Capítulo 47

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Amélia

Eu encarei Josh durante toda a sexta no cinema. Enquanto ele entregava os ingressos na entrada e eu não conseguia ver nada além das suas mãos; Quando ele deu uma pausa e caminhou pelo saguão, analisando os pôsteres dos próximos filmes que vão entrar em sessão (também notei que ele olhou por tempo demais o cartaz de "Halloween: De volta ao inferno" o que me fez pensar que talvez ele estivesse pensando em trazer alguém para ver o filme... Seria Emma?); Quando passou perto do meu balcão e nem sequer olhou para o lado... Observei tudo e por tanto tempo que já estava me sentindo incomodada.

Desde nossa ultima discussão – o que já estava se tornando comum – Josh não me procurou ou falou mais comigo. Ontem á noite, depois do expediente e de Drew me deixar em casa, mandei uma mensagem perguntando se ele iria á Aspen (já que a viagem seria daqui a alguns dias e, se ele não havia feito sua inscrição, não poderia mais ir) e esperei até tarde, mas Josh não respondeu.

Estou frustrada. Não me lembro do dia que mandei uma mensagem e Josh não respondeu, ou ainda pior: Que ele passou perto de mim e sequer me olhou. Porém ainda estou irritada, mesmo sem ter um motivo concreto.

Josh estava cantando para Emma? Ela apareceu do nada ou ele a convidou? Eles estão tendo alguma coisa?

As perguntas não paravam de me bombardear. Seria tão mais fácil se eu perguntasse diretamente á ele de uma vez, mas eu simplesmente não conseguia aceitar a ideia de ir e escutar um "sim, eu a chamei". Só de sequer imaginar eu já... Já... Me enojo e sinto mais raiva ainda da situação.

"Você se importaria se eles tivessem algo?" Grace surge em minha mente do nada e com essa maldita outra pergunta. Bom... Naquela época eu respondi que não, mas agora... Agora eu provavelmente surtaria! E depois mataria a Emma e gritaria com Josh. Então SIM, EU ME IMPORTARIA E MUITO!

Na verdade, eu me importo!

Quer que eu vá te buscar hoje?

Meu celular vibra com uma nova mensagem do Drew. Pego-o e digito rápido, enquanto vejo um casal se aproximando do balcão com o olhar preso ao cardápio acima da minha cabeça que indica todos os sabores das pipocas.

✉ Não, pode dormir tranquilo... Josh vai me levar.

E ele ia de fato, só não sabia disso ainda.

•••

Termino de limpar o balcão, pego minha bolsa e corro para a porta do cinema. Como de costume, todos saem e Josh fica por último. Se ele me vê, não demonstra enquanto desliga o letreiro chamativo, tranca as portas e enfia as chaves dentro do bolso.

Josh destranca sua caminhonete na chave já que o alarme quebrou – outro defeito – e eu posiciono-me na porta do carona. Ele está prestes a entrar no carro quando me encara e para tudo que está fazendo.

— O que foi? — ele pergunta.

— O que foi o quê? — devolvo.

— Por que está aí parada?

— Não posso?

— Por que está me respondendo com outras perguntas?

Solto uma risadinha e Josh dá a volta na caminhonete, se aproximando de mim. Sinto o ar, de repente, se esvair dos meus pulmões e meu coração dá um pulo no peito.

Deve ser o frio.

— Seu pai não vai vir te buscar? — ele indaga e eu nego. — Drew.

— Também não.

Garotas VenenosasWhere stories live. Discover now