Capítulo 13 | Sophia

2.1K 290 80
                                    

Sinto um ódio subindo pelo meu corpo, sei que seria melhor eu ficar quieta e ver se algum deles toma alguma posição... mas ver o rosto totalmente despedaçado do Gab, só fez aumentar meu ódio por este cretino.

- Me desculpe, mas acho que o senhor deveria abrir os olhos e enxergar o quão maravilhoso é o seu filho. – começo falando sorrindo suavemente de forma irônica, mas a cada frase dita, emprego mais ódio. - As qualidades e o caráter dele estão acima de qualquer coisa. Pessoas não deveriam ser julgadas por sua cor, raça, crença ou escolhas. Seu filho é muito digno de ser amado, principalmente por mim e deveria ser por você também. Agora se vocês me dão licença, preciso ir ao toalete.

Queria falar mais um monte de coisas, só para tentar feri-lo igual ele está fazendo com meu amigo, mas eu já estava começando a tremer e chorar, quando isso acontece, sai de baixo, não consigo mais me controlar, então preferi sair e tentar me acalmar. Como pode existir pessoas tão cruéis? Ainda mais com o seu próprio filho? Não suporto qualquer tipo de preconceito e julgamento. As pessoas deveriam se preocupar mais com suas próprias vidas ao invés de se acharem no direito de analisar, apontar, catalogar e julgar os outros por qualquer coisa. Se é mulher e está usando uma roupa provocante, é vagabunda. Se é gorda e está comendo um chocolate, é nojenta e sem força de vontade. Se é negro, é ladrão. Chega! Estou cansada de pessoas sem escrúpulos. Já fui muito julgada por pessoas que nem se deram ao trabalho de me conhecerem. Estou decidida, a partir de hoje não tentarei ser quem eu não sou, só para agradar, ou não ser mal vista por alguém, serei livre.

Enquanto estou brigando com meus pensamentos e aos poucos me acalmando, vejo o Gab se aproximar. Ele vem e me abraça forte, como se me agradecesse por eu ter tido coragem de enfrentar aquele tirano.

- Obrigado por ter me defendido. Nunca conseguimos confrontá-lo, portanto nunca pude falar o que eu queria que ele ouvisse. Não sei como te agradecer.

- Para Gab. Não se sinta menor por causa de um idiota. Sei que ele é seu pai, mas ele não merece qualquer tipo de reconhecimento por isso. Não sou capaz de deixar ele te ferir, sem fazer nada. Pelo menos minhas palavras ele tinha que ouvir.

- Imaginei até que ele fosse ser grosseiro, ou até mesmo tentar te acertar com algo para que você se calasse, mas por incrível que pareça ele ficou paralisado, mudo. Nunca o vi assim. Acho que é por que ele nunca foi enfrentado em uma situação como estas, então não soube reagir... Mas aposto que ele estava só pensando em alguma forma de me atacar...

- Gabriel? – ouço a voz do imbecil no pé da escada, soou pesada mas baixa, acho que está tentando parecer calmo, mas no fundo deve estar espumando de raiva. Não tem jeito ele não vai entender, que o filho dele é muito maior do que uma opção sexual. O Gab arregala os olhos assustados e eu tomo uma atitude por nós dois. Se é um show de mentiras que ele quer, se é isso que ele precisa para deixar o Gab em paz... é isso que ele terá. Agarro o Gab e me jogo na parede, para parecer que ele está me agarrando com vontade. Ele parece não entender, então desgrudo minha boca e falo rapidamente:

- Me beije como se não houvesse amanhã.

E nos beijamos ferozmente, até pego uma de suas mãos e coloco na minha bunda, só para ele ver assim que subir a escada. Começo a direcioná-lo indicando como eu quero ser agarrada. Não olho para a escada, mas sei que somos observados. Aproveito que o Gab vai para meu pescoço e jogo minha cabeça para trás, só para emitir um gemido enquanto chamo seu nome. Quando volto meu rosto para ele, para em seu ouvido e sussurro.

- Coloque a mão que está na minha bunda em meu seio e aperte-o com vontade. – então eu volto a beijá-lo. Continuamos mais um pouco em uma pegação sem limites, quando olho para a escada, vejo a cabecinha do monstro sumindo.

WAKE ME UP | STRONGLYWhere stories live. Discover now