu sou do pressuposto de que todos merecem uma segunda chance. Então eu darei ela a você. Me olhou nos olhos.

– Mas não é só isso. Você está feliz comigo? Com nossa relação? Coloquei uma calcinha e um short.

– Sim, se eu não estivesse eu não estaria com você. E me custa acreditar que você não acredite em mim.

– Não é isso. O puxei pelo braço e o levei até a cama o sentando lá, sentei em seu colo e o encarei. – Eu não estou satisfeita com algumas coisas, tipo o sexo. E tudo bem, pode não ser algo tão importante em uma relação, mas não era assim. A impressão que eu tenho é que você faz suas vontades na rua e depois não tem energia pra ficar comigo.

– Eu já te disse que estou um pouco cansado. Mas se é disso que você gosta... disse olhando para minhas marcas. – Eu não posso dar. Suspirou.

– Isso foi uma consequência Marcus. Eu quero ir pra cama com você e me sentir amada. Quero sentir que você me deseja. A impressão que dá é que você faz por obrigação.

– Me desculpa se em algum momento te fiz se sentir dessa forma. Não era minha intenção. Abraçou minha cintura.

– Eu te amo, ok? Peguei em seu queixo e lhe dei um selinho.

– Eu também te amo. Me olhou nos olhos. – Me promete que não vai mais ver ele? Desviei o olhar e engoli seco e ele puxou meu queixo, me fazendo o olhar. – Me promete Laura? Assenti positivo e ele acariciou meu rosto.

Me levantei de seu colo e me deitei na cama, precisava dormir um pouco, já que não dormi quase nada a noite. Meu celular tocou e Marcus me olhou.

– Pega pra mim, por favor? Apontei para a bolsa. Ele se levantou e a abriu.

– É a Bruna. Ele tirou o celular de dentro da bolsa e algo caiu no chão. Marcus se abaixou e levantou com a caixinha da pílula na mão. Eu havia esquecido totalmente dela. Me levantei correndo para pegar, mas ele já tinha visto o que era.

– Marcus... Peguei a caixinha.

– Transar já não era o bastante né Laura, tinha que ser sem proteção também. Passou a mão no rosto.

– Eu me protegi, é que não lembro muito bem de como as coisas aconteceram então eu prefiro prevenir. Eu estava muito bêbada, e talvez se eu não tivesse bebido tanto isso nem teria acontecido.

– Eu conheço ele? Neguei com a cabeça rapidamente. – Melhor assim, pelo menos não viro chacota. Saiu do quarto.

Suspirei e fui até a cozinha, tomando a pílula.

Eu tinha plena consciência de que minha relação com Marcus mudaria daqui pra frente, mas eu faria um esforço para que desse certo desta vez.

Talvez ver Estevam novamente fosse um erro e eu não o faria, ou pelo menos tentaria não o fazer.

Transferi o dinheiro das sessões que ele havia feito e o bloqueei no WhatsApp. Peguei o moletom que havia ficado comigo e coloquei no fundo da gaveta para não lembrar dele.

– Me perdoa? Abracei Marcus por trás. – Eu fui uma burra. Encostei minha testa em suas costas.

– Foi mesmo, mas eu te perdoo. Se virou para mim.

– Vamos esquecer tudo isso, tá? Foi apenas uma fase ruim. Passei a mão em seu rosto e ele me deu um selinho.

Abracei seu tronco e apoiei a cabeça em seu peito. Ele passou as mãos por minhas costas e afagou meu cabelo.

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A partir de agora teremos alguns capítulos narrados por Estevam 😏🌚

AmanteWhere stories live. Discover now