Capítulo 11

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Sofia

Já que meu final de semana romântico com o Drew foi atrapalhado por causa de um almoço com algum treinador idiota, me contentei em sair com ele no domingo à noite. O mais irônico de tudo é que não fomos sozinhos: Drew trouxe os amigos de time, portanto, fui obriga a trazer as garotas.

Não que eu me importe de sair com eles: sempre fazemos isso, afinal, pessoas populares andam com outras pessoas populares. Mas fazia um bom tempo que eu não ficava a sós com meu namorado, então foi só mais uma frustração na minha lista que já estava ficando grande demais para meu gosto.

Nos dez primeiros minutos do filme, acariciei sua coxa e lhe dei um beijinho atrás da orelha. Drew sorriu para mim, mas não se importou o suficiente para parar de comer a pipoca. Meia hora depois, insisti de novo. Desta vez iniciei um beijo que ele correspondeu, mas logo foi encerrado com ele bebendo refrigerante. Joguei-me contra a poltrona e soltei um suspiro alto. Achei que Drew fosse perguntar o porquê da minha reação, mas ele só continuou comendo aquela pipoca gordurosa e nojenta.

— O filme foi ótimo, não é? — ele diz assim que saímos da sessão.

— Fantástico. — digo irônica, mas ele não percebe. — Podemos ir para minha casa agora?

— Claro, eu te deixo lá... Vou buscar o carro.

Ele me dá um beijo na bochecha e sai na frente com os rapazes. Cruzo meus braços para me aquecer, pois a noite está fria, e também não quero socar a cara do Drew.

— Por que vocês parecem mais como amigos do que como namorados? — pergunta Isabel. Ela para ao meu lado e passa um hidratante labial de forma dramática.

— Nós estamos bem.

— Ah é? Continue dizendo isso, quem sabe você se convence.

— Vai vir com a gente também, Isabel? — indaga Drew de dentro do carro.

— Não, meu namorado já está vindo me buscar. —Ela sorri para ele, que assente. — Ele estava conversando com a Amélia antes de entrar na sessão, por isso demorou. Só te digo uma coisa, como amiga, Sosô: eles dois pareciam mais um casal do que vocês.

•••

— Você está bem?

Pisco os olhos e vejo que o carro de Drew está parado na porta da minha casa. Algumas luzes estão acesas, sinal de que meus pais já chegaram de... Onde quer que estivessem. Tiro o cinto de segurança e remexo-me no banco de couro da BMW.

— Não falou nada desde que saímos do cinema... — Drew acrescenta, enquanto me encara.

Nós estamos bem?

Não sei se quero ouvir a resposta, mas mesmo assim pergunto. Na verdade, não é o que quero, de fato, saber dele. Existem tantas dúvidas na minha cabeça, mas essa é que a vem martelando-a dia e noite. Estou começando a me arrepender de ter ido para à Europa sem ele porque parece que nossos problemas começaram com essa maldita viagem.

Certo... Talvez não me arrependendo por completo, porque comprei muitas coisas por lá.

Seu pomo de adão sobe e desce, mas não consigo dizer se ele engoliu em seco, apenas continua me encarando e leva um certo tempo para responder.

— Olha, Sofia...

Meu coração começa a pulsar nos meus ouvidos. Sinto um pânico corromper meu juízo e todo meu corpo treme. Eu não estava pronta para aquele "Olha, Sofia". Apenas para um "Claro que sim amor, não viaja" de sempre.

Garotas VenenosasWhere stories live. Discover now