Capítulo 37

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Narrado por Carlota: 

A festa era em um antigo sítio da família Loobes, era uma casa bem grande e arejada. Mas perdia a beleza com tantos jovens bêbados estragando os móveis com copos vermelho cheio de bebidas alcoólicas. Não queria beber tanto, então fiquei na varanda em um lugar mais isolado atrapalhando os jovens se pegar e vendo as estrelas.

_Martin Parker, sim filho do cantor.

_Desculpa te falar, mas não sei quem é você e muito menos seu pai. - Falei rindo bebendo uma cerveja que por sinal já estava quente.

_ Júlio Parker o da banda de Rock. - Falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

_Ata. - Falei mesmo sem saber quem era. _ Eu tô querendo ficar aqui de boas. - Falei para vê se ele ia embora.

_ Você me lembra Brusquelas das cantigas de Vukart o sem critério. - Falou fazendo uma pequena grande mensão literária.

_ Não é possível que um egocêntrico como você leia Vukart! Desculpas.

_ Que a raiz dessa árvore não lhe de motivos para escapar da solidão que a própria terra trás para natureza. - Ele citou com os olhos cheio de vida.

_ Alguntis eu vi as ladainhas das serpentes do mal. - Continuei mostrando aptidão.

_ Eu vi os lobos das florestas cantarem contra mim.

_ Eu preciso beber. - Falei me levantando e levando uma garrafa.

_ Supresa? - Falou rindo.

_ Eu só julguei você de forma errada.

_ Isso é por julgar o livro pela capa. - Falou me dando um selinho e evoluindo para um escandaloso beijo de até se jogar um pouco para trás.

_Você é louco ? - Falei me levantando.

_ É para isso que você veio? - Falou Ivan atrás de mim.

_Isso que rolou entre eu e ele não significa nada para mim!!! Você sim.

_ Carlota por conhecidencia vim parar na mesma festa que você. E você vem me dizer que isso não significou nada. Para mim significou muita coisa. - Falou saindo enfurecido.

_Ivan volta aqui. - Falei correndo atrás dele.

Tudo em minutos estava se desmoronando, eu precisava dar uma satisfação para Ivan. Ele me tirava do tédio.

_ Ivan eu posso explicar. - Falei puxando o seu braço.

_Você é uma vagabunda, pra mim isso é atitude de mulher sem caráter. Você Carlota é o pior tipo de ser humano que existe.

_ Amor ele me beijou, eu nunca faria isso com você.

_ VAGABUNDA. - Gritou me dando um tapa na cara e me empurrando. _ É isso que pessoas como você merece. - Falou me vendo cair de bunda no chão com o impacto das sua suas mãos  grandes e grossas.

_ Cretino, não ouse nunca mais encostar o dedo em mim. Você não é o caralho de porra nenhuma para achar que tem o direito de encostar em mim. Eu não vou te denunciar por pena seu monstro. - Falei batendo o pé com muita força.

O ódio tinha possuído meu corpo, eu já tive que aguentar muito, eu prometi para mim mesma que quando saísse da vida miserável que tinha ao lado do meu pai nunca aceitaria que nenhum  homem me violentasse como o mesmo havia feito. Eu não tiro a razão dele de estar bravo e extremamente aborrecido comigo. Se pelos conceitos éticos dele atitudes como essa é inaceitável tudo bem! Eu não obrigaria ninguém a ficar comigo ou aceitar as minha lamentações. Mas ele perdeu qualquer moral e ética quando decidiu me agredir fisicamente e psicologicamente. Ele era igual o até pior que eu.

Cheguei em casa aborrecida e exausta por toda situação desgastante que tinha passado. Entrando no apartamento escuro consigo ouvir um barulho de soluço ecoando pela sala de estar. Acendo a luz e consigo ver Sarah com os  olhos inchados de tanto  chorar.

_Amiga. - Corri para ver o que estava acontecendo.

_ Amiga eu quero que você me bata, eu quero que você me jogue desse apartamento mas não acaba com a nossa amizade.

