Re-bye 🎶

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- Você tem certeza que não estão namorando? - LSP pergunta pela quinta vez no mínimo.

- Tenho, ela é apenas uma irmã para mim - retruquei brava - agora converse com esse cara dizendo que é do departamento de relações públicas e que já ligamos por estarmos interessados em dar suporte a alunos dedicados. E confirme a reunião de hoje.

- Mereço um aumento depois dessa promoção de cargo.

- Só ligue, está bem? - Temos pouco tempo.

Ela pegou o telefone e discou o número vagarosamente, eu queria quebrar o telefone na testa dela, a qualquer momento Mary poderia descer e escutar a conversa. Peguei escondido o número de telefone da casa de Alana a um bom tempo, medidas de segurança, e agora ele se fazia útil. Eu estava apreensiva ao que estava fazendo, entretanto ver a pequena naquele estado novamente jamais. Desde o primeiro momento que entendi o quanto ela precisava do emprego e se empenhava o máximo possível para merecer o emprego, eu me encantei. Vi nela a determinação que eu tinha e que poucos me ajudaram a seguir em frente, então fiz o mínimo que podia. Dei-lhe um emprego, mesmo que eu não precisasse de mais alguém na loja. Cuidei ao máximo que sempre tivesse o que vestir e comer, sabia que boa parte do salário dela ia para sua família. Ofereci abrigo para ela, eu conseguiria fazer mais um quarto na minha casa, apenas organizar bem as coisas, todavia ela recusou. Era uma menina de ouro, que ao contrário de mim não deixou que as dificuldades da vida a mudasse drasticamente. Seu sorriso era sincero e o meu sarcástico.

- Ele aceitou - falou por fim ao meu lado - mas por culpa do escritório do seu pai.

- Para algo ele tem que servir - sentenciei pensando nos outros passos - muito obrigada, te devo uma.

- Dia de folga?

- Talvez, mas hoje não.

Comecei a imprimir alguns relatórios de lucro dos meus negócios, não tinha nada especificado, então não tinha como saber que metade dos meus empreendimentos era um bar e a outra metade uma loja de música. Coloquei tudo na minha pasta e esperei a Mary descer, faziam dois dias que ela estava dormindo aqui e eu tentava de tudo para concertar isso. Nesses dois dias o seu humor estava cada vez pior e hoje estava pior, melhorou um pouco quando deixei ela pilotar a moto. Era o meu maior xodó, mas ela era cuidadosa, não iria fazer nada que estragasse minha moto. Eu estava extremamente nervosa com essa situação, eu não sabia como fazer, mas era o meu objetivo alegrar Mary e farei de tudo para ajudá-la.

- Então senhorita Abadeer o que lhe trouxe aqui exatamente? - O homem a minha frente disse não muito receptivo.

- Senhor Gabe, eu comecei a auxiliar estudantes que possuem um ótimo potencial - falei séria.

- E essa seria o seu segundo investimento?

- Terceiro, mas a primeira não foi de cunho acadêmico, apenas técnico. Mas a segunda está se mostrando muito empenhada, suas notas são excelentes e a produtividade na empresa é alta. Mesmo com a pouca idade ela se mostrou uma pessoa responsável e este perfil que procuro para o próximo investimento.

- Então você procura por retorno? - seu tom me fez pensar que tudo foi por água a baixo.

- Vamos supor que o senhor aceite minha proposta, sua filha estuda na faculdade da cidade, eu arco com os custos e ela me retribui com o que aprender durante o curso. Ao fim do curso ela faz o que quiser, o único retorno que quero é uma educação que forme ótimos profissionais, não importa se estará na minha empresa.

- Não terei que devolver nenhum centavo a você? - Sua voz era incrédula.

- Não o obrigarei a nada, só preciso de uma procuração assinada por ela ser menor de idade.

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