Capítulo 81

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Luisen tentou inventar outra desculpa, mas nada lhe ocorreu. Sua mente ficou em branco.

"Você sabia que aquelas pessoas estavam criando novos monstros? Como você conseguiu essa informação?" Morrison perguntou, novamente.

Aquele monstro cobra era uma nova criação feita pelo homem? Isso certamente foi surpreendente, mas Luisen não conseguiu responder. Morrison caminhou até a parede ao perceber que Luisen evitou responder. Ele escolheu um dos instrumentos de tortura mais horríveis e macabro - era difícil imaginar para que poderia ser usado.

Bang!

Ele bateu na frente do jovem senhor, como se quisesse mostrar a ferramenta. O jovem senhor tremeu.

"N-Não... Não é que eu não queira dizer nada..."

Mesmo que falasse, não achava que o outro acreditaria nele. Ah, ele deveria apenas revelar tudo? Quando Luisen hesitou, Morrison olhou para o jovem senhor em silêncio; o olhar do inquisidor parecia instar o jovem senhor a dar uma resposta rápida. Isso aumentou a ansiedade do jovem senhor. Tomado pelo medo de que Morrison apontasse o aparelho de tortura para ele, a boca do jovem senhor não abria mais.

Depois de tremer assim por um tempo, uma pergunta veio à mente.

"Por que ele está apenas sentado e olhando para mim?"

Luisen lembrou como Carlton interrogou Cullen. O mercenário não esperou por uma resposta nem fez perguntas várias vezes. Quando ficou claro que Cullen estava escondendo algo, o mercenário imediatamente arrastou o faz-tudo até a abertura e o mergulhou no rio. O mercenário tinha certeza de que sua vítima abriria a boca de qualquer maneira, então Carlton não perdeu tempo tentando suavizar e acalmar o homem.

Pensando bem, quando Luisen vagava pela terra, aqueles que tinham algo a ganhar com o jovem senhor começaram a conversa com os punhos. Morrison, por outro lado, havia cultivado uma atmosfera terrível, como se fosse fazer algo horrível, mas o inquisidor ainda não havia apontado um dedo para Luisen.

"...Agora que penso nisso, por que ele está apenas falando comigo?"

Foi porque Morrison é padre? Não, não pode ser isso. Sacerdotes detestam e odeiam hereges e cultistas. Sacerdotes no extremo dessas crenças seriam selecionados como inquisidores. Não havia como o homem mostrar misericórdia.

"Ainda assim, não tem como... ele estar sendo indulgente porque me conhece."

Luisen não conseguia entender o que estava nos pensamentos mais íntimos de Morrison. "Existe um limite para o meu cérebro!" Ele pensou. O jovem senhor lembrou-se de duas das melhores pessoas que conheceu em sua vida - o peregrino de um braço e Carlton. O que aqueles dois teriam feito?

Luisen tentou usar sua imaginação. Em sua cabeça, as vozes imaginárias dos dois homens gritavam como uma só, "Aquele cara também não tem certeza, então ele só está batendo a boca!"

Sim! É isso!

Luisen se sentiu iluminado.

Se Morrison estivesse convencido de que Luisen era um adorador de demônios, ele não estaria esperando que Luisen acordasse e explicasse o lado da história do jovem senhor. Ele teria começado a torturar o corpo inconsciente do jovem senhor, obrigando-o a cair em si. O inquisidor teria abalado e sobrecarregado os sentidos de Luisen sem dar ao jovem senhor tempo para descobrir o que estava acontecendo.

Morrison esperou até que o medo se acumulasse em uma intensidade apropriada no jovem lorde. Ele gentilmente informou ao outro que era um inquisidor e explicou por que suspeitava de Luisen. Da mesma forma, a pergunta de Morrison parecia uma tática para obter mais informações, em vez de acusar o jovem lorde de heresia.

Circumstances Of A Fallen Lord (PT-BR)Where stories live. Discover now