She loves control 🎶

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Fiquei tão feliz do meu sofá ser confortável, estou dormindo nele desde que Alana se mudou para cá. Levantei e caminhei pesadamente até a cozinha, abri a geladeira a procura de alguma fruta e coisas para o café da manhã. Peguei uma caixinha de morango e comecei a comer enquanto mexia os ingredientes da panqueca. Passou por minha cabeça ligar para uma padaria qualquer e pedir um bolo bem grande com cobertura ou pedir um lanche. Mas seria melhor eu fazer algo saudável para as duas dorminhocas, Mary me agradecia pelo ocorrido cada vez que tinha oportunidade. Virei em direção ao quarto para ver se já tinham acordado, parei ao encontrar alguém parada no meio da sala.

- Bom dia - sorri sincera encarando ela, como estava linda - se acostumou bem à nova acomodação?

- Sim, muito obrigada - falou baixo quase imperceptível - eu gostaria de - fez uma pausa, respirou fundo e continuou - gostaria de trabalhar para não ser um peso para você carregar.

- Como? - Estava incrédula, ela achava que era um peso? Talvez eu já tenha gastado mais em festas sem sentido do que ela vai me "custar".

- Bom dia - uma Mary sonolenta saiu do quarto vendo a namorada parada, deu um selinho e veio em minha direção me abraçando.

- Ela é um peso - levantei Mary a segurando no ar, sempre faço exercícios físicos então não foi tão difíci - já tentou levantar ela.

- Já - sorriu entrando na brincadeira - mas o que eu disse é sério.

- Quando você fizer dezoito anos você trabalha - respondi colocando Mary no chão e pegando o café do manhã.

- Mas ela trabalha! - Apontou para a namorada que apenas deu de ombros e pegou uma fruta.

- Ela faz dezoito daqui a pouco - justifiquei colocando os pratos na bancada - agora coma, de noite vamos ter uma festa de Halloween.

- Não tenho fantasia - as duas reclamaram juntas.

- Mas você já sabia da festa - apontei para a Mary - e todo mundo vai estar fantasiados e de máscara senão não entra.

- Hoje eu trabalho o dia todo para compensar as minhas faltas - Mary falou emburrada sentando no sofá arrastando a namorada junto.

- Que chefe horrível a sua - comentei terminando de comer - quer sair para comprar as coisas, Alana?

- Claro - seu tom não denotava humor algum e estava com uma cara de sono.

- Vou abrir a loja e confirmar algumas coisas e se puderem lavar a louça, agradeço.

Desci as escadas parando no salão, verifiquei se tinha alguma bebida em falta e a iluminação. Como estava tudo certo, terminei o caminho e arrumei os instrumentos, o troco, e verifiquei o estoque. Tudo certo e organizado, minha funcionária era muito eficiente, talvez merecesse um aumento se não tivesse me expulsado da minha cama. Puxei uma cadeira e peguei um violão, não queria apressar as meninas então achei melhor passar o tempo. Toquei alguns acordes aleatórios esperando a inspiração vir e quando toquei um ré menor lembrei de uma que sempre gostei. Troquei o violão por uma guitarra, liguei a caixa de som e comecei com o baixo inconfundível do início. Cantei baixo sentido o peso das palavras proferidas, sobre como as pessoas podem mudar os outros a partir do ódio.

"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
All in all, it's just another brick in the wall
All in all, you're just another brick in the wall

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