Capítulo 36

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Amélia

Pela primeira vez, Josh não chega atrasado para me buscar. Quando ele buzina, nem nota que já estou do lado de fora de casa. Levanto dos degraus da varanda e caminho tranquilamente em direção á sua caminhonete. Jacob, por incrível que pareça, cede lugar para eu me sentar na frente.

— O que houve com você? — debocho, segurando a porta que ele deixou aberta.

— Josh vai me dar dez dólares por seu lugar. — ele responde e me mostra a nota do dinheiro. — Não foi dessa vez que fiz de graça, não é?

Rio e entramos no carro.

— Você não consegue ser cavalheiro. — Giro os olhos e beijo o rosto de Josh. — Bom dia!

— Bom dia. — Ele sorri e começa a dirigir de novo. — Drew não pôde te buscar hoje?

— Ele quis vir, mas eu falei que iria com você hoje.

O silencio dentro do carro me faz olhá-lo. Josh oscila os olhares entre a estrada e eu. Quando sorrio de canto, ele retribui da mesma maneira e assente.

— Quando crescer quero um carro igual o do seu namorado, Amélia. — Jacob diz do fundo.

— Ele não é meu namorado.

— Não? E você já está babando por ele desse jeito?

— Por que seu irmão não consegue calar a boca? — pergunto á Josh, que dá de ombros.

— Talvez ele nem saiba como fazer isso. — Josh responde e Jacob lhe dá um soco no braço.

— Vocês sempre falam de mim achando que não estou ouvindo.

— Eu sei que você está ouvindo, por isso mesmo falo. — digo e Josh ri.

— As crianças vão começar a brigar de manhã cedo? — Josh pergunta.

Jacob e eu começamos a brigar com ele – de novo! – porque – é sério! – Josh não pode achar que um ano de diferença faz dele algum tipo de cidadão responsável e autoritário.

Mal vejo a hora que chegamos ao colégio. Josh estaciona na última vaga que encontra livre no estacionamento – ou seja, a vaga que fica um pouco longe do colégio e ninguém quer estacionar. Descemos do carro e precisamos esperar Josh tentar conseguir trancar a porta do carro.

— O alarme parou de funcionar? — Jacob pergunta.

— Eu mexi em alguma coisa ontem enquanto tentava consertar a carburador.

Solto uma risada frouxa.

— Eu já te falei o quão fácil sua vida seria se você simplesmente aceitasse que esse carro não serve mais e você precisa de um novo. — digo e Josh sorri.

— E qual seria a graça andar por aí sem ouvir a descarga estourando e o motor morrendo?

— Não sei, talvez um pouco de silencio e conforto? — debocho novamente e Josh sorri de forma doce enquanto ajeita a alça de sua mochila. Hoje ele não está ofendido por eu estar falando mal do seu carro.

— Mas me diga, Amélia-ah: Onde está o seu carro?

Estalo a língua. Golpe baixo!

— Bom... — pigarreio. — Eu não tenho um no momento, você sabe.

— Pois é, — Josh diz como se tivesse acertado alguma coisa de muita importância. — acho que estou melhor que você, então.

Tento empurrar o ombro de Josh, mas ele desvia e minha mão mergulha no nada e eu acabo perdendo o equilíbrio. Estou quase no chão quando Josh tenta me ajudar, mas não consegue e nós caímos juntos. De inicio sou só risadas. Minha mochila está de um lado, os livros estão no outro e eu estou deitada no chão sujo do estacionamento, e mesmo assim não consigo ficar chateada. Porém minha risada começa a cessar quando vejo que o sorriso de Josh diminuiu, ficando praticamente inexistente. Ele está em cima de mim, mas não sinto o seu peso porque Josh está com uma mão no chão evitando que seu corpo me esmague. Seu braço está tenso pela força e seus músculos estão definidos.

Garotas VenenosasWo Geschichten leben. Entdecke jetzt