Eu a encarava esperando algum tipo de reação, mas seus olhos estavam fechados, sua postura estava tensa. Nós estávamos tão perto, com as respirações descompassadas, o nervosismo estava a flor da pele. Tudo culpa da minha impulsividade, eu poderia de respondido com palavras, ter ficado quieta, mas não. Vi seus olhos começarem a lacrimejar, seu rosto vermelho e contorcido trazendo uma confusão em mim. Toquei minha mão em seu rosto delicadamente, entretanto ela não recuou como eu pensei, com o polegar toquei a gota que teimou em sair e a tirei dali. Bonnibel deitou a cabeça em minha mão prolongando o contato, como eu sentia saudades daquele toque. O calor de sua pele passando para a minha, o contrate da minha mão pálida em seu rosto rosado, tudo era tão perfeito junto.
- Seria tão mais fácil se você me odiasse - pousou sua mão sobre a minha, deu um leve beijo e a retirou do local a abaixando.
- Como? - Eu devia ter perdido alguma coisa.
- Eu esperava um tapa, não um selinho - confessou abaixando o olhar - quando voltei pensei que me odiasse, não entendi o porquê, mas quando vi o que tinha causado percebi que você me odiando talvez tivesse sofrido menos.
- Você acho que eu iria te bater? - Eu estava assustada.
- Nunca - justificou rápido - mas eu sei que não fui boa para você e nunca serei o que você realmente merece. Talvez doesse menos te ver me odiando do que magoada.
- Talvez - concordei - voc. - fomos interrompidas por batidas no batente da porta que leva ao terraço.
- Desculpa te incomodar, mas isso chegou para você - Alana disse olhando para nós e eu me direcionei a ela - na verdade é para a Bonnibel - ela a olhou assustada e foi para o local.
- Tem certeza - elas começaram a cochichar.
- Estou indo para a minha cama, Mary está quase dormindo, boa noite - mandou um beijo no ar e sai fechando a porta.
- A rosa de hoje não veio, não é mesmo? - Bonnibel falou casualmente andando em minha direção.
- Realmente - parei para pensar e era verdade, hoje ninguém comentou da rosa, presumo que não deva ter sido entregue - deve ter se cansado de mandar, não fazia muito sentido.
- Bem - ela estava ao meu lado, acho que o efeito álcool já tinha passado - você sabe quantas floriculturas funcionam na manhã de Natal? - Neguei e ela sorriu. - Nenhuma que eu conheça. Imagina o quão trabalhoso foi conseguir esse - eu não entendia onde ela queria chegar - quero me desculpar pelo o que não veio de manhã e te dar este. Provavelmente será o último.
- Era você? - Estava confusa e atônita.
- Você gostava tanto de rosas quando nos conhecemos, nunca disse, mas sempre a vi contemplar estas flores - deu de ombros e me estendeu o buquê - a intenção era que eu fosse embora antes dele chegar e você só receber o cartão.
- Por que você fez isso? - Peguei o buquê o colocando de lado, queria encará-la nos olhos sentir seus sentimentos para tentar entender algo.
- No começo o plano era te conquistar aos poucos, mas vi o quão egoísta poderia ser isso depois do que te fiz. Lembrei de quando você dizia que receber algo sem motivo algum melhorava o seu dia. Quis melhorar todos os seus dias até o momento, se funcionou mesmo que por poucos segundo isso me deixa feliz.
- Por isso do bilhete com letras recortadas, eu iria reconhecer a sua letra.
- Eu tinha a tola esperança que sim, que ao ver meu bilhete se lembraria da minha letra - confessou abaixando a cabeça - mas acho que não mandei com medo de você não reconhecer é irracional eu sei, porém se o assunto te envolve eu fico assim.
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Somente você
RandomE se alguém totalmente fora da curva chegasse em sua vida, sem avisar e gradativamente for tomando conta da sua vida de uma maneira que nunca imaginou. Com o tempo a amizade irá dar lugar a um algo a mais, ódio, raiva, talvez, amor.