Capítulo 67

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Narrado por Megan:

Os últimos dias estavam sendo um pesadelo, mesmo rodiada de amigos e funcionários me sentia vazia. Sentia como se alguma coisa estivesse faltando. Nos meus pensamentos Carlota estava em todos os momentos. Essas angústia estava me deixando doida. Eu já não sabia em que lugar eu estava na vida da Carlota, eu não fazia ideia se ela gostaria de me ver, se ela gostaria de ouvir as minha lamentações. Tentei dar um tempo para ambas, tentei ignorar tudo que se relacionava a ela.

Domingo a noite deitada na cama, já de pijama lembrando da última vez que Carlota esteve nessa cama. Mesmo sabendo dos malefícios acendo um cigarro. Estava em estado de desequilíbrio. Não queria sair de casa e muito menos ir para empresa. Todas as coisas que um dia fez sentindo na minha vida atualemnte não tinha importância nenhuma.

_ Cadê você. - Essa foi a última frase antes de cair em um sono profundo.

Durante a noite os pesadelos me perseguiram, não conseguia ter paz. As coisas estavam confusas, enquanto estava em uma pequena casa ao lado de um lago mal cuidado consigo sentir a presença da Carlota, eu tentava ir atrás dela, tentava descobrir aonde ela estava pois sentia seu cheiro mais não achava.

Acordei aos gritos, achava que ainda estava em um de meus pesadelos. Estava ficando louca e tudo por causa de uma menina que chegou e mudou tudo. Eu não aguentaria passar novamente por esse processo. Tudo era muito intenso e doloroso.

Essa não era a primeira e nem a última vez que praticamente deixava a pessoa seguir seu próprio caminho. Eu carrego um peso enorme por não me sentir forte o suficiente. Minha filha era uma bebê linda, tinha olhos azuis e cabelo loiro bem clarinho. Seu sorriso sem dentes ainda existia na minha imaginação. Tudo que fiz para que ela tivesse uma vida digna não está escrito. Eu me sacrifiquei de todos os jeitos para poder dar o melhor para minha filha. Mas não era o suficiente, não  conseguia amar ela como deveria, não me sentia capaz de cuidar e zelar pela sua vida. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance, e uma hora decidi sozinha em um quarto na pensão de uma nobre senhora que a minha filha merecia algo superior a mim, algo que só uma família de verdade poderia lhe oferecer. Minha filha não merecia uma mãe frustada e fracassada. Minha filha merecia um lar, uma infância, amigos e uma família por perto. Eu não fui suficiente na vida da pessoa mais importante da minha vida. Eu não fui [...]

Após dois meses de muito sofrimento levei a criança para uma casa de freiras do lado Oeste da Califórnia, em uma pequena cidade. As mulheres eram amorosas e tinha uma estrutura para cuidar dela, em poucos meses ela foi adotada por uma família que morava a alguns quilômetros da pequena igreja. Tudo se acalmou no meu coração, na época sentia que tinha feito a coisa certa. Era muito nova e precisava lutar pelos meus sonhos. Mesmo longe, foi ela que me deu forças para conquistar cada pequena batalha até aqui. Sinto que não tenho direito de conhece-la nem mesmo de perguntar como ela está. Eu não mereço tal privilégio e então optei por viver uma vida de culpa.

Por esse motivo decidi ocupar minha cabeça com coisas fúteis e passageiras. Diariamente sinto como se faltasse alguém, como se ela ainda estivesse me esperando. Eu nunca consegui ir atrás dela, nunca nem mesmo busquei saber o seu nome.

Atualmente sinto o mesmo sentimento por Carlota. Como se nunca irei ser capaz de olhar nos seus olhos e dizer o quanto a amo e pedir perdão por não ter sido sincera em todos os requisitos. Ela merece alguém que cuide, que seja honesta, que valorize a mulher incrível que ela  é. Eu não me encaixo mais. Eu não a mereço.

Após muito pensar e refletir levanto para tomar um banho e ir para empresa, ainda tinha uma imagem a se zelar. Após seguir todas as tarefas da manhã entro no carro e vou em direção ao trabalho. De longe consigo ver Carlota em sua bicicleta. Seu semblante é cabisbaixo, com fones de ouvidos e uma mochila nas costa. Estava linda como sempre, independe do seu estado emocional estava sempre muito bonita aos meus olhos.

Nossos olhares então se encontra. Ela se descontrola e coloca os pés no chão. Puxa o ar com força e rapidamnete volta a pedalar. Tudo em questão de segundos. Uma simples troca de olhar foi o suficiente para o coração apertar e a cabeça delirar. Eu precisava dela, precisava das suas piadas besta e da sua presença. Não dava para continuar assim.

Já pela noite alguns amigos marcaram de ir para festa de um amigo da Rizia. Após muito pedirem lá estava eu em uma casa cheia de adolescentes chatos e bêbados. Fui para cozinha pegar uma bebida quando de longe reconheci os lindos cabelos que Carlota possuía. Meu coração parou e rapidamnete me virei. Eu não sabia se estava preparada para estar tão perto dela.

Meu primeiro instinto foi avisar meus amigos que não dava para ficar, que precisava resolver algumas coisas. Era demais pra mim ver Carlota dançar e se agarrar a um garoto que por sinal era muito bonito. Ela estava aparentemente feliz e confortável. Queria fugir o mais rápido possível para não estragar a sua noite, não poderia frequentar os mesmo lugares.

Quando já estava na rua indo em direção ao meu carro escuto uma voz. Na verdade a voz dela. Ela gritou apenas uma vez, meu corpo imediatamente travou senti tudo entrando em estado de alerta e lentamente me virei.

_ Megan - Ela gritou.

Não conseguia se quer dizer uma palavra. Nem olhar para os seus olhos eu conseguia, não me sentia digna a tal atitude.

_ Olha para mim Megan. Olhe para os meus olhos e diga que tudo isso foi um mal entendimento. Que você não está com aquela menina, que está arrependida e quer voltar a ser como éramos antes. Diga Megan. Acaba com o meu sofrimento. - Ela falou em alto tom. Chamando atenção de algumas pessoas.

_ E...Eu não posso fazer o que está me pedindo Carlota. Eu não posso. - Falei me virando entrando no meu carro. - Rapidamente fiz um coque no cabelo e tentava respirar e parar de chorar.

O Amor não é obvio Where stories live. Discover now