Capítulo 73

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Sofia

— Espero que você esteja preparada para as próximas semanas. — Minha mãe irrompe pela sala de jantar com seus saltos trincando no chão.

Paro de encarar o cereal em minha tigela para olhá-la. Do que ela está falando? Rapidamente meu cérebro começa a trabalhar com todas as possibilidades possíveis, uma delas seria o baile. Daqui á três semanas o Gabe vai dar por encerrada as disputadas de comitivas do baile e finalmente anunciar os vencedores depois que, claro, nós darmos o dinheiro e ele fizer a contagem. Mas minha mãe não liga para minha vida acadêmica então não pode ser disso que ela está falando.

Ou então será que... Ela descobriu sobre minhas inscrições para as universidades?

O pensamento me corrói e imediatamente fico nervosa. Se minha mãe souber que assumir as empresas do meu pai ainda não é minha meta de vida, vai render mais brigas até o fim dos meus dias.

— Não... — Engulo em seco. — O que tem nas próximas semanas?

No mesmo instante, meu pai e Noah entram na cozinha e eu percebo que devo estar muito, mas muito ferrada mesmo.

— Eu vou me candidatar ao cargo de prefeito da cidade.

Relaxo quase que de maneira instantânea na cadeira e fico tão calma que quero até rir.

— Por quê? — Indago, depois que entendo o que ele disse.

Meu pai dá de ombros e puxa uma cadeira para se sentar. Noah faz o mesmo, só que se acomoda ao meu lado.

— A cidade está sendo mal administrada e eu acredito que posso fazer um trabalho melhor. — Ele explica e se serve de café.

— Mas... Isso significa mais trabalho pra você. — E menos tempo ainda para ficar em casa.

Eu não consigo ser tão apegada ao meu pai quanto gostaria (dada a nossa péssima relação desde que eu era pequena), mas ultimamente, não sei... Pode parecer estranho, mas ele parecia estar mais "próximo". Trabalhando cada vez mais dentro de casa e menos no escritório, não estava fazendo tantas viagens... Só que se meu pai realmente virar prefeito, isso tudo vai acabar antes mesmo de começar direito.

— Uma cidade bem organizada exige isso.

— Você não quer melhorar a cidade, você gosta é do poder. — Comento e Noah coloca a mão em cima da minha perna como se tivesse me advertindo.

Meu pai abaixa a xícara que estava levando a boca e me encara.

— Você deveria gostar também, vai assumir minhas empresas muito em breve.

— Eu vou para a faculdade, pai.

— Não precisa de faculdade, eu vou te treinar e você vai aprender tudo que sei. — Ele balbucia enquanto lê o jornal.

Respiro fundo para rebater, mas Noah solta um pigarro e eu perco o foco do que ia falar. Estávamos naquele assunto de qualquer jeito, mesmo que eu achasse que ele tinha sido evitado. Preciso aceitar que se eu não passar em nenhuma faculdade não vou ter um bom argumento para brigar com meu pai daqui a algumas semanas.

Levanto-me e minha mãe me encara.

— Onde vai? — Ela pergunta.

— Perdi a fome. — Digo e movo-me para sair da sala. Quando chego ao hall de entrada, sinto alguém segurar meu braço e nem preciso virar para saber que é Noah. — O que você quer?

— Você nem me deu a oportunidade de tomar café. — Ele reclama, fazendo um bico fofo.

— Eu não perdi pra você sair da mesa também. — Queixo-me de maneira arrogante e ele ri.

Garotas VenenosasWhere stories live. Discover now