Somente você

Razões 🎶

Eu estava impaciente, não entendia o motivo de Marcy estar tão preocupada com o que aconteceu. Foi um erro, foi, mas não tão grave, não entendia o motivo dela se punir tanto. Eu tinha que falar com Simon, mas ela não podia estar perto, como sai enquanto ela estava trabalhando não sei como proceder. A fábrica deu um problema de administração e eu tinha que dar a permissão para os procedimentos para resolvê-lo. Nada muito demorado ou complexo, desde que assumi tenho lido vários livros sobre administração, empreendedorismo, gestão em geral. O que me ajudou muito em tomar algumas decisões que infelizmente cabia apenas a mim tomá-las. Eu podia contratar alguém para gerir o negócio, mas não tenho ninguém em que eu confie que posso fazê-lo sem tentar tomar a empresa Reino Doce de mim. Passava os meus contatos para achar alguém que eu talvez confiasse, até ver o do Simon, resolvi mandar uma mensagem para ele, tinha que entender logo. Odeio ficar sem entender algo, sempre tento ao máximo compreender e responder todas as minhas dúvidas. Essa em específico estava me matando.

"Bom dia, Simon.
Eu preciso conversar
com você, mas tem que
ser sem a Marcy saber."

"Eu já esperava por isso.
Logo mando a Marceline
fazer algo. Até mais."

Esperei olhando para a tela do celular esperando a resposta, eu ainda estava na fábrica, andando por ela. Alguns funcionários acenavam para mim, acho que sabiam quem eu era, outros apenas seguiam as suas vidas. Não era tão difícil gerir, apesar de grande, não me pareceu ser uma das maiores que precisam de atenção a cada segundo para não desvalorizar nada. Era grande o suficiente para sustentar o meu irmão e eu, em uma vida confortável. Uma mensagem me retirou dos meus devaneios, era de Simon.

"Eu pedi para ela fazer um
serviço. É bem distante e
quando ela acabar vai me
ligar para eu conversar
com o dono."

Comecei a andar em direção ao portão principal para sair e chamei um carro para me levar em casa. Já que eu estava longe e estava com muita pressa para voltar do jeito que vim, andando. A viagem toda falei apenas o que o motorista me perguntava, não queria ser grossa, mas estava ansiosa demais para conversar banalidades. "Eu já esperava por isso.". Essa frase ecoou na minha mente com a voz de Simon, o que ele estava esperando afinal? Certamente a Marcy já tinha falado com ele sobre isso, ou ele escutou o grito que ela deu mais cedo. Mas, o que seria o isso que ele comentou, dúvidas e mais dúvidas circundavam minha mente. Por um simples motivo de o que circunda a Marcy são núvens e névoas, nada muito certo, desde o beijo.

- Simon? - falei entrando na oficina vazia, não vi ninguém lá, apenas a luz da cozinha. Fui em sua direção e bati na porta. - Simon, posso entrar?

- Sinta-se a vontade Bonnibel - falou sereno apontando a cadeira a sua frente. - Só tranque a porta para caso a Marcy chegue, pelo menos ela terá que bater para entrar.

- Claro - prontamente tranquei a porta e me sentei a sua frente, colocando a chave na mesa - Simon, eu.

- Antes - cortou a minha fala sério, parecia preocupado - só me diga que não vai embora e fugir da gente, sei que foi errado, mas ela é uma boa pessoa.

- Não vou - falei convicta e vi seus ombros relaxarem - isso que você estava pensando, que eu iria embora?

- Veja bem - ele apoiou os dois cotovelos na mesa - eu só ouvi a Marcy, sei que ela é desesperada em relação a isso, mas é meu dever zelar por ela.

- Eu não vou embora - falei novamente reforçando minha palavra - vocês me acolheram quando eu mais precisava, não vou deixar vocês agora. Mas por que ela é desesperada? Principalmente em relação ao beijo.