Capítulo 80 (PARTE 2)

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► Joan Armatrading - The Weakness in Me

Sofia

— Você está acordado?

Ele expira e viro de lado para que eu possa vê-lo. Noah continua deitado de barriga para cima na cama da casa da piscina e eu permaneci ao seu lado a noite inteira. Não dormimos e isso é fato, mas também não trocamos mais nenhuma palavra depois que "Paris" saiu da minha boca. Não o julgo, afinal eu também estava tentando absorver aquela notícia.

Eu me inscrevi, fiz a prova pela internet e ninguém mais sabia além de mim mesma. Não disse nada porque á cada questão respondida a minha mente gritava um "não adianta contar, você não vai conseguir!!!". Só que... Eu consegui. Fui aceita na Esmod.

E preciso me mudar para Paris em Dezembro, logo após o Natal.

— Seu pai já sabe? — Noah diz. A voz dele soa até estranha depois de tanto tempo calado – coisa que nunca aconteceu entre nós dois antes.

— Não.

— Então não é certeza que você vai.

Não acredito que ele ficou a noite toda pensando pra me dizer isso. Estou decidindo entre ficar brava ou rir.

— Eu não estou em busca de aprovação, Noah. Muito menos dele. — digo e ele assente, fechando os olhos. — Não quis soar grosseira.

— Não soou. Você está certa.

— Eu quero saber o que você acha de tudo isso.

Noah ri fraco.

— Não, você não quer.

— A sua opinião importa, Noah.

Ele morde o lábio e quando abre os olhos direciona-os para mim.

— Eu estou querendo gritar de felicidade por você e ao mesmo tempo sentar em um canto e... Ficar nesse canto.

— Hum...

— Por uns três anos.

Rio.

— E?

— E antes que eu diga qualquer outra coisa, parabéns pela conquista. Você mais do ninguém no mundo merece essa vaga em Paris.

Engulo em seco a tristeza e abro um sorriso para ele.

— Eu acho que se não tivesse te conhecido esse ano jamais tentaria uma vaga. — Confesso e Noah me escuta com atenção. — Nunca antes ninguém acreditou tanto no meu talento para roupas quanto você, Noah... E o mais engraçado é que você teoricamente seria o menos provável.

Ele franze as sobrancelhas, mas tem um semblante divertido.

— Está julgando meu estilo agora?

— Pode apostar que sim.

Ele ri.

— Talvez, talvez — ressalta — eu não tenha talento para me vestir, mas você tem... Muito.

O celular de Noah toca e ele resmunga alguma coisa quando atende.

— Oi. — Ele diz e escuta alguma coisa atentamente do outro lado. — Tudo bem, eu já estou indo. — E desliga.

— Meu pai? — indago quando ele levanta depressa da cama.

— Não, meu outro patrão. Faculdade. — Noah brinca, calçando aquele bendito all star imundo que nunca saía dos seus pés.

Garotas VenenosasOnde histórias criam vida. Descubra agora