Ilusão

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Desespero, era o que eu sentia, além de todas as outra emoções que me faziam sentir mais desespero. Eu estava extremamente feliz pela vitória, pelo patrocínio, pelo troféu e completamente confusa. Marceline Abadeer me beijou, surpreendentemente ela selou nossos lábios de uma forma sutil e delicada. Nossos corpos estavam tão perto, eu sentia o calor dela emanando e se encontrando com o meu, quando ela me abraçou e eu correspondi, não pensei em muitas coisa. Eu estava muito contente, com ela também, tudo que fez por mim e suas palavras demonstrava que tinha um carinho por mim, assim como eu por ela. Ou não, no momento em que meus braços estavam apoiados em seus ombros e os dela circundavam a minha cintura algo diferente em mim aconteceu. Eu não sabia o que era exatamente, a presença dela em si já era diferente do que o comum, mas naquele momento foi diferente. A presença dela era a única coisa no ambiente que meus sentidos capitavam.

A respiração dela estava perto demais e por tempo demais, mais tempo do que ficamos todos os outros dias, pelo menos quando estávamos acordadas. Meu raciocínio não existia mais, eu estava a mercê apenas das reações do meu corpo, que eram nulas também. Não havia motivos de me distanciar dela, não havia nada de errado, não até aquele momento. Ela selou nossos lábios e tudo parou, meu coração, minha respiração, meus pensamentos e minhas ações. Marcy por sua vez se desculpou e foi embora, eu paralisada apenas toquei meus lábios.

- Idiota - murmurei para mim mesma.

- Se não quiser responder, não responde, mas não ofende - Íris falou ao meu lado.

- Não foi para você, quando você chegou aqui? - eu saí dos meus devaneios, não sabia quanto tempo eu estava lá parada apenas tocando meus lábios e encarando a parede a frente.

- A um bom tempo, menos do que demorou para te achar - comentou me encaminhando para o banco mais próximo.

- Como me achou? - Sentei e encarei seus olhos. - Todos já foram?

- Eu vi Marceline correndo e ela me pediu para cuidar de você, todos já foram e - fez uma pausa parecendo medir o que iria falar - por que disse idiota agora a pouco.

— Só um minuto — peguei meu celular e liguei para Marcy torcendo para que ela atendesse — droga. O que disse?

— O que era idiota e para quem vc ligava? — A curiosidade estava estampada.

- Marceline — suspirei olhando para a tela do aparelho. — Por que era óbvio que estava rolando algo a mais nos nossos olhares naquele momento - cobri meu rosto com minhas mãos e as colei nos joelhos - e logicamente iria acabar do jeito que acabou, como não percebi?

- Devagar Bonnibel - pousou uma mão no meio das minhas costas - o que aconteceu exatamente?

- Nós nos beijamos - soltei olhando aflita para ela - eu não sei o que fazer, ela saiu correndo e eu não pude dizer nada. Ela não é a errada da história. Eu não fugi.

- Você correspondeu? - Sua surpresa estava estampada em seu rosto e eu sabia o motivo.

- Não, eu não trai o Rick - suspirei - só fiquei parada, mas também não recuei, tenho minha parcela de culpa. Céus, ela disse que eu poderia bater nela pelo o que ela fez, como se fosse a coisa mais repugnante.

- Isso explica muito coisa - comentou para si mesma.

- Tipo o que? - Eu não fazia ideia do que isso explicava. Tentei novamente ligar para Marceline, deixando no viva-voz, mas ninguém atendeu.

- A Marceline veio desesperada correndo quando me encontrou, ela estava mais pálida do que o comum, se isso for possível - comentou me encarando ignorando a minha tentativa de comunicação. - Não explicou nada e pediu para eu tomar conta de vocês, mesmo ela não sabendo como você estava ou onde. Depois saiu e desde este momento eu procuro por você.

Somente vocêWhere stories live. Discover now