Capítulo 2

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Narrado por Carlota:

Já havia se passado cinco dias desde o dia que eu havia sido demetida de meu antigo emprego. As coisas não estavam fáceis para mim, graças  mim  ainda tinha algumas economias para suprir minhas necessidades. Mais o tempo passava mais desesperada eu ficava com toda minha condição financeira.

Hoje iria para casa do Edgar, meu amigo a quase cinco meses. Nossa relação de amizade estava longe de ser algo convencional mas ambos se ajudava muito então continuávamos  com essa relação.
Quando vim morar em Nova York para tentar uma vida melhor eu me vi perdida. Não tinha dinheiro e nem apoio de ninguém. Foi deitada em um banco na praça que conheci Edgar. Ele era um homem alto com trajes sociais e um lindo par de olhos azuis, ele possuia cabelos castanhos escuros e uma boca carnuda, era um homem muito bonito e cobiçado pelas mulheres.

Flashback

_O que uma moça tão bonita faz deitada na praça da cidade nesse frio ?

_ E...Eu. - Estava com tanto medo do sujeito que estava a minha frente que não conseguia nem falar. Eu não confiava em homens. O único homem que tinha que me proteger me machucou, meu pai.

Deixei ele falando sozinho  e corri para dentro da praça. Nesse época estava entrando no  inverno, mais um fator que ia me prejudicar. O frio em Nova York era violento, muitos colegas de ruas eu vi morrer por conta da fome do frio.

Em um certo dia estava com tanta fome que já sabia que meu fim estava próximo. Estava caida na grama sentindo cada músculo do meu corpo suplicar por um pedaço de pão.

Foi nesse dia que Edgar me viu caida na grama e sem pensar duas vezes me levou para o seu apartamento. Eu já não conseguia dizer que não queria sua ajuda, eu precisava dele para sobreviver. Ele então me deu muita comida. Lembro como se fosse hoje, eu estava com tanta fome que comi sem nem pensar no fato de estar na casa de um desconhecido que poderia muito bem me fazer mal.

_ Obrigada senhor. - Falei com os beiços ainda sujo pelos resto de comida que ali tinha.

_Está sujo aqui. - Falou limpando meu lábios com aqueles dedos macios que percorria agora a minha pele.

_Obrigada senhor. - Falei me ajeitando na cadeira e sentindo o constrangimento invadir o meu peito juntamente com o medo.

_ Não tenha medo de mim. Não irei fazer nada com você. - Falou vendo minha inquietação na cadeira.

_ Eu posso ir agora ? - Falei olhando ao redor.

_Você prefere ficar na rua do que na minha casa ?

_ Eu não conheço o senhor !!! Não sei da sua índole. E não quero incomodar o mesmo. - Falei sem olhar para os seus olhos.

_ Eu quero que você fique. - Falou colocando meu cabelo para atrás da orelha.

O toque dele não era um toque inocente, ele sabia que aquilo estava me incomodando mas ele não  se importava. Soltava sorrisos no canto da boca mostrando seu lindo dentes.

_ Por qual motivo eu ficaria senhor?

_ Você precisa de mim e eu preciso de você criança.

_ O que você precisa senhor? - Falei
ingênua.

_ Bom, eu gostei de você desde o dia que te vi na janela do meu prédio. Não imaginava que era uma sem teto. Por esse motivo falei com você aquele dia. Quando avistei você caida no chão eu me senti inútil por não ter te ajudando antes. Eu posso e quero te ajudar menina.

_ Eu não sou menina e nem  criança sou Carlota. - Falei soltando um pequeno sorriso.

_ Lindo nome Carlota. - Falou se aproximando da cadeira aonde eu estava.

_Obrigada - Falei me afastando um pouco de seu rosto.

_Você tem quantos anos Carlota?

_ Vinte e um

_Nossa nunca acertaria sua idade, achei que tinha uns dezessete anos.

_ Aparências engana senhor.

_Eu me chamo Edgar Motter. Tenho vinte e sete anos. Trablho em uma empresa de Marketing que faz acessórias para outras empresas. Sou solteiro e moro aqui a mais ou menos três anos.

_ Eu me chamo Carlota, tenho vinte e um ano, atualmente não trablho mas vou entregar currículos [...] Sou solteira e moro aqui há alguns dias.

_ Posso pedir comida e a gente conversa sobre a vida ? - Falou baixo olhando em meus olhos para ver se ia concordar.

_ Você promete não tocar em mim? Mesmo que seja para colocar o meu cabelo atrás da orelha ? - Falei séria.

_ Tudo bem. - Falou pegando celular e ligando para alguém cujo paradeiro eu desconheço.

Edgar pediu pizza, estava muito gostoso. Fazia muito tempo que não comia pizza. Ao passar do tempo conversando com ele percebi que ele era uma pessoa boa. Não tentou nada após eu falar que não gostaria de ser tocada.

_Eu posso pedir um favor ? - Falei nervosa.

_ Pode sim Carlota. - Falou guardando a pizza.

_ Posso tomar um banho ? Nem preciso usar sabão. Eu só quero jogar água no meu corpo e se não fosse algo que eu quisesse muito eu juro que não pediria. Eu estou menstruada e enfim. - Nesse momento estava vermelha como um pimentão. Mas tive que tomar coragem. _ Se quiser eu uso a mangueira do prédio. Eu não quero ser um incômodo Edgar.

_ Não precisa me explicar isso Carlota. É óbvio que deixo você se banhar. Porém o banheiro de visita está quebrado então terá que usar minha suíte. Tudo bem para você?

_ Sim - Falei ansiosa pelo banho.

Entrei no banheiro e vi que o Edgar tinha separado uma muda de roupas limpas para mim usar e algumas coisas de higiene. Dei um pequeno sorriso e entrei na suíte para me banhar. Demorei menos de vinte minutos, não queria gastar muita água. Aproveitei a oportunidade para lavar  as minhas roupas no chuveiro mesmo. Sai do banheiro já vestida. Está usando um absorvente é algo tão  fútil para muitas gente, algo sem importância mas quando se está na rua tudo vira coisas de grande importância.

_Obrigada Edgar por ter me dado comida e deixado eu usar o seu banheiro.  Se não fosse você eu estaria morta a essa horas. - Falei olhando para janela e percebendo que já estava a noite. _ Mordomias como essa eu não tinha a tempos. Sentir o sabor da deliciosa pizza que você comprou foi muito renovador [...]  Sou grata pela sua gentileza. Mas não quero ser mais incômodo do que já estou sendo. Estou indo para praça.

_ Carlota - Falou com um tom mais alto do que o seu normal.

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