Capítulo 34

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– Você não encostou na comida. Marcus indicou e eu o olhei, perdida em pensamentos.

– Eu não estou com muita fome. Peguei um hossomaki com o rashi e o mergulhei no shoyu, colocando na boca em seguida.

– Mas você que pediu para vir aqui. Marcus disse sem entender.

– Eu sei amor, mas estou com receio de comer e passar mal novamente. Passei a mão por cima da sua e sorri ladino.

– Come só mais um pouco. Olhou para a comida e eu comi mais alguns sushis.

Fomos para casa depois de jantar e Marcus tentou ser mais carinhoso comigo. Eu não estava muito bem e acho que ele percebeu isso.

– Vamos dormir, tá?! Suspirou me puxando para perto dele. – Amanhã acordo cedo para ir ao escritório.

– Boa noite. Sussurrei lhe dando um selinho e deitei minha cabeça em seu ombro.

– Boa noite! Beijou minha testa.

Acordei pela manhã com Marcus se arrumando. Ele estava ajeitando a gravata, quando me levantei correndo para ir ao banheiro.

Me abaixei no chão novamente e coloquei tudo para fora. Marcus viera atrás de mim, me olhando preocupado, enquanto tirava o cabelo de meu rosto.

– Vamos ao médico? Você pode ter pego alguma infecção estomacal. Marcus disse massageando meus ombros.

– Pode ir trabalhar, eu vou ficar deitada. Se eu piorar, vou ao médico. Suspirei.

– Eu estou aqui se você precisar. Me ajudou a levantar.

Dei descarga e limpei a boca, voltando para o quarto. Me deitei na cama e coloquei as mãos na barriga.

– Liguei para a Bruna e ela está vindo aqui ficar com você. Beijou minha testa. – Agora eu preciso ir.

– Ta bom. Sorri ladino. – Bom trabalho.

– Qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, me liga que venho correndo. Passou a mão em meu rosto.

Assenti e ele saiu. Permaneci deitada na cama e confesso que quase dormi novamente. Cancelei minha agenda de encontros de hoje e resolvi que permaneceria quietinha por todo o dia.

O interfone tocou e eu liberei a entrada de Bruna, que em poucos minutos apareceu no corredor. Fui para o quarto e voltei a me deitar na cama.

– O que você tem, ein? Bruna se sentou na cama e passou a mão em minha testa, para verificar se eu estava com febre.

– Só um pouco enjoada. Passei a mão na barriga.

– Como está sua menstruação? Pigarreou.

– Eu não estou grávida. Ri escondendo o rosto no travesseiro.

– Laura, como está sua menstruação? Perguntou séria e eu a olhei.

– Uns 5 dias atrasada. Suspirei.

– Vai lá fazer. Ela disse tirando uma caixa de dentro da bolsa. Quando peguei, vi que era um teste de gravidez.

– Eu não estou grávida Bruna. Ri tentando devolver a ela, mas ela continuava me olhando séria.

Suspirei e me levantei da cama, indo até o banheiro. Era um teste de gravidez digital, então eu saberia inclusive a quantidade de semanas, caso desse positivo.

Fiz os procedimentos solicitados, e deixei o aparelho na pia, voltando para o quarto. Me deitei na cama e a olhei.

– Já pensou se é do fisioterapeuta? Falou receosa.

– Amiga, de verdade, eu não estou grávida. Você gastou dinheiro atoa com esse teste. Ri.

– Só tinha esse na farmácia. Riu também.

– Nem deveria ter comprado. Olhei com desdém.

– Comprei porque Marcus disse que você estava mal, vomitando por todos os cantos. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Cruzou os braços.

Ela se levantou e foi ao banheiro, voltando com o teste em mãos. Ela estava olhando fixo no visor e me olhou pálida.

– O que é palhaça?! Para de brincar com isso. Ri e ela continuou me olhando.

– Você está grávida! Colocou a mão na boca e voltou a olhar para o teste.

– Para com isso Bruna! Falei brava e me levantei, pegando o teste de sua mão.

O olhei e realmente estava com indicativo de gravidez para 3+ semanas. Respirei fundo e sentei na cama, olhando mais uma vez para o teste.

– Não pode ser. Coloquei a mão no rosto, olhando fixamente para o teste.

– Será que é do fisioterapeuta? Me olhou apreensiva. – Como vai contar isso para Marcus?

– Para de falar isso! Falei brava. – Não é dele. Quando fomos pra cama eu já estava grávida. Esse filho é do Marcus.

– Você não parece muito feliz com isso! Cruzou os braços.

– Claro que não. Eu e Marcus estamos em crise, acha que um bebê vai mudar nossa vida? A olhei séria e passei as mãos no cabelo.

– Talvez mude. Talvez ele tenha vindo para recuperar o casamento de vocês. Se sentou ao meu lado e massageou minha perna.

– Eu nunca faria nada de ruim contra esse bebê, até porque sempre quis ser mãe. Mas não sei se esse era o momento. Suspirei.

– Agora você tem que ir ao médico, se cuidar, ver de fato com quantas semanas está. Me abraçou.

– Contar para Marcus... Deitei na cama, olhando fixo para o teto.

Mais tarde, Marcus chegou em casa. Bruna já havia ido embora e eu estava extremamente nervosa pra contar isso. Até cheguei a fazer uma caminhada no pátio do prédio, mas não adiantou muito.

– Está melhor? Me olhou e beijou minha testa, enquanto se despia.

– Sim. Podemos conversar depois que você sair do banho? O olhei.

– Claro! É importante? Entrou no banheiro.

– Sim. Me sentei na cama esperando que ele saísse e tentando formular as palavras em minha cabeça.

Depois de alguns minutos, ele saiu enrolado na toalha, jogando o cabelo molhado para trás. Ele se sentou ao meu lado e me olhou.

– Fala. Passou a mão em minha perna.

– Eu... Pigarreei. – Eu estou grávida. Soltei um grande suspiro.

Ele se levantou de imediato e passou as mãos no rosto, parecia pensativo.

– É meu? Me olhou.

– Sim, estou com mais de três semanas. Quando fiquei com o Es... com outra pessoa, eu já estava grávida. Engoli em seco.

– Não é que eu desconfie de você, mas quando nascer nós faremos um teste de DNA. Me levantei e dei um tapa em seu rosto.

– Eu não sou esse tipo de mulher! Apontei o dedo em seu rosto. – Se eu disse que é seu, eu tenho plena certeza disso!

Peguei um moletom qualquer e o vesti, indo para a sala.

– Onde você vai? Vai chover! Marcus pegou em meu braço. – Vamos conversar.

– Não temos nada para conversar. Me soltei dele e saí de casa.

AmanteWhere stories live. Discover now