Capítulo 4

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Narrado por Carlota:

_ Carlota? - Bateu na porta do banheiro.

Eu abri a porta e tentava encarar os seus olhos, mas eu me sentia tão suja por estar aceitando esse acordo. Que de imediato me arrependi. As vezes eu pensava sobre o que o destino tem reservado para mim. Minha vida  é de mal para pior.

_Olha nos meus olhos. - Ele fala levantando o  meu queixo. _Você tem certeza disso ?

_ N...Não. - Falei  rápido.

_ Tudo bem, você pode ficar o mês de dezembro aqui em casa. Já que é o mês mais frio do ano.

_Obrigada. - Falei sem jeito.

Dia 25 de dezembro

Meu primeiro Natal sem a minha "Família" foi bem diferente. O Edgar chamou alguns amigos para passar o Natal na casa dele. Além de tudo comprou uma roupa para mim. Ele estava cumprindo com a sua palavra, estou morando na casa dele vai fazer um mês e ele não tentou absolutamente nada.

O apê dele tinha dois quartos, porém um deles ele havia feito de escritório e não de quarto. Com isso a casa tinha apenas um quarto. Eu dormia em um colchonete no chão ao lado da cama dele ou no sofá. Mas para mim que não tinha nada era mais que perfeito. Eu fazia todas as tarefas de casa, preparava todas as refeições e lavava todas as roupas. Sentia que era o mínimo para retribuir a moradia.

_Você não vai ir lá para sala não? - Falou Edgar entrando no quarto escuro que eu estava.

_ Eu nunca comemorei Natal Edgar. Eu me sinto bem aqui. Se quiser usar o quarto não tem problema eu saio para deixar a sua casa toda para você.

_Ei, tem bebidas e algumas comidas. Tira esse pijama e vem se divertir.

_ Se divirta no meu lugar, estou bem aqui.

Estava triste, todo Natal eu pensava na minha mãe, como seria se ela estivesse comigo. Quando era menor eu pedia para as estrelas fazer a minha mãe voltar. E essas coisas marcaram muito a minha infância.

_Eu não acredito que o Edgar está com uma moça. Que nojo. - Eu pensei ao acordar com o barulho da cama.

Me levanto rapidamente pego um casaco e saio do quarto. Vejo que os amigos de Edgar ainda não terminaram a festa.

_Ual ela é realmente muito bonita. - Falou uma menina me encarando.

_ Se quiser ficar comigo eu pago o dobro que o Edgar vai pagar. - Falou rindo.

Não falei nada apenas sai correndo do apê indo para a portaria do prédio. Sentei em um dos banquinhos na área de lazer do prédio e fiquei ali até o amanhecer.

Por volta das 10:00h o síndico veio conversar comigo. Não era comum, uma menina dormindo em banco, principalmente no Natal.

_Olá, tudo  bem ? Nunca te vi por aqui !!! É nova moradora ? - Um senhor já de idade me acordava.

_Oi, desculpa está tudo bem!!! Já estou subindo para minha casa. - Falei me despedindo.

Entro no apartamento do Edgar e estava todos ainda lá, alguns dormindo e outros tomando café.

_ Quer tomar café com a gente ? - Perguntou a mesma menina que havia falado que eu era bonita no dia anterior.

_ Valeu. - Falei indo para o quarto esquecendo que Edgar estava lá com a outra menina.

Fechei a porta rapidamente e me xinguei mentalmente. Todos estavam rindo de mim. Eu era muito tola mesmo. Era muito desconfortável estar com os amigos de Edgar. Eu não era muito boa na comunicação. Sentei no sofá que tinha na sacada e fiquei pensando na vida.

_ Você vai viajar para o Chalé no final do ano com a gente ? - A mesma menina perguntou.

_ Se vai ficar com Edgar tem que se acostumar com a gente. - Falou outra menina. Enquanto dois meninos dormiam em um colchão.

_ Se apresente, fazer amizade sempre é bom.

_ Eu sou tímida, perdão!! Me chamo Carlota, tenho vinte e um ano. - Falei para as meninas algumas coisas da minha vida, já que elas estavam muito curiosas.

_ Eu sou Jasmine e ela é a Daniele. Os meninos deitados é Pedro e Mateo. A menina que está com Edgar é a Pamela.

_ Prazer gente. - Falei olhando para o Pedro levantando.

Edgar sai do quarto junto junto com a Pamela e todos se sentam na mesa inclusive eu. Eu ajudei as meninas  fazerem um reforçado café  da manhã já que estava todos de ressaca.

_ Mas me conta por que fugiu de casa ? Drama adolescente foi?

_ Foi. - Falei indo para sacada. Eu estava sensível então queria ficar sozinha um pouco.

_ Por que fez isso ? - Edgar perguntou para Pamela.

_ Eu só estou curiosa. Já que agora eu vou compartilhar você com ela.

_ Ela não te fala nada relacionado a ela estar aqui ? - Perguntou Mateo.

_ Não!!!

_ Como você abriga alguém  que você nem conhece? Não sabe nada sobre?

_ Eu não sei, algo não deixa eu deixar ela na rua.

_Eu nem vou falar o que eu e acho. - Pamela falou.

Eu voltei para a cozinha  fui lavar a louça, para manter a casa arrumada. Tinha muita louça já que ninguém arrumou a bagunça feita ontem. Eu tive que catar todas as garrafas e latinhas de cerveja jogadas no chão.

_ Como você se sente sendo prostituta de um homem em um relacionamento? - Pamela falou soltando uma risadinha.

Eu queria responder a altura essa tal Pamela, mas eu lembro que eu sou a intrusa. E que sou eu que preciso de moradia.

_ Ainda tem a cara de pau de não me responder. -Continuava falando quando percebeu que não ia responder às ofensas. _ Você é o pior tipo de mulher. Vai dormir com um cara por dinheiro.

_ Se você não gosta tudo bem, se acha errado tudo bem também, se acha nojento tudo bem Pamela.Você pode achar o que você quiser. É só você não fazer isso com você meu amor- Falei calma.

_ Tá vendo Edgar quem você colocou na sua casa ? Olha aí !!!! Uma biscate.

_ Amiga vai começar? Você sabia que ela estaria aqui!! Você sabe muito bem que você e o Edgar está em um relacionamento aberto.

_ Se cuide Carlota !!! Essa aí vai infernizar  a sua vida. - Falou Pedro rindo.

_ Tudo bem!!! - Falei secando a louça.

_ Ela nem fica brava com a mina chamando ela de vadia. Escolheu bem Edgar. - Falou Mateo.

O Amor não é obvio Where stories live. Discover now