Capítulo 43

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Amélia

Ele arremessou e fez touchdown pela esquerda, foi incrível! — Drew exclama animado e Ethan concorda com um aceno frenético de cabeça.

Faz dez minutos que cheguei ao colégio; Faz dez minutos que estou ouvindo sem parar como o jogo ontem foi incrível. Não é que eu não goste de futebol, mas prefiro conversar sobre outras coisas, não é? (Alô, eu sou uma garota!)

— Você acha que eles vencem essa temporada? — Ethan pergunta e Drew respira para falar, mas perco completamente a atenção da conversa quando escuto os sussurros ficarem altos no corredor. Desencosto-me do armário de Drew, mas ele permanece com seu braço na minha cintura. Inclinando para frente, tento ver o que está acontecendo e é quando meus olhos caem em cima da Sofia.

Sofia ainda está próxima á porta e caminha vagarosamente, enquanto as pessoas cochicham, riem e apontam para ela. O mais incomum é que ela está andando de cabeça baixa, como se não conseguisse encarar todas aquelas pessoas. Remexo-me e saio dos braços de Drew.

— Ei, onde você vai? — ele me pergunta, enquanto dá um passo a frente.

Pondero aquela pergunta. Onde eu vou? Buscar a Sofia. Por que estou fazendo isso? Nem eu mesma sei...

— Nos falamos mais tarde. — Limito-me a responder e dou-lhe um selinho rápido. Andando depressa até Sofia e paro na sua frente. Ela ergue os olhos lentamente como se estivesse sendo torturada, mas quando me vê sua expressão se suaviza. — Oi. — Falo á ela. — Bom dia.

Sofia bufa e gira os olhos.

— Bom dia pra quem?

Solto uma risadinha e vou para o seu lado, começando a caminhar com ela.

— Não é tão ruim assim... As pessoas também estão falando de mim, mas já até melhoraram. Logo, logo elas esquecem isso.

— As pessoas não ligam pra você, Amélia — ela diz. — Sem ofensas. Emma vai fazer questão de não deixar ninguém esquecer o que ela aprontou.

Solto um suspiro.

— Quanto mais nós tentamos, mais afundamos.

— Talvez seja o destino tentando nos passar uma mensagem.

— Não acredito que você está falando isso! — Reclamo, e é a minha vez de girar os olhos. — Ninguém é inderrotável, Sofia... Nós só não descobrimos o ponto fraco de Emma ainda.

Sofia balança a cabeça, mas sei que ela está apenas descrente. Sem cerimônias, nos despedimos com um aceno discreto de cabeça e eu entro na minha sala.

As aulas de Álgebra são extremamente cansativas, mas hoje elas conseguiram se superar. Estou tão entediada que começo a rabiscar a ultima folha do meu caderno. Desenho corações, testo como seria a junção do meu nome com o de Drew – e não gosto muito, fica estranho; Escrevo o nome da Grace, do Josh – por alguma razão estranha. Faço uma bonequinha de palito que tinha a intenção de ser a Isabel, mas ficou horrorosa e... Faço um da Sofia também – por alguma outra razão estranha.

 Ouço leves batidas na porta, mas não interrompo meus desenhos e nem ergo meus olhos – provavelmente deve ser o diretor Gabe querendo dar algum aviso idiota.

— Bom dia, alunos. — Escuto sua voz logo após ouvir o ranger da porta sendo aberta.

Não disse?

Abaixo minha cabeça para que ele não me enxergue e sinto um desespero ao pensar que ele pode estar aqui não para dar um aviso idiota, mas para me reclamar por algo que Emma tenha feito e jogado a culpa em mim.

Garotas VenenosasWhere stories live. Discover now