Garotas Venenosas

Bônus

►James Brown —I Feel Good

Jacob Cohen

Ah, cara!

Finalmente dezesseis! DEZESSEIS ANOS! Estou cada vez mais perto da maior idade, ou como gosto de chamar: DA LIBERDADE! Quer dizer, irei ser livre se não soltar mais nenhuma bomba em banheiro feminino...

É muito difícil ser o caçula da casa. Minha mãe não entende que não uso mais fralda e não preciso mais do seu peito para sobreviver, no entanto, ela insiste em querer me cobrir todas as noites antes deu dormir e sempre me apresenta com um: "este é Jacob, meu filhinho". Josh tem sorte, ele não é mais obrigado á ir nessas reuniões das empresas que nossos pais trabalham, porque segundo meu pai "ele é mais velho e já tem a própria vida". Vejam só! Eu tenho uma vida! Social, inclusive. Josh só quer saber de tocar e se interessar por garotas que não estão nem aí para ele.

Também não podemos julgá-las: Josh pode ser o mais velho, mas eu sou o mais bonito. As meninas me adoram!!!

Quando me toquei que meu aniversário de dezesseis cairia na mesma época que a viagem, implorei aos meus pais para vir. Levei o lixo para fora todos os dias sem minha mãe precisar gritar comigo para que eu o fizesse; deixei meu quarto arrumado (ou pelo menos visivelmente arrumado); não dei "cuecão" no Josh... (ou pelo menos quando meus pais não estavam por perto)... Essas coisas. Caramba, eu me comportei! Em duas semanas não levei nenhuma advertência para casa.

Foram dias históricos!

Descobriria mais tarde, porém, que convencê-los não seria tão difícil como pensei. Bastou minha mãe fazer Josh prometer – de má vontade – que cuidaria de mim e meu pai me fez jurar que não iria irritar ou soltar nenhuma bombinha nessa viagem, ou ele me daria á surra que estava prometendo.

Moleza!

E aqui estou eu, em Aspen, bem longe dos meus pais e comemorando meu primeiro aniversario sem parabéns constrangedor e um bolo com algum personagem do meu desenho animado favorito. Isso é vida, meus amigos!

— Jacob, você pode adiantar? Já são meia noite e meia! — Josh, como sempre careta e pontual (acreditem, ele é pontual! Menos quando se trata do colégio), diz olhando para seu relógio de pulso na porta do nosso quarto. Esse foi outro pedido (exigência) da minha mãe: nós teríamos que dividir o quarto. E ela também foi bem clara quando disse que não queria garotas conosco.

Mães...

— Cara... — digo tranquilo, enquanto coloco um pouco mais de gel em meu cabelo. — Eu estou aprimorando minha beleza de dezesseis anos. Se você não relaxar, vai ficar com cara de oitenta antes dos vinte.

Josh bufa e gira os olhos.

— Primeiro, vai se catar. Segundo, você se esqueceu que temos que dar cano nos monitores? Eles foram deitar a meia hora atrás e daqui á mais meia farão as rondas nos corredores. Se eu fosse você, agilizaria o processo aí.

Fecho a tampa do gel e limpo a mão em uma toalha. Ops... É a camisa do Josh, merda!!! Jogo-a no chão e chuto pra debaixo da cama para que ele não a veja suja.

— Eu sei que você está ansioso pela minha festa, então vamos. — Falo para irritá-lo e assim que passamos pela porta do quarto, ele dá um tapa na minha cabeça. — Cara, olha o cabelo!