CAPÍTULO 2 •

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De: Carlota


Nova York.

As pessoas continuavam com os mesmos costumes. As ruas cheias e pessoas correndo como se o tempo fosse limitado. Os semblante de cansaço dos nova-yorkinos era notório. As mulheres carregavam grandes sacolas enquanto os homens andavam pelas ruas com jornais dobrados.

_ Ei sai da frente. - Um dos ambulantes Gritou vendo que estava atrapalhando a grande movimentação de pessoas  _Está perdida jovem menina? - Uma senhora perguntou se solidarizando pela meu semblante assustado e perdido.

Minha mente estava em um suposto colapso nervoso. Sentia as minhas mãos tremendo e as minhas pernas ficando cada vez mais banbas enquanto o peso do meu corpo fazia meus calcanhares gritarem de dor. Estava desacostumada a ver tanta gente junta. O barulho era invasivo para uma pessoa que passou tanto tempo no silêncio dos grandes campos do Colorado ao som dos passarinhos que rodeava a pequena propriedade que adquiri na cidade.

Não havia de fato me planejado para está ocasião. Após a notícia de Rodolfo que fui a escolhida no lugar da Srta Flores eu simplesmente fiz as malas sem exitar se quer um minuto. Era minha obrigação como juíza prestar o suporte possível para o meu País. Quando foi me passado o quanto que a Juíz Poul foi covarde em relação as suas obrigações eu senti necessidade de fazer com que as pessoas tivessem seus direitos conservados. Existia pessoas presas por injusta causa e pessoas com caráter duvidoso como a família Lincoln a solta. Era minha obrigação revigorar e conservar os direitos de todos com ternura e cautela.

_ Boa noite! Srta Cooper. Correto? - Uma jovem de cabelos longos e um rosto angelical me recepcionou no hotel Flindes.

_ Correto. Eu reservei o quarto 507, no sétimo andar. - Gesticulei com a pobre moça que estava trabalhando pleno domingo a noite ao lado de um homem que aparentemente lhe causava desconforto.

_ Muito bem! Estávamos lhe esperando. É um prazer tê-la em nossos aposentos. - Sorriu. _ Vou pedir para a Seleste te acompanhar até o quarto. Ao entrar terá todas as informações do hotel.

Como prometido pela mesma em meu quarto tinha um planfeto com algumas  informações de suma importância. Ao entrar no quarto agradeci Seleste pela ajuda com as malas e me sentei na enorme cama que o hotel possuía. Tirei os saltos apertados e relaxei por alguns segundos enquanto observava o enorme lustre.

A programação para semana era cheia de obrigações a ser seguidas. E como estava cuidando de tantos casos fui praticamente obrigada a abrir um processo seletivo para encontrar alguém que se responsabilize pelos meus interesses. Gesticulando de forma mais clara precisava de uma secretária para organizar as pendências burocráticas que ocupavam muito o meu tempo e os meus pensamentos.

O processo seletivo foi feito de forma on-line. Já que não estava com tempo e disposição para sair do quarto cujo passei longos três dias. Após longas entrevistas desastrosas encontrei Margo. Uma australiana que fez dois anos de intercâmbio e agora estava em solo americano a fim de estudar e trabalhar. O que me chamou atenção na jovem menina foi a determinação e dominação com as palavras. Mesmo sendo consideravelmente jovem, tinha experiência suficiente para prestar um excelente serviço.

 Mesmo sendo consideravelmente jovem, tinha experiência suficiente para prestar um excelente serviço

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Margo. Possuía um par de olhos grandes esverdeados que mudava de cor conforme a luz do ambiente. Andava sempre com um clássico embaixo dos braços e tinha um ótimo senso de humor. Com sua ajuda encontrei um apartamento próximo ao tribunal  na rua 6 ao lado de um café cujo donos eram  brasileiros.

Em pouco tempo ganhou minha confiança após compartilhar de suas experiências de vida. Me via muito nela quando jovem. Era impulsiva e sonhadora. Seus olhos brilhavam quando falava de seus romances favoritos ou em algum carinha que havia conhecido em alguma orquestra. Veio de família humilde mas sempre teve apoio dos pais para se tornar uma menina virtuosa. A educação que lhe foi concedida pela família era notável em todos os aspectos.

O apartamento novo era esplêndido. Possuía janelas grandes que fornecia uma vista privilegiada da vasta cidade. Além disso a casa era muito bem arejada, um ar gelado sempre me fazia cobrir os pés a noite mas durante as tarde quentes era um artifício positivo. O piso era de uma refinada madeira que brilhavam após Judite ajeitar todos os detalhes do apê. Um cheiro de lavanda invadia por toda casa após a faxina. Tudo estava em seu devido lugar; a cor branca dos móveis deixava a casa com um ar mais leve.

Tuesday                                             9.30h

A primeira caminhada após a volta para Nova York foi cheia de recordações. Na frente do café eu fiquei parada por alguns longos minutos e voltei ao passado  umas três vezes me recordando de bons momentos. A primeira vez que estive no café, estava carregando caixas para Margarita que estava triste pelas recordações da falecida filha.

Logo a frente estava o grande prédio comercial dos Carters. Que rendia mais de um milhão de dólares por ano. Estava como da última vez, posso me arriscar em dizer que nada mudou desde que deixei esse lugar. A arrogância dos advogados daquela região continuava a mesma, a forma como eles olhavam com superioridade era desesperador.

Me arrisquei em andar mais um pouco e me recordar sozinha de  tudo que essa cidade me forneceu, de todos os tombos e deslizes. Desde o princípio as coisas aqui não foram nada fáceis. Passei na frente da biblioteca aonde conheci a Sarah e senti um aperto no coração. Me recordei dos bons tempos que ela foi bem mais que uma amiga. A praça estava literalmente mudada. Tinha mais gente rondando o lugar e os pombos reproduziram de forma inexplicável.

_ Carlota? - Ouço uma voz baixa mas conhecida.

_Emma! - Abracei a mesma com força.

_ V..  Você está admirável. Esse cabelos ruivos valorizam seu rosto. Está impecável. Você está tão linda. Eu não posso negar o quanto eu te odiei por longos anos. Você nos deixou! Foi embora e não forneceu nenhuma informação sobre o seu paradeiro. Nem mesmo no WhatsApp você se deu o trabalho de dar notícia de vida. A gente merecia bem mais do que um "Estou bem". Você tinha pessoas que te amava aqui Carlota. Não foi nada justo o que você fez a gente passar. A Sarah passou longos dias chorando por causa da sua ausência. Você ficou sete anos fora, e agora está aqui na minha frente. Não dá para raciocinar esse tanto de informação com seriedade e racionalidade.

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