Poker Night

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Como comemoração a minha volta aos negócios e ao ano novo que se iniciava faríamos uma noite de poker, muita música e álcool. Não teríamos apostas, apenas diversão, nós fazíamos alguns eventos deste tipo esporadicamente e sempre dava muito dinheiro. A maioria das pessoas que frequentam o meu estabelecimento adora uma bagunça e o que mais poderiam pedir do que um campeonato regado a álcool? Pessoas bonitas e divertidas pelo local, música ótima e ao vivo. A meta era recuperar todo o dinheiro que eu perdi neste meio tempo. Para gastar pouco dinheiro coloquei todo mundo para trabalhar, não iria desperdiçar nenhum centavo. Brincadeira, Bonnie insistiu que queria fazer algo para ajudar, ela ainda se sentia culpada pelo o que ocorreu. Alana me convenceu que não seria ilegal se ela não se envolvesse com bebidas alcoólicas enquanto trabalhava, pois podia ser menor aprendiz. Eu queria ver como que eu explicaria isso para qualquer autoridade que me questionar sobre ela trabalhando lá, mas preferi pensar em outras coisas.

Eu ficaria responsável pela música, fazia tempo que eu não tocava nada e poderia ser um bom motivo. Bonnie passou o dia todo com Mary aprendendo a fazer drinks, as duas iriam revezar entre o bar e atender as pessoas. Alana ficou com a cozinha, iríamos servir somente petiscos de fácil preparo, em sua maioria era só colocar no prato e entregar, já estava tudo pronto. Tudo estava preparado para funcionar e todo mundo estava animado. Eu estava no palco tocando guitarra e cantando uma música que alguém pediu e as bebidas saiam muito. A casa começou a lotar e várias pessoas começaram a jogar, eu tinha alguns amigos que ficavam em cada mesa para dar as cartas e etc. Não correria o risco de ser alguém desconhecido, trapacear e eu ficar com uma fama ruim. Mary estava passando pelo local, já estava tranquilo, mas uma mulher conversava com Bonnie, que não parecia estar nada contente. Terminei a música e anunciei que seria uma playlist até eu voltar do meu descanso.

- Algum problema? - Sorri para minha namorada, como essas palavras me enchiam de alegria.

- Sim! - As duas disseram um pouco impacientes e quando eu percebi que estava no balcão meu corpo congelou.

- Essa iniciante insiste em dizer que eu tenho que pagar pelas as bebidas que eu consumo - falou se direcionando a mim com um sorriso de canto e eu me afastei lentamente.

- Acho que você já sabe em que ponto estamos - Bonnie me olhava brava - e então?

- Lilian, você chegou uma hora mais cedo que o normal e hoje acredito que não vá acontecer - argumentei sendo fuzilada pelos olhares de Bonnie.

- Mais cedo para que? - Ela não tentava esconder o descontentamento.

- Strip poker - Lilian falou normalmente e senti um tapa no meu braço e vi Bonnie correr - falei algo?

- Bonnie! - Gritei indo atrás dela ignorando a outra. - Mary! Vou sair rápido.

Vi Bonnie subir para a minha casa nada e não pareceu ver que eu a seguia. Ela sentou na escada e escondeu seu rosto com as mãos e encostou em seus joelhos. Tentei me aproximar sem fazer qualquer barulho, não queria a assustar.

- Desculpa por isso - sua voz era fraca sorte eu estar perto - eu sei que não devia estar assim, mas é algo mais forte do que eu.

- O que exatamente? - Perguntei a puxando para o meu colo, eu sentia que podia a proteger e confortá-la melhor assim.

- Eu queria dizer tantas coisas para aquela mulher, principalmente o que ela estava insinuando para a minha mulher - soltou me encarnando e eu não pude de deixar de sorrir - por que está rindo?

- Sua mulher - falei boba.

- Eu estou tendo uma crise de ciúmes e você se apegou nisso? - Ela parecia incrédula mas um pequeno sorriso residia ali.

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