Capítulo 42

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Narrado por Carlota:

_ Oi amiguinha. - Falou o homem barbudo acordando.

_Como eu vim parar aqui. Puta merda. - Falei me levantando e me vestindo.

_ Não me diga que não se lembra da noite incrível que a gente teve. - Falou de forma sexy e provocadora.

_ Vai se catar. Não acredito que fiz isso de novo. - Falei brava. _ Já que estou aqui vou tomar um banho. Deve saber que sou uma sem teto né. - Falei indo procurar um banheiro.

_ Gosto da sua ousadia senhorita. - Falou rindo.

Fui para o banheiro que era cheio de cabelos de pentelhos por todo chão. O nojo me veio com muita força nesse momento. Tomo um banho rápido e tenho a oportunidade de mudar de roupa. Estava apenas com uma mochila, a sacola com mais roupas tinha deixado no café.

_ Obrigada pela cama, pelo banho e pelos biscoitos que peguei no armário. Até nunca mais. - Falei saindo.

_ Pelo sexo também. - Gritou.

Já no serviço começo a rotina de todos os dias, chego bem cedinho, prendo os meus cabelos, troco de roupa e vou direito ajudar a cozinha. Após um tempinho começa  a chegar os primeiros clientes, é nesse momento que vou para recepção do café, atender seus pedidos e ajudar no que for necessário.

_ Então quer dizer que está sem moradia ? - Emma perguntava enquanto limpava uma mesa.

_ É, quase isso. Eu vou procurar alguma república. - Falei com um tom desanimado.

_ Só não chamo para ficar na minha casa porque moro de favor. - Falou triste por mim.

_Tudo bem amiga. Eu vou dar um jeito.

_ Você poderia morar em uma casa de luxo, juntamente com a famosa Megan que por incrível que pareça sente-se atraída por você. Eu se tivesse no seu lugar estaria nas nuvens.

_ Eu não consigo agir apenas por conveniência. Eu preciso pensar em algo que não magoe as pessoas que eu gosto. Eu ficando lá poderia passar uma interpretação errada.

_ O seu problema Carlota é que você não fala isso para quem realmente deveria estar ouvindo. A Megan deve achar que você é apenas uma menina que não sabe o quer. Uma verdadeira covarde.

_ Eu sempre fujo quando as coisas começam a apertar. Eu sou a pessoa mais covarde que eu começo. - Falei meio pensativa.

_ Amiga, vá falar com ela. Explica o que você está sentindo. Não se faz isso com pessoas que a gente tem um mínimo de consideração. Sobre a Sarah não quero nem comentar uma completa talarica. Ivan um conquistador barato, mais você olha para cara dele mais ele perde a graça. - Falou querendo me animar.

_ Obrigada pelas sábias palavras Emma. - Falei rindo.

_ Edgar está sabendo dessa bagunça toda?

_ Amiga o que ele tem haver com todo drama da minha vida?

_ Ele não vai deixar você ficar na rua. Ele você sempre escuta.

_ Eu não vou para casa dele. Principalmente agora que aquela namorada dele está morando lá. - Falei virando o olho.

_ Aja naturalmente. - Emma falou.

Eu rapidamente me viro, tentando saber quem estava no café da Margarita. Ao me virar vejo Sarah entrando e vindo em minha direção.

_ Vamos conversar, não dá para ficar assim amiga. - Falou baixinho.

_ Estou em horário de trabalho agora não  Sarah. - Falei sem nem olhar para os seus olhos.

_ Após seu expediente irei passar aqui. Tudo bem ? - Perguntou  receosa com resposta.

_ Tudo bem Sarah. - Falei sabendo que não tinha como escapar.

Meu coração acelera quando o fim do dia começa a surgir, não estava preparada para essa conversa. Tudo ainda era muito recente e não tinha planos de voltar a morar no apartamento de Sarah. Ao sair do café vejo um carro se aproximar e vejo que é ela.

_ Oi amiga. - Ela me cumprimenta  quando entra. _ Vamos para casa.

_ O que você tiver para falar comigo fale aqui e agora. Não vou para sua casa em hipótese alguma.

_ Tá vamos lá amiga. Eu errei com você e sei que deve estar doendo saber que sua melhor amiga te traiu de tal maneira. Sei que você é bem acessível ao diálogo por isso estou aqui. Quero poder fazer algo pela gente, quero poder me redimir de alguma forma. Eu amo a nossa amizade. Não quero que se estrague por conta de um homem. Por favor me aceita de volta na sua vida. Eu faço tudo que você quiser, só não desista  da gente.

_ Sarah eu não consigo nem olhar para sua cara. Toda vez que me lembro de você me vem à mente você transando com Ivan. Como foi ?

_ Isso só vai te machucar, isso não importa.

_ Foi bom? - Olhei pela primeira vez em seus olhos.

_ F...Foi uma primeira vez comum. Eu me arrependo muito. Se pudesse voltar no tempo e faria tudo diferente. É tão clichê tudo que estou te falando mas eu não sei o que fazer para você me perdoar. Só não diga que não tem jeito, só não diga que acabou e que nunca mais seremos o que somos.

_ Eu não sei o que somos e sinceramente não consigo olhar para você e não querer te xingar. O pior que não é por ele. É questão de confiança, de sentimento, de irmandade. Poderia ter sido com qualquer outra carinha que eu estivesse. Nunca seria ele, seria você. Você é minha melhor amiga cara. Vivemos juntas como duas irmãs eu praticamente sou da família. Eu conheci ele só alguns meses, agora você eu conheço a anos. - Falei chorando.

_ Não chora por favor. Eu to me sentindo péssima. Vamos fazer assim vamos no seu tempo. Volta pra casa e a gente vai vendo o que fazemos.

_ Eu não sei se consigo Sarah. Não é tudo tão simples e fácil.

_ Pelo menos até você achar outro lugar. Por favor Não fica na rua. Você tem casa, tem família, tem amigos.

_ Tudo bem. - Pensei no friozinho que passei a noite sem uma coberta e uma cama quentinha.

_ Valeu por acreditar na gente. - Ligou o carro e foi para o apartamento.

Fomos em silêncio o caminho todo, aquilo doia no fundo da minha alma. Era constrangedor a situação aonde me encontrava. Gostaria de simplesmente abrir a porta do carro e ir embora. Talvez eu não tivesse tanta maturidade para esquecer o que acontceu.

O Amor não é obvio Onde as histórias ganham vida. Descobre agora