Alegria

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Quando acordei parecia que a minha cabeça iria explodir em vários pedaços e mesmo assim iria continuar latejando. O local estava completamente escuro, então continuei com os meus olhos fechados, não faria diferença mesmo. Dentro de segundos fui retomando os meus sentidos, eu estava deitada de bruços sobre algo que não era apenas a cama e os cobertores. Um de meus braços estava sobre algo que também não era a cama. A única coisa que eu lembrava da noite anterior era de que eu havia bebido mais do que eu sabia que poderia e coloquei sal como me foi sugerido. Amanheci deitada em cima do braço da Marcy e com o meu sobre a sua cintura, pelo menos estávamos cobertas. Fazia frio naquela manhã, não me atrevi a sair da cama, apenas cheguei para o canto e sai de cima de seu braço. Acho que involuntariamente ela se virou em minha direção e ficamos com as nossas posições anteriores trocada. Eu não queria acordá-la, ontem bebemos muito, nos divertimos muito também e mais uma vez ela me salvou. Estava virando rotina, eu me encrencava, tentava resolver sozinha, piorava as coisas e ela milagrosamente aparecia para me salvar. Talvez ela fosse uma stalker perigosa que me segue e me conforta por algum motivo misterioso. Ridícula essa suposição, como se uma stalker me levaria pra casa, daria a chave da porta e apresentaria ao pai.

— Bom dia — falou tirando a mão da minha cintura — me desculpe por isso.

— Tudo bem, não faz muito tempo eu que estava nessa posição — falei calma e baixo — está com dor de cabeça? — Falei me virando pra ela, ficamos frente a frente.

— Muita — respondeu pode ver um sorriso pequeno em seu rosto — e você?

— Bastante — falei retribuindo o sorriso — não tô acostumada a beber.

— Você já tinha bebido antes? — Falou me encarando de perto.

— Nunca — falei envergonhada — primeira vez ontem.

— Acho que eu realmente sou uma má influência, não é mesmo? — Seu questionamento tinha um tom de brincadeira e verdade.

— Lógico que não — falei convicta — você, desde quando apareceu na minha vida, só me fez bem e. — Fui interrompida pelo som da porta sendo aberta lentamente.

— Com suas licenças — Simon falou baixo, mas parecia que estava do nosso lado falando em alto e bom tom — eu fiquei preocupado que vocês não tinham acordado ainda e quando abri a geladeira da oficina resolvi trazer esse remédio para cabeça e garrafas de água — falou deixando tudo na cabeceira ao lado da cama.

— Obrigada Simon — Marcy disse baixo — desculpe por isso, eu tenho tanto para fazer, logo eu estou lá, só me de alguns minutos.

— Considere-se de folga — falou perto da porta — logo trago o almoço de vocês duas. Até mais.

— Seu pai é o máximo — disse sem perceber quando ele fechou a porta com muito cuidado.

— Ele é mesmo — falou se levantando e tirando dois comprimidos da cartela, estendeu um copo e o comprimido para mim — tome, logo melhora, acho que em uns quinze minutos, depois tome um banho, ajuda.

— Obrigada, Marcy.

— Disponha — falou se levantando — eu vou dar um jeito neste quarto, se não quiser ligar a luz pela intensidade leve o abajur, será cômico, mas ainda assim ajuda — ela riu.

A vi saindo pela porta, resolvi tomar banho normalmente. A água do chuveiro estava agradável e relaxava totalmente o meu corpo, minha higiene estava completa, eu só sentia a água bater no meu corpo.

— Bonnie — falou e logo ouvi três batidas na porta — eu tenho que tomar banho, antes que você acabe com a água da caixa.

— Já tô saindo — falei desligando a água rapidamente e enrolei uma toalha nos cabelos e outra no corpo — me desculpe a demora — falei na porta saindo.

Somente vocêWhere stories live. Discover now