Capítulo 21 | Sophia

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- Como é? – pergunto assustada, fico puxando a camiseta para baixo afinal estou usando apenas ela.

- Isso aí, falei para eles entrarem no quarto assim que saísse para te buscar e só saísse depois que você fosse embora, mas não tem jeito, ela não me entende. – ele fala irritado.

- É assim que você trata a sua mãe?

- É para isso que servem os pais, para nos servirem. – ele fala com ar de superioridade.

- Ah não, não estou ouvindo isso... – olho para a cara da senhora e ela está assustada.

- Calma meu filho, calma. Só precisava tomar água.

- E por que não levou uma garrafa ontem para o quarto?

- Não é possível que eu esteja ouvindo isto?

- Fica tranquila, ela já está acostumada... Olha a cor dela, além dela me servir por ser minha mãe, está no sangue. – meu Deus do céu, não é possível, ele está alegando que a mãe deveria estar acostumada por ser morena e portanto sua escrava. – Ainda bem que não saí igual a cor dela. – e ainda completa com esta frase infeliz....

- Chega, eu vou embora.

- Calma, eu te levo.

- Não obrigada, se quiser me fazer um favor, não trate sua mãe deste jeito, aliás não trate ninguém deste jeito. Estou sentindo nojo de mim mesma, por ter feito algo com você... Desculpa minha senhora, não achei que tinha mais gente na casa. Agora se me der licença, preciso me vestir e sair. Ah, mais um favorzinho, esqueça que eu existo.

Me tranco no quarto e me visto. Agora entendi o porque ele estava tão fissurado em trancar a porta. Que nojento asqueroso, não acredito nisto. Olho no celular e já são 7h, droga pelo visto vou me atrasar hoje. Queria muito tomar um banho, mas se ainda passar em casa, chegarei muito atrasada. Merda. Como faço para pegar um taxi? Foda-se me viro. Não quero ficar mais um segundo perto deste cretino.

Saio do quarto e ele está sentado no sofá da sala. Pego minhas coisas e falo mais uma vez.

- Você para ser uma pessoa um pouco melhor, teria que nascer de novo. Se é que você pode ser considerado uma pessoa. Nunca mais me procure, ok?

Não espero sua resposta, saio e bato a porta. Saio pela rua que ainda está vazia devido a hora. Ando um pouco até encontrar uma moça no portão e pergunto se ela conhece algum ponto de taxi, ela me diz que não. Vou até a esquina e vejo o nome da rua, procuro no celular por um telefone destes sistemas de taxi e ligo dando o endereço de uma casa qualquer. Em alguns minutos o taxi chega e vou direto para a agência. Vou aproveitar a hora do almoço para tomar um banho. Merda. Merda. Merda!!!

Chego com 30 minutos de atraso e todos estão me olhando, até o Gab já chegou, que fica me analisando desconfiado. Claro, ele sabe a roupa que sai ontem. Deixo minhas coisas na mesa, pegando apenas minha nécessaire e vou direto para o banheiro. Ainda bem que tenho toalhas umedecidas, assim dá para tomar um banho de gato. Passo nas partes e no rosto também, ainda estou com um pouco da maquiagem de ontem. Escovo os dentes lavo novamente o rosto e passo batom para ver se melhora a minha cara de merda.

Lá vamos nós trabalhar mais um dia irritada, apesar de que hoje estou com tanto ódio que estou conseguindo dissecar tudo o que tenho para fazer rapidamente, estou conseguindo canalizar minha raiva assertivamente. Mas não olho para os lados nem falo com ninguém, quando falam comigo eu dou uma resposta rápida e volto ao que eu estou fazendo.

Chega a hora do almoço e me chamam para comer:

- Desculpa pessoal, preciso resolver um probleminha em casa, vou acabar comendo algo por lá mesmo.

WAKE ME UP | STRONGLYWhere stories live. Discover now