Capítulo 72

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Amélia

O beijo terminou e como esperado nenhum de nós dois sabíamos o que dizer. Felizmente, não precisamos, uma vez que minha mãe acordou e não me viu na cama e em nenhum lugar da casa, então saiu ligando e preocupando todo mundo, até me encontrar na casa de Josh.

O que aconteceu a seguir foi que Josh precisou ligar o carro com pressa – visto que não foi nada fácil, afinal é do carro dele que estamos falando – e me levar para casa.

Ocupei, como de costume, o banco ao seu lado e ele se manteve firme na direção. Durante o caminho ficamos em silêncio, mas não foi desconfortável como antes... Acho que o que estava mesmo acontecendo é que nenhum de nós dois esperava por isso (eu, que fosse tomar tamanha atitude; ele, que fosse me beijar) então não sabíamos como prosseguir a partir dali.

Pouco tempo depois estávamos na porta da minha casa. Acenei para minha mãe e ela fez o mesmo, me indicando que eu tinha cinco minutos para entrar e ir para minha morte.

Olhei Josh de soslaio algumas vezes e na ultima que fiz o peguei reprimindo um sorriso tímido.

— O que foi? — indaguei curiosa por sua expressão ter mudado tão do nada.

— Nada.

— Josh... — Insisto e ele me encara. Por um momento, vacilo.

— Estou feliz, Amélia-ah. Só isso.

Mordo meu lábio para tentar não sorrir, só que não dá certo obvio.

— Eu sei e... Estranhamente eu também, mas...

— Não — Ele se precipita e segura na minha mão. Aquele toque manda uma corrente de energia até meu ombro. — Sei o que vai dizer e sei também o que está sentindo... Eu estou do mesmo jeito, Mel. Estou confuso pra caramba. Feliz, — Acrescenta e eu sorrio. — mas confuso. Não precisamos dizer nada, não precisamos prometer nada. O nosso beijo hoje muda muita coisa e acredito que tenha significado pra mim o mesmo que pra você.

Assinto com a cabeça.

— Significou...

— Não vamos nos apressar com nada... — ele diz e me sinto melhor agora, porque depois da emoção do beijo ter passado, eu fiquei cheia de coisas passando pela minha cabeça. — Só não quero que a gente regrida, mas eu estava falando sério algumas horas atrás: vou dar o tempo que você precisa.

— E o tempo que você precisa? — pergunto prestes a sair do carro (já tem muito mais de cinco minutos e agora minha mãe vai além de me matar).

O sorriso de Josh aumenta.

— Eu não preciso. Tive todo tempo que precisava e... Eu já sei o que quero.

— Amélia Harley! — Minha mãe grita da janela. — Josh, eu te amo como um filho, mas ela quase me mata do coração, então acho bom entrar agora!

Uma hora da manhã e minha mãe está gritando aos quatro pulmões que eu fugi de casa.

Te amo, mãe.

— Vai lá, antes que ela venha aqui. — Josh diz risonho.

— Tudo bem. — Coloco a mão na maçaneta, mas me detenho. Encaro Josh mais uma vez e me aproximo dele. Seguro seu rosto com uma das mãos e dou-lhe um selinho rápido e que me deixa querendo mais. — Boa noite.

Garotas VenenosasOnde histórias criam vida. Descubra agora