Capítulo 27

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Amélia

Eu não tenho o que vestir. O que as pessoas usam em house party? Salto? Vestido? Calça? Moletom? Checo meu celular e vejo que tenho meia hora para me vestir, porque até onde me lembro Drew é bastante pontual.

Começo a revirar meu guarda-roupa sem saber pelo que estou procurando. Se eu não estivesse tão irritada com a Grace, talvez – mas só talvez – eu ligaria para ela e perguntaria o que devo vestir. Essa é a primeira vez em que vou em alguma festa de alguém do colégio, seria bom ter uma amiga para me orientar.

Ainda mais se for minha melhor amiga.

— Já está pronta? — minha mãe pergunta da porta. Viro-me para ela e dou uma volta, mostrando a roupa que escolhi.

— Está boa?

— Você está linda, meu amor. — ela responde, contente. — É bom ver você saindo de casa.

— Falando assim faz parecer que sou completamente anti-social. — brinco, e minha mãe ri.

— Quis dizer que é bom ver você se distraindo do trabalho e dessas séries malucas que você assiste... — ela gira os olhos. Minha mãe acha que série é coisa de gente alienada, vai entender. — O Drew está ouvindo todos os sermões do seu pai lá em baixo.

— Ele já chegou?! — exclamo, desesperada.

— Já. — ela ri. — Está muito bonito.

Sorriu largamente e coro.

— Ele é muito bonito.

Minha mãe se encosta no batente da porta, cruza os braços e me encara. Lá vem...

— Você gosta dele...

— É uma pergunta ou afirmação? — Disfarço minha animação ao falar de Drew, mas ela percebe.

— Afirmação. — ela sorri. — Ele te faz bem?

— Sim, demais...

— Sendo assim, tem minha permissão... E vou tentar puxar as rédeas do seu pai também.

— Por favor! — imploro, fazendo-a rir. — Papai não pode ficar tratando o Drew assim pra sempre!

— É porque seu pai não entende...

— Não entende o que? — pergunto distraída enquanto passo um batom suave. — Que eu cresci e gosto de um garoto?

— Foi uma surpresa para ele. — mamãe fala, risonha. — Ele já sabia que você gostava de alguém, mas achou que era Josh.

Erro a pincelada do batom e acabo me borrando. Encaro minha mãe assustada pelo espelho, sem reação.

— O-o J-Josh? — gaguejo.

Minha mãe ri de novo.

— Sim, Josh. — ela dá de ombros, sorrindo. — Na verdade, nós dois apostamos que seria Josh.

Solto uma risada sem graça e conserto o batom, apenas para não ficar parada pensando em como isso é constrangedor e no quanto fiquei nervosa.

— Vocês dois são malucos? Nós somos amigos...

— Eu e seu pai também éramos amigos.

— Mas é diferente, papai disse que te paquerava livremente, mesmo quando vocês eram amigos. — explico, com aquilo fazendo muito sentido na minha cabeça. — Josh nunca me paquerou.

— Nunca? — minha mãe pergunta. Agora ela que está espantada.

— Claro que não mãe! — bufo irritada de repente, e começo a zanzar pelo quarto procurando minha bolsa.

Garotas VenenosasOnde histórias criam vida. Descubra agora