Garotas Venenosas

Bônus

Ethan Thomas

Eu nunca fui o cara mais querido do colégio ou o mais desejado. Para ser franco, gosto do meu jeito e o trabalho de ser galã fica para o meu melhor amigo, Drew Evans.

Drew e eu somos amigos de longas datas. Desde a época em que nos livrávamos das broncas dos nossos pais até a nossa adolescência sinistra que tentávamos fugir escondido para ir á festas da fraternidade. Tentávamos, de fato, uma vez que nenhum de nós dois é esperto o suficiente para fazer o plano dar certo.

É muito mais fácil quando você é só o melhor amigo do cara popular. As pessoas até podem falar sobre você algumas vezes, mas as atenções nunca estão voltadas em sua direção. Pelo menos era o que eu pensava até ter uma foto minha, todo pelado, espalhada pelo colégio.

É bizarro ser alvo de comentários e chacotas. Quer dizer... Vai além disso. Mas basicamente: eu queria sumir do colégio e dessa cidade. Obvio que o Drew não iria deixar e me falou várias palavras de incentivo, que eu rapidamente esqueci quando caçoaram de mim de novo.

Eu esperava que a foto tivesse sido só trabalho da Sofia, afinal é a cara dela fazer esse tipo de coisa, mas a Amélia que a tirou, para minha surpresa. Precisei forçar meus olhos depois do flash para ter certeza que era ela mesmo – afinal, fala sério! É a Amélia, namorada ou sei lá o que do Drew, que tem uma áurea em cima da cabeça! – e olhem só: era!

Eu pensei muito antes de contar para o Drew. Não queria infernizar o "relacionamento" dele e nem causar uma briga entre os dois, mas droga... Aquela situação saiu do controle.

E cá estamos nós. Amélia finalmente me pediu desculpas. Ainda não consegui aceitar, mas sei que é uma questão de tempo; Eu não tenho paciência para guardar rancor, prefiro beber.

— Oi... — Uma garota de cabelos castanhos se aproxima de novo da barraca. Não consigo lembrar seu nome agora, mas sei que ela anda com Sofia e Cia.

— Oi... — Sorrio de lado. — Seu nome é...?

— Cintia.

— Isso. — Bato na testa e estendo a mão. — Ethan.

Ela aperta-a, meio sem graça.

— Eu sei. — ela diz e rapidamente solta nossas mãos. — Você... hum...

— Pode perguntar.

— Você se resolveu com a Mel? Ela não é malvada, sabe...

— Daqui a um tempo tenho certeza que ficará tudo bem entre nós.

— Sobre a sua foto... — Cintia recomeça, incerta. — Não liga para o que as pessoas falam. Todo mundo só está esperando o próximo assunto para tirarem o foco de você.

— Você fala como se soubesse...

Ela maneia a cabeça.

— Antes de ter esse pensamento, eu passei por bastante coisa também.

— Você não era amiga das meninas antes?

— Não. Na verdade, já tive uma fase até de odiar a Sofia.

— Você não é a única.

— Minha avó me ajudou a entender a situação e, ironicamente, a Sofia, então eu me perdoei antes mesmo de perdoar á ela. 

— Por que você precisou se perdoar?

— Por eu achar que era o problema, quando na verdade Sofia é que precisava de ajuda. — Cintia diz e eu penso naquilo por um tempo... Realmente faz sentido. — Ela é boa.