Capítulo 47

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– O que aconteceu? Ele me deu passagem.

– O de sempre! Fui traída. Mas agora tenho certeza de tudo. Me sentei no sofá e coloquei as mãos na cabeça.

– E o que você pretende fazer com essa informação? Se sentou ao meu lado e passou as mãos em minhas costas.

– Acabou Estevam. Eu vou me separar de Marcus. O olhei triste e o abracei, chorando em seu peito.

Ele me abraçou de volta e passou as mãos por meu cabelo. Estava arrumado e cheiroso, acho que ia para algum lugar.

– Laura, eu estou apaixonado por você. Pegou em meu rosto e me olhou nos olhos. – Mas não quero ser sua válvula de escape toda vez que briga com seu marido. Pra mim não é só sexo.

– Estevam, me desculpa se você se sentiu usado de alguma forma. Essa não era minha intensão. Passei a mão em seu rosto.

– Você quer ficar comigo e ver no que isso vai dar ou você vai voltar para o seu marido? Se escolher a segunda opção, peço que não me procure mais.

– Eu vou ficar desta vez, Estevam. Dei um selinho nele, que me olhou surpreso. – Só te peço paciência.

– Eu tenho uma corrida pra disputar agora. Olhou no relógio. – Mas não queria te levar lá.

– Corrida? Como assim? Olhei surpresa para ele.

– Eu estou tentando ganhar dinheiro de uma forma mais simples e isso é algo que eu gosto de fazer, mas é ilegal.

– Então me leva! Não vou deixar você ir sozinho. Me levantei imediatamente.

– É perigoso. Ele suspirou e se levantou também.

– Me leva e me conta no caminho o que é tudo isso! Sorri ladinho e peguei em sua mão.

Estevam

– Oi Estevam! Jessica me abraçou, fazendo com que eu me soltasse de Laura.

– Oi Jessica. Sorri sem graça, tentando afasta-la.

– Ainda estou pensando no dia em que dormiu lá em casa. Passou o dedo em seu lábio e olhou para Laura, de baixo a cima.

– Jessica, essa aqui é a Laura. A puxei para perto. – Você consegue ficar com ela enquanto eu disputo?

– Claro! Revirou os olhos.

– Eu vou trocar de roupa, mas é bem rápido! São mais ou menos 10 minutos de prova. Peguei no rosto de Laura. – Eu já volto, hum? Dei um selinho nela e ela sorriu.

– Ta bom, vou torcer por você! Passou a mão por cima da minha, a acariciando.

Fui até a moto e Laura veio atrás. Peguei o macacão e entrei no galpão para me trocar. Me despi e cheirei o macacão, como de costume, o colocando. Fechei o zíper e me sentei para colocar o tênis.

Peguei o capacete e o coloquei, enquanto caminhava para fora. Apertei o engate no pescoço e saí do galpão. Todos estavam olhando em uma mesma direção.

Me virei para procurar Laura quando a vi em cima da moto que eu utilizaria pra correr, andando pelo terreno vazio, sem proteção alguma.

– Quem deixou que ela fizesse isso? Ela não sabe pilotar! Falei alterado observando.

– Ela montou sozinha e foi! Jessica disse caçoando e cruzou os braços abaixo dos seios.

– LAURA! Para essa moto agora! Gritei e ela me olhou, se distraindo.

Não sei qual foi o exato momento, mas a roda anterior passou por cima de uma pedra, fazendo com que a moto derrapasse com ela, a levando para o chão.

Tirei o capacete e joguei longe, correndo na direção de Laura. Me abaixei no chão e a peguei, apoiando seu corpo em minhas pernas.

– Laura! Acorda! Disse dando leves tapinhas em seu rosto.

Sua testa estava com um corte que sangrava e ela estava inconsciente. Logo algumas pessoas foram se aproximando e eu simplesmente não sabia o que fazer. Me levantei com ela no colo e a levei para o galpão.

– Não é melhor chamar uma ambulância? Cadu olhou curioso.

– Não! Angelo falou. – Isso vai chamar a atenção da polícia também e não queremos a polícia aqui.

– Cadu, me empresta seu carro. Preciso levar ela para um hospital. O olhei aflito.

– Vai trocar de roupa! Eu vou tirar ele do meu galpão. Saiu correndo e eu tirei o macacão às pressas.

Coloquei minha roupa e a peguei no colo novamente, levando-a para fora. Saí da arena e Cadu já estava com o carro ao lado de fora ligado. Ele abriu a porta do passageiro e eu a coloquei, puxando o cinto em seguida e a prendendo.

– Toma cuidado e me devolve ainda hoje! Me deu a chave e eu fui para o outro lado, entrando em seguida.

Liguei o carro e dei partida, saindo depressa dali. Olhava aflito para Laura, enquanto tentava prestar atenção na avenida. Seu celular começou a tocar dentro do bolso e eu o peguei, observando o nome de Marcus no visor. Atendi apreensivo.

– Laura! Onde você está? Precisamos conversar! Disse alterado.

– É o Estevam... antes que eu pudesse terminar de falar ele me interrompeu.

– O que você está fazendo com o celular da minha esposa, seu desgraçado?! Cadê a Laura? Gritou.

– A Laura sofreu um acidente! Olhei para ela. – Estou a levando para o hospital do centro.

– O QUE ACONTECEU? COMO MEU FILHO ESTÁ? Gritou.

– Filho? Ela não acorda, está com um corte na cabeça.

– Ela está grávida! Por um acaso ela não te contou isso? Deixei o celular escorregar por minha mão e olhei fixamente para a estrada, piscando os olhos com força.

Laura estava gravida? Por que não me contou nada? Olhei novamente para ela, olhando para sua barriga em seguida. Se ela perder esse bebê eu nunca vou me perdoar por ter a levado na Arena.

Cheguei no hospital e peguei Laura no colo novamente, a levando para dentro. Logo alguns enfermeiros vieram com uma cadeira de rodas e eu a coloquei na mesma. A levaram para dentro enquanto eu abria sua ficha na recepção.

– O que você é dela? A mulher me olhou.

– Apenas um amigo. Suspirei.

– Preciso de um familiar para assinar a ficha. Insistiu impaciente.

Ouvimos um rebuliço ao lado de fora e Marcus entrou correndo com um senhor ao seu lado.

– O que você fez com ela? Marcus me deu um soco no rosto me fazendo ir ao chão. – Ela é minha esposa! Disse alterado no balcão.

AmanteWhere stories live. Discover now