Zoë

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Logo de manhã aproveitei que todas estavam dormindo e peguei a moto para ir no pet shop mais próximo de casa, infelizmente não era tão perto. Eu havia ligado para o tal Sam e combinei de o encontrar em seu consultório sozinho, seria mais fácil de saber o que ela tem exatamente. Eu procurava algum meio de levá-la ao veterinário, o único porém é que eu ando de moto e a única pessoa que tem carro é a Bonnie e eu não iria acordá-la. Em um canto vi uma espécie de mochila que parecia comportar bem a cachorrinha, não pensei muito, a peguei e paguei no débito, depois veria o preço. Naquele momento eu tinha somente uma preocupação, chega em casa antes das três acordarem. Sim, Bonnie para a minha alegria havia dormido lá, eu não iria reclamar nunca de sua presença.

Cheguei em casa em silêncio e peguei a filhote no colo e caminhei até a moto e só então lhe apresentei a mochila que iria a carregar até o veterinário. Aparentemente era seguro, o moço que me atendeu garantiu que a segurança dela seria certa. Ela não se mostrou muito insegura, então a coloquei na mochila e fiquei um tempo com ela assim para ver se reclamava. Sem reclamações eu peguei a mochila e a vesti virada para frente, seria mais fácil eu ver se algo acontecesse com a filhote. Nunca pensei que demorasse tanto para chegar ao consultório, talvez fosse por eu estar andando devagar, assegurando o bem estar da cachorrinha. Consegui para perto e adentrei as portas de vidro e vi uma moça muito simpática na recepção.

— Bom dia — sorri para a mulher tentando ser simpática e educada no mínimo.

— Bom dia, no que posso ser útil? — Ela se direcionou seu olhar para mim e para a mochila.

— Minhas meninas acharam essa cachorrinha acuada em um beco e a trouxeram para casa — abri a mochila pegando ela no colo e mostrando a moça.

— Que lindo gesto.

— Sim — sorri orgulhosa — então uma delas pediu para o Sam ir vê-la e o mesmo pediu para que eu viesse na clínica.

— Uma de suas meninas é a Alana? — Ela parecia surpresa demais, isso me incomodou um pouco.

— Sim, algum problema? — Tentei continuar gentil.

— Nenhum, é só que a senhorita parece muito nova para ter um filha desta idade — sorri aliviada — aliás não me apresentei, meu nome é Paula e eu sou a médica veterinária de plantão até o momento.

— Marceline — ofereci um sorriso sincero para ela — e eu realmente não tenho idade para ser mãe biológica dela, mas no momento sou eu quem cuido dela.

— A senhorita parece ser uma pessoa boa, ela deve estar feliz.

— Pode me tratar por você, eu realmente espero que ela esteja bem. Mas no momento esse neném que precisa de atenção — ajeitei melhor ela no colo e encarei a mulher a minha frente — a gente poderia começar a examiná-la?

— Claro, vamos até a sala de consultas.

Segui a mulher e entramos em uma sala que possuía uma espécie de maca de metálica, coloquei a filhote lá e fiquei esperando a Paula dizer algo. Ela me encarou e retirou a cachorrinha de perto de mim para examiná-la, encostei na parede e fiquei encarando a interação das duas. Ela parecia ter muito jeito com animais, em pouco tempo a filhote estava totalmente confortável e feliz. Eu não parava de observar e pensar em como aquele pequeno ser peludo mudou minha vida em poucos dias, ela dá mais trabalho do que as outras três juntas. Comecei a acordar cedo para passear com ela, dentro de casa, do bar e da loja de instrumentos. Mary e Alana cuidavam da loja e de noite ficavam com ela para eu trabalhar no bar, nunca fiquei tão feliz de ter isolante acústico no local. Bonnie ficava comigo, na maior parte do tempo, eu não acho ruim, assim matamos a saudade que temos uma da outra. Na próxima semana começaremos uma reforma para adaptar a área de fora para acomodar um filhote e faremos uma casinha para ela. Precisaríamos comprar grandes para dividir as áreas, logo teríamos que ver um adestrador experiente devido a falta de visão dela.

Somente vocêWhere stories live. Discover now