_ Nossa amizade é umas das coisas mais importantes que eu tenho. Eu sou incapaz de acabar com a nossa irmandade. - Falei deitando em seu colo. _ Tá tudo tão complicado. - Falei começando a chorar também.

_ Amiga eu não mereço 1% do seu amor. Eu espero que um dia você me perdoe.

_Eu não tô entendendo. - Falei levantando de seu colo e olhando seriamente para o seu olhos.

_ Eu fui contra qualquer irmandade. Eu agi como uma sirigaita.

_ O que você fez amiga ? - Falei assustada.

_ Eu transei.

_ Que bom amiga, transar faz bem. Agora você vai ter sua fase de viciada por sexo. - Falei rindo. _A gente tem que comemorar.

_ Com o Ivan. - Falou baixinho mas o suficiente para eu escutar.

_Você o que Sarah ? - Falei pasma com a situação.

_ Eu me relacionei sexualmente com o Ivan.

_Quando isso acontceu? - Falei com lágrimas nos olhos.

_ Amiga desculpas. - Falou de joelhos.

_ Quando isso aconteceu. - Gritei.

_ Ontem. - Falou olhando para baixo.

_ Eu espero que você tenha válido a pena Sara. Eu espero que tenha sido muito bom. Porque o preço da sua brincadeira vai ser a nossa amizade.

_ Você não pode fazenndo isso comigo Carlota!!! Aonde você vai morar ? - Fala sem pensar.

_Você acha que tô a anos sendo sua amiga por causa disso aqui ? - Falei tocando nas paredes. _ Eu nunca me tornei sua amiga por conta dos privilégios que teria ao seu lado. Eu tive tantas oportunidades de subir na vida de forma fácil. Seus pais em diversos momentos me deram oportunidades de emprego em cargos altíssimos e forneceram ótimas faculdades, mas eu não sou uma interesseira, eu não sou isso e tenho a absoluta certeza que você me conhece muito bem. - Falei chorando. _ Sarah se eu precisar eu moro debaixo da ponte. Isso para mim não será a primeira vez.

_Amiga eu  não quis dizer isso. Me perdoa por favor. Eu nem sei mais viver sem você. Eu não sei como tudo rolou, foi tudo muito rápido. Eu estou sentindo nojo de mim.

_ Tudo bem. - Falei indo para o meu quarto.

_Amiga vamos conversar. Não sai assim sem falar nada. Eu prefiro que você grite.

Como dizia o filósofo Herbert "A decepção sempre vem daquele que você considera irmão". Era doloroso imaginar que a primeira vez da minha melhor amiga seria marcado pelo meu parceiro. O problema não era  o carinho que tinha por Ivan, o problema estava na confiança que tinha na minha amiga, ela sim me deveria um alto nível de lealdade. Homens vem e vão da nossa vida, agora irmãos não. Eu estava em momento difícil e delicado, eu não queria acabar com a minha amizade com Sasa pois as vezes sentia que só  tinha ela e seus parentes como família. Mas não aceitaria tão fácil toda essa situação

_Por favor abre a porta. - Ela gritava.

_Me da um tempo para pensar, por favor Sarah. - Falei com a voz fraca.

_ Amiga você está se sentindo bem ? Quer os seus remédios? Carlota? Me responde por favor.

_ Eu estou bem.

Passei a noite em branco pensando em como seria minha vida a partir de tudo que tinha acontecido. Trabalhar no café seria um verdadeiro inferno, a grande possibilidade de ser demitida, despejada e morrer sozinha nesse vasto mundo era grande

Acordei com uma enorme dor de estômago, estava sem vontade de fazer absolutamente nada. Decidi nem ir para o trabalho de tão triste eu estava. A dor de cabeça estava me rondando por toda a noite e agora de amanhã nada havia mudado.

_Eu preciso de você Megan. - Falei sozinha vendo uma foto minha e da Megan.

Sem pensar apenas visto uma jaqueta e corro para casa da Megan. Ela sempre estava de braços abertos para me receber. Eu precisava dela nesse momento.

O Amor não é obvio Onde as histórias ganham vida. Descobre agora