Garotas Venenosas

Capítulo 31 (PARTE 3)

Sofia

— Vocês fizeram o que? — Isabel exclama e eu a puxo pelo braço, certificando-me de que ninguém tenha escutado seu chilique.

— Nós invadimos o armário da cobra e você pode, por favor, falar baixo?

Isabel recua e solta uma risada.

— Por favor? — ela fala. Franzo as sobrancelhas, sem entender.

— "Por favor" o quê?

— Você me pediu para falar baixo e não calar a boca, e ainda disse "por favor".

É a minha vez de rir.

— Não disse não! — exclamo, irritada.

— Disse sim! — Isabel assente, me olhando com um misto de surpresa e divertimento. — Que bicho mordeu você?

Noah aparece na minha cabeça com aquele papo de favor – por favor e eu o mando para o inferno em pensamento.

— Cala a boca, Isabel.

Ela ri alto dessa vez.

— Agora sim... Você me deu um susto. — Isabel brinca, e eu giro os olhos.

— Você pode focar no que importa? — pergunto, mas não espero sua resposta. — Eu achei uma prova de que a Emma ferrou com Amélia, agora ela está do nosso lado. — Comemoro.

— E você parece bem feliz com isso, quero dizer, com o fato da Amélia ter se aliado á você.

— É sempre bom ter uma ajuda extra. — Dou de ombros.

— Tem certeza que é só isso? — Isabel pergunta.

— Ai, Isabel! Você é muito chata.

— Você não precisa mentir pra mim, Sô... — Ela sorri e acaricia minhas costas, como se eu fosse uma coitada.

— Não estou mentindo. — respondo irritada e sacudo a cabeça em negação. — Amélia pode ser tapada, mas ela conviveu com o inimigo e nós podemos ter uma vantagem.

Isabel ri pelo nariz e balança a cabeça.

— Se você diz...

Puxo-a pelo braço de novo e começamos a andar pelos corredores. Não quero prosseguir com essa conversa porque odeio a cara de deboche da Isabel. Ela sempre acha que está certa em tudo, a dona da razão. Tudo bem que sobre o Drew ela estava certa, mas não sobre a Amélia... Não, de forma alguma!

— Cadê as gêmeas? — pergunto de repente, dando falta delas.

— Elas falaram comigo só quando chegaram, depois não as vi.

Solto um grunhido.

— Inúteis. — resmungo.

Estamos nos aproximando do refeitório quando vejo Emma rodeada de pessoas. Ela está com uma prancheta e anota algo, mas para quando me vê. Surpreendo-me quando ela tem a audácia de caminhar até mim e parar na minha frente.

— Você já inscreveu sua comitiva? — ela pergunta com um tom de simpatia forçado. Fala sério, como ninguém percebe essa cara de vadia?

Solto uma risada frouxa e cruzo os braços. Meus olhos estão faiscando, mas não vou dar o show que ela quer.

— Se eu começar a falar você vai fingir que está chorando de novo? — debocho, e ela estreita os olhos na minha direção.

— Não sei do que está falando. — Ela dá de ombros. — Quer que eu te inscreva?