Capítulo 74

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Narrado por Megan:

_ O que você fez pela minha filha não tem como agradecer. - Falou após sua  mulher sair para buscar algumas coisas para internação da filha e da neta.

_ Tem como sim Sebastiam. - Falei rindo da situação. _ Me paga um café! Tô morrendo de fome.

Sentada na cafeteria do hospital nem parecia que passei tanto tempo da  minha  vida fugindo dele. Era algo anormal estar sentada com o meu ex marido. Meu coração  ainda batia forte, não por amor ou algum sentimento romântico e sim por pura ansiedade. Ele me causava esse efeito toda vez que estávamos juntos. Eu sempre me recordava dos nossos momentos como casal e dos momentos triste que passei por consequência de um casamento arranjado.

_ Está pensando em que ? - Falou me tirando da zona de conforto.

_ Estou pensando em como a Sale é forte. - Menti.

_ Sim, ela realmente foi incrível. O que me deixa aborrecido é o traste do marido dela não estar aqui com ela. - Falou sem pensar.

_ Ele está trabalhando para dar um boa vida para sua neta e para sua filha. Além disso estava muito preocupado.

_ Mesmo depois de tudo que eu fiz você passar você ainda está aqui! Fazendo o que deveria ter feito pela minha filha.

_ Eu gosto muito da Sale. E não vejo problema algum no fato de ajudar a sua filha.

_ Que bonito vocês dois juntos! Tomando um café. - Sua mulher chegou com algumas bolsas e um tom de voz totalmente irônico.

_ É...É- Falei sem jeito. _ Eu vou dar uma volta. - Falei saindo.

O hospital estava cheio, após as festividades era normal o fluxo de pessoas aumentarem nos hospitais.

_ Como já sei que a Sale está bem e vocês estão aqui eu vou para casa. - Falei encontrando com os mesmo na frente do quarto aonde a menina estava hospedada.

_ A Sale quer falar com você. - Sebastiam falou.

_ Está tudo bem! Preciso resolver as minhas coisas agora! Sua mãe cuidará de você! Qualquer coisa já sabe né? Me liga! - Falou sua mãe saindo do quarto enquanto eu entrava.

_ Tem uma coisa que não sai da minha cabeça Megan!

_ Diga! - Falei querendo terminar logo a conversa

_ Antes de parir a minha filha você me falou algo que só agora consegui raciocinar com clareza! Eu sei que você é a ex do meu pai. E sei também que ele foi seu único homem sério na vida! Meu pai vive contando como era sua vida no passado. Enfim! Ontem você falou algo muito importante e sério! Que você teve uma filha. Eu preciso que seja sincera comigo. Essa filha é do meu pai? Eu tenho uma irmã perdida Megan ?

_ É...É claro que não! Eu falei isso para você se acalmar. - Falei tentando transparecer tranquilidade. _ Você precisava de mim Sale.

_ Tá. - Falou dando um sorriso que não me convenceu em nada.

Fui para casa cansada, após horas em pé, minha cabeça estava pesado e cheio de pensamentos negativos. Tomei um banho duradouro e descansei compondo algumas músicas. Já que fazia muito tempo que não tocava em meu violão.

Terça feira. O dia começa com uma leve chuva caindo do céu e um cheiro enorme de terra molhado por conta do jardim que o apartamento possuía. Abri algumas cortinas e organizei algumas panelas no escritório.

_ Alô Mariana ?

_ Olá Sr.Carter

_ Gostaria de saber sobre a minha filha Liz.

_ Como a senhora sabe sua filha foi adotada pelos Thompson. Está morando algumas quadras da igreja Santo Agostinho. Pode ficar tranquila está sendo bem cuidada. Os Thompson são pessoas muito humildes, Mercedes dedica sua vida a sua família enquanto Aurélio trabalha em uma Multinacional. Sempre a vejo passando com um vestido  amarelo rodado, com suas meias até a canela e um sapatinho preto.

_ Que bom que ela está bem. Por que essa família decidiu adotar a Liz?

_ Eles estavam a mais de cinco anos tentando dar um irmãozinho para o Bless. O primogênito deles. Após um resultado frustrante eles começaram a franquear alguns orfanatos das redondezas.

_Mariana eu quero ver a minha filha. - Falei com coração apertado.

_ A senhora tem certeza ? - A freira perguntou.

Quando fiz as papeladas para que Liz pudesse frequentar um orfanato deixei bem claro que não iria deixar de lado o meu direito de ver a minha filha. Então para isso criei um documento, para que seus futuros pais me deixasse ver a minha filha mesmo que de longe.

_ A Mercedes está ciente sobre o  documento feito pela senhora. E quando decidiu adotar a Liz foi sabendo de todas os pontos jurídicos.  Ela me orientou que quando a senhora tivesse esse contato com orfanato era para passar o seu telefone celular. Para que assim ambas pudesse decidir a melhor coisa a se fazer pensando na Liz.

_ Me manda o telefone pelo E-mail. Qualquer coisa te retorno aqui.

Eu estava desesperada! Não sabia o que era certo a se fazer, não queria confundir a pobre coitada por outro capricho meu. O fato de que os pensamentos sobre a minha filha estar me atormentando a todo momento estava me deixando louca. Eu precisava me certificar que a minha filha estava sendo bem cuidada.

_ Alô Amber?

_ Amiga ? O que aconteceu? São 4h da manhã.

_ Eu não sei,não consigo parar de e pensar na minha filha. Eu não sei se o que estou sentindo é coisa de mãe. Eu não sei Amber.

_ Calma amiga! O certo é você ir dormir um pouco. Amanhã você pensa melhor o que fazer.

_ Tudo bem. Obrigada amiga. - Falei desligando o telefone.

Após desligar o telefone imediatamente ligo o meu computador e pesquiso tudo sobre a família Thompson. Todos os fatores da trajetória dele. A minha filha merecia o melhor.

Não consegui pregar os olhos a noite inteira  vendo documentos e mais documentos sobre a tal família. Após todos arquivos que não eram poucos consegui deitar minha cabeça em paz no travesseiro sabendo que realmente pareciam ser boas pessoas. E não tinha nada suspeito ou errado em relação a busca intensa que havia feito.

O dia se inicia com o sol batendo de forma rápida nos reflexos das janelas fazendo eu acordar coçando os olhos e tentando cobrir de alguma forma o meu rosto que queimava de forma rápida.

Levanto- me para preparar um café  reforçado após a pouca noite de sono, quando percebo um número desconhecido na caixa de entrada do Whatsapp. Imediatamente busquei pela foto e imediatamente já senti um calafrio.

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