CAPÍTULO 3 •

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De: Megan


Olhando as estrelas no último andar do apartamento consigo sentir meus pelos arrepiando pelo frio que acometia a longa noite. Após a partida da Carlota esse momento virou quase um ritual. No começo era a forma que meu corpo encontrava para se sentir vivo. O ar gelado reagia as minhas extremidades quentes como o sangue que rodeava cada particula da minha existência e gerava um choque necessário para que relembrasse da importância de suportar a costrofe de se viver em uma pele cujo o único objetivo por muito tempo foi ansiar pela sua volta. Hoje esse evento se tornou apenas um momento em que me sinto conectada com a existência de um alguém que me permitiu que eu suportasse a imensa dor de ter me entregado por completo por alguém que optou por usar dessa redenção para me destruir por completo. Passei longos três anos me perguntando aonde tinha errado e porque tinha me arriscado tanto com uma pessoa que desde do começo tinha deixado claro o quanto no fim sairia machucada. Eu merecia alguém que me amasse me respeitasse da mesma forma que eu amei. Em todo momento fui intensa, compreensiva e me entreguei por completo. Enquanto ela sempre com as suas inseguranças e indecisões acabou criando um estrago irreparável.

Aos poucos aprendi a ser somente eu. Era apenas eu. Eu e minha própria existência.

Catarina Collins

Em meio às decepções amorosas conheci a Cata

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Em meio às decepções amorosas conheci a Cata. Uma jovem moça de olhos castanhos mel, lábios carnudos e cabelos longos e ondulados. Catarina nasceu e viveu grande parte da sua vida em Paris. Veio para Nova York em uma exposição de arte. Foi criada sem pré-conceitos, em uma família estruturada e saudável. Sempre pode escolher exatamente tudo em sua vida. Aos treze anos estava fazendo intercâmbio em uma escola de artes na Noruega. Sempre foi sensitiva, calma e paciente. Sem dúvidas a pessoa mais generosa que já conheci. Além das habilidades artística, Cata ama os animais e segue as mesmas restrições alimentares.

Nos conhecemos por conta da irmã da Cata a Mellinda. Ambas moram juntas em um bairro bem confortável. São amigas desde a infância, no começo a Mel teve grandes dificuldades de dividir a irmã. Mas hoje damos risadas de certos eventos do passado. Ambas trabalham em uma galeria de artes, amam literalmente o que fazem. O jeito expressivo que ela desenha me deixa fascinada. Nunca gostei de fato do mundo artístico, mas me apaixonei por uma obra prima. Toda vez que Cata explica sobre uma obra específica seus olhos enche de felicidade, consigo vê verdade em cada traço, em cada detalhe e tempo dedicado a um projeto.

Em pouco tempo de namorada comecei a chamá-la de Minha Noiva. As coisas aconteceram rápido demais. Já me considerava velha demais para passar longos anos em um namoro. O que mais me admira no nosso relacionamento é que ela compartilha dos mesmo desejos que eu. Imediatamente ficou feliz em saber que tínhamos um grande evento em nossas vidas para organizar.

Tudo estava indo perfeitamente bem! Posso me arriscar em dizer que nunca estive tão feliz, estava aproveitando ao máximo a minha melhor versão. E nada e nem ninguém iria estragar um momento único como esse. Eu merecia tamanha felicidade, merecia cada sentimento que crescia dentro do meu peito. Aos poucos eu me dei conta que sou merecedora de todo amor que a Cata tem me oferecido. Ela me encontrou no meio de uma das fases mais difíceis e me curou. Me curou de tudo aquilo que me prendia ao aborrecimento. Aos poucos ela me trouxe para realidade.

Ainda observando as estrelas consigo me lembrar e ainda sentir a sensação de abandono que invade o meu peito toda vez que me recordo do dia que fui até o apartamento de Sarah e exigi conversar com a Carlota, precisava gritar e dizer o quanto ela era arrogante, queria descontar nela toda raiva e ódio que crescia dentro de mim. Aquele sentimento estava me sufocando, eu precisava ter o direito de dizer tudo aquilo que estava me atormentando! Mas já era tarde demais. Decobri pela Sarah que a mesma tinha pegado algumas roupas e tinha sumido. Por conta de todos os problemas metais que ela possuía, deixou todos em estado de vulnerabilidade. Passamos dias procurando e tentando entender o que havia acontecido. A única coisa que ela fez foi mandar uma mensagem para Emma dizendo "Estou bem". A gente merecia muito mais que um "Estou bem". Ela simplesmente foi embora e nós deixou. Desde o dia que ela foi embora a gente nunca mais conversou ou se quer curtiu as cosias uma da outra. Desativei qualquer vínculo com ela, eu também precisava sobreviver. E se buscasse por ela só iria me decepcionar por cogitar saber que ela estava longe de quem diz ter amado tanto. Iria me destruir entrar em suas redes sociais e me deparasse com uma vida feliz. Nada doía tanto em saber que fui apenas um experimento sobre a sua sexualidade. No fim eu fui apenas uma rebeldia.

Ódio. Foi o que eu senti de amar alguém tão covarde. Me senti envergonhada por passar tanto tempo ao lado de um ser desprezível. Que na primeira oportunidade foi embora e deixou tudo e todos. O egoísmo dela me sucumbio por longos anos. Eu literalmente passei esse intervalo de tempo tentando perdoá-la. Eu precisava perdoá-la para dar continuidade na minha vida. Já não tinha forças se quer para odia-lá de tão perdida que fiquei. Mesmo o meu cérebro querendo me lembrar apenas das coisas ruins que ela me proporcionou. O meu corpo me traia de forma insensata. O meu corpo ainda se lembrava do cheiro dos seus cabelos, das demonstrações de afeto, dos sorrisos após os beijos, das longas noite de prazer. Ela tinha tudo que eu sempre busquei em um alguém. E se tornou aquilo que não desejo para ninguém.

Dolorido, trágico e por fim Insignificante.

O Amor não é obvio Where stories live. Discover now