— Bom dia — anunciei a minha entrada no quarto da Marcy e a vi ainda deitada — eu trouxe café da manhã.
— Bom — respondeu se levantando e me encarando de modo desconfiado — o que é desta vez?
— Não entendi — fingi realmente não estar entendendo a sua frase, sentei no pé da cama e estendi a bandeja a ela — só lhe trouxe o café da manhã.
— Desde que eu comecei a dormir aqui você só me trás café da manhã se você quer ou fez algo — falou mordendo a maçã que eu trouxe.
— Isso é mentira — talvez não fosse, mas eu tinha que me defender.
— A última vez que você me trouxe comida — comentou me encarando — você tinha colocado o meu secador na tomada errada e ele queimou.
— Desculpa — murmurei lembrando do fato — mas.
— Antes disso — continuou me cortando com um pequeno sorriso — o Simon estava muito estressado e estava difícil de tomar café da manhã ao lado dele — suspirei lembrando como ele estava. — O primeiro foi quando você quase explodiu a cozinha de tanta bagunça. Então, o que vai ser hoje? — Seu semblante era sereno, o sorriso de canto combinava muito com ela.
— Uma apresentação de dança — sussurrei derrotada, assumindo a minha culpa — eu sei que é de última hora, mas a gente vai dançar Gashina e você fez tão bem a sua parte.
— Eu não sei dançar — retrucou fazendo uma careta fofa, senti uma súbita vontade de apertar ela e foi o que fiz.
— Sabe sim — falei enquanto minhas duas mãos estavam em seu rosto segurando as suas bochechas — vem comigo, por favor — supliquei chegando mais perto dela e a soltei.
— Eu não sei — olhou para qualquer lugar, menos para mim com uma mão em sua nuca — eu ainda acho que não sei dançar — maneou e se decidiu — está bem, eu vou — respondeu beijando a minha testa e saindo da cama para encostar na meia parede do local e se direcionou ao Simon que estava na oficina. — Simon, eu vou ter outra apresentação, como eu não tô mais estudando, posso fazer meu trabalho depois?
— Só se voltar a estudar — Simon gritou de volta e escutei algumas risadas. — Vá e seja feliz Marceline.
— Ele deixou — comentou um pouco vermelha, talvez fosse o frio matutino — quanto tempo temos de ensaio até o dia da apresentação.
— Acho que um pouco mais de — olhei no relógio calculando o tempo — sete horas? — Abaixei meus olhos para não ver se espanto.
— Horas? — Sua voz estava surpresa, eu confirmei com a cabeça. — Então é hoje, eu preciso avisar Simon sobre isso, não havia planejado.
— Ele já sabe — sussurrei, não sei se ela ficaria feliz de a gente ficar discutindo o seu dia — a gente conversou mais cedo.
— Fico feliz que vocês se dão muito bem — comentou retirando o seu pijama, considerando a distância do chão ninguém a veria, somente eu, que encarei o teto depois do meu olhar se direcionar a ela e ver sua pele nua. — Se ele sabe, eu termino de comer e nós vamos ensaiar.
Ela comeu rapidamente, na bandeja coloquei tudo que eu sabia que ela gostava e Simon colocou o restante. Nós dois nos dávamos muito bem, descobrimos que tínhamos muito em comum, gostos musicais, culinários e principalmente uma razão em específico. Marceline, ela era o motivo central de nos dar tão bem, eu a queria bem e ele também. Eu não sentia apenas gratidão por ela, admiração, no mínimo, por quem ela é. E Simon tinha como o seu assunto favorito o orgulho por pode ser quase um pai para Marceline e como era impossível não a ter como filha. Apesar dela não o chamar de pai, ele sabia que eles eram pai e filha, eles são uma família e nela tem um pai muito orgulho. A minha admiração por Marceline crescia a cada conversa com Simon, o que era engraçado, eu sentia que a conhecia tanto em tão pouco tempo.
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Somente você
RandomE se alguém totalmente fora da curva chegasse em sua vida, sem avisar e gradativamente for tomando conta da sua vida de uma maneira que nunca imaginou. Com o tempo a amizade irá dar lugar a um algo a mais, ódio, raiva, talvez, amor